quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Categoria para dar e vender

Mais um CERCA MÓVEL saindo fresquinho do forno para os nossos leitores fiéis e alguns outros possíveis novos visitantes. Esta semana fizemos uma pequena conferência com cavalos de qualidade, não necessariamente clássicos, mas que quando em ação, dá gosto de ver. Como todos sabem que esse é o local virtual onde os cavalos têm voz, vocês serão brindados com as presenças de Giruá, Light of Loose e Granizo.

Vamos começar com o clássico Giruá, o tordilho que todo mundo aprendeu a gostar e a apreciar (até os rivais), tamanha a qualidade do filho de Bonapartiste e Ellefrance (Fast Gold), criado por Eloi José Quege, em Santa Catarina.

“Fico até envaidecido pelas palavras tão cativantes, pois apenas faço o que mais gosto: correr na raia de areia. Na Prova Especial Ciro Frare (1500mA), realizada no 6º páreo da reunião de sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, alinhei com a certeza que conquistaria minha 12ª conquista.

Assim que vi Objetivo escapar no alinhamento, senti que as coisas seriam mais fáceis, pois percebi que meus adversários estavam meio que assustados com a minha presença. Dada a ordem da largada, assisti quando Ponte Cannet e Shark Boy forçaram para assumirem o train de carreira. Pouco me importei e continuei quieto, correndo em 3º, junto aos paus.

Fiquei apreensivo quando, na curva, Southampton se colocou ao meu lado e avisou que não daria brecha para a minha atropelada. Nem me dei ao trabalho de responder, pois já tinha em mente o que fazer: atropelar assim que entrasse na reta, passando entre Ponte Cannet e Shark Boy.

Mas ao iniciar minha atropelada, Southampton gritou para os ponteiros fecharem a porta, pois eu estaria passando. Apesar de chateado, senti que o jóquei F. Leandro, pela primeira vez me conduzindo, também se assustou no lance e tentou me sofrear. Não permiti, levantei a cabeça e encontrei uma pequena brecha pela cerca interna, que foi por onde me lancei.

Depois, foi só dar adeus aos adversários e cruzar o disco fácil, garantindo a minha 9ª vitória em São Paulo, sem esquecer minhas outras três no Nordeste. Meu proprietário Eládio Mavignier Benevides me presenteou com muitas cenouras, enquanto Mario Gosik, meu treinador, também prometeu levar algumas maçãs para minha cocheira. Acho que vou engordar desse jeito”
, brincou o tordilho, que em 13 atuações entre São Paulo e Fortaleza, ganhou 12. O cavalo de 4 anos só perdeu ao atuar em 2.200 metros, no Hipódromo Paulistano.

No domingo, quem aprecia acompanhar o simulcasting, ficou de olho no 4º páreo da programação do Hipódromo da Gávea, pois estava anotado Light of Loose.

Aos 7 anos de idade, o filho de Dodge e La Heaven (Piece of Heaven), criado pelo Haras Treis Pinheiros, no Paraná, ensinou que idade não é documento. Mesmo carregando 61kg de Ilson Correa, entre 9 e 6 quilos a mais que os adversários, o defensor do Stud Amigos da Barra conseguiu a 20ª vitória da campanha.

“Fiquei muito satisfeito com o resultado obtido. Não nego que cheguei a me chatear por ter sido a terceira força da prova, mas analisando com calma a diferença de peso dos meus concorrentes, percebi o porquê da dúvida de alguns turfistas.

Quando larguei da seta dos 1.300 metros, vi Patota do Cosme e Senhor Manolo forçando tudo para fazer a diagonal e assumirem as duas primeiras posições. Para não tomar muita areia na cara dos dois competidores, preferi ficar em 3º, com uns dois corpos distantes.

Foi uma vantagem necessária, pois quando entrei na reta, além de não ter nenhum torrão de areia na cara, tive espaço suficiente para escolher por onde iniciar minha atropelada. Como Patota do Cosme e Senhor Manolo duelavam com ardor e começavam a se jogar mais para a cerca interna, não tive dúvidas, me posicionei pelo meio de raia e dei adeus aos adversários ‘levinhos’.

Cruzei o disco com 3 corpos de vantagem e garanti mimos extras na cocheira do João Coutinho Filho, afinal de contas, 20 vitórias, são 20 vitórias não é?”
, desafiou o castanho, que apesar da idade e da quantidade excessiva de conquistas, garante que não pensa em parar.

“Parar? Esse verbo não existe no meu vocabulário eqüino”, relinchou, mostrando experiência e bom-humor.

Na segunda-feira, foi dia dos turfistas pegarem a ponte-aérea e ficarem ligados no 8º páreo da reunião do Jockey Club de São Paulo, pois o valente Granizo estava alinhado no partidor. Sem gostar de brincadeira, o filho de Ibero e Glorious Magee (Spend A Buck), criado pelo Stud Raça, no Paraná, largou e acabou com mais uma carreira, mantendo-se invicto na raia de areia.

“Eu gosto de duas coisas: viajar e raia de areia. Atuei 8 vezes em toda a minha campanha e só perdi quando corri na pista de grama. Aliás, depois daquela prova em 2006, precisei ficar parado para me recuperar e só retornei aos trabalhos esse ano, na pista de Alegrete. Depois de vencer provas por lá, segui para o Tarumã e ganhei as duas corridas em que atuei.

Agora que estou de volta à Cidade Jardim, não podia decepcionar meus torcedores, por isso, tratei de vencer logo a segunda corrida consecutiva em São Paulo. Sendo que não posso negar, está na hora de viajar novamente e espero que o meu treinador Lucas Quintana leia essa coluna do CERCA MÓVEL para arrumar minhas malas. Se aceitar sugestão, Dubai seria um bom destino, se o ‘mormo’ não atrapalhar”
, falou o defensor do Stud Vintage Thoroughbred, que com 5 anos, corre como um garoto (basta perguntar ao Altair Domingos, que o conduziu nas duas conquistas em São Paulo).

Pois bem leitores, os três entrevistados dessa semana juntos somam 40 vitórias. Ou seja, fizeram a festa de muitos turfistas, proprietários, jóqueis e treinadores, por isso merecem ser sempre reverenciados, seja em provas clássicas, ou em páreos de turma.

Rei de Ponta Grossa

O cavalo Hey Willie não foi localizado, mas também merece ser lembrado no CERCA MÓVEL, afinal de contas, desde os 3 anos que leva na bagagem o troféu do Grande Prêmio Cidade de Ponta Grossa (2100mA). Aos 8 anos, não decepcionou e se tornou pentacampeão da carreira, realizada no último dia 14 de setembro, no Hipódromo de Ponta Grossa. Apenas em 2007 não ganhou o troféu.

Fotos: Paulo Bezerra Jr (JCSP) e Gerson Martins (JCB)

2 comentários:

Marco Aurélio Ribeiro disse...

Fala Karol!

Esse Hey Willie não é mole não. Lá em Ponta Grossa não tem pra ninguém. Vc não o encontrou pois deve estar comemorando até agora o pentacampeonato. Arrebentamos no Hideway esta semana.

Fui

Anônimo disse...

Karol, obrigada pela força, adorei seu recado no Raia Leve!!! Abração, aparece aê!