quinta-feira, 27 de março de 2008

A força de uma medicação

Olá leitores, como alguns devem saber, vivo no Rio de Janeiro e acabei entrando na estatística do momento, pois fui “picada” pelo Aedys Aegyptis, resumindo estou “dengosa”, mas trabalhando normalmente, afinal de contas, não estou com o tipo hemorrágico (ufa!).

Com uma boa quantidade de Tylenol em casa, não tinha como escapar de falar sobre medicamento na coluna desta semana, principalmente porquê observei o quanto fez bem algumas doses de remédio em uma competidora, no final de semana da Páscoa, em Cidade Jardim.

Estou falando de Taverne (foto), que participou da programação do último sábado, no Jockey Club de São Paulo. Vale destacar que eu não estive em São Paulo, mas fui muito bem informada do que rolou pelo prado paulistano e depois observei com carinho o vídeo do Clássico Presidente Luiz Oliveira de Barros (L.-1800mG).

A filha de Torrential e Tatushka (Sunny’s Halo), criada por Carlos dos Santos, sabia que experimentaria o lasix pela primeira vez para participar da carreira e estava ansiosa. “Liguei para algumas colegas que já experimentaram para me tranquilizar, pois sempre fui contra qualquer tipo de medicamento. Gosto de estar lúcida, sempre!”, ponderou em responder Taverne a uma colega, que pediu para não ser indentificada.

Porém, minutos antes do páreo, quando colocou o medicamento embaixo da língua, a castanha de 4 anos não conseguia esconder como estava satisfeita em estar experimentando o lasix.

“Isso é bom demais! Não vejo a hora da prova começar”, disse Taverne a uma competidora durante o cânter.

Ao ser dada a largada, mesmo estando bem aberta e dando vantagem às adversárias, a defensora do Stud Cadir tratou de ir para a ponta. Observando o vídeo, percebi que ela estava fora de si. Falava em diversas línguas e nem parecia que estava correndo, apesar de estar dominando facilmente o páreo.

Ao entrar na reta final, N. A. Santos teve de dar um “cutucão” na égua para que a mesma se dirigisse para a cerca externa, onde estava a melhor raia para continuar a corrida. Meio que ainda fora de si, Taverne obedeceu o jóquei.

Passados 100 metros, parecia que a castanha diminuiria o ritmo, afinal de contas, forçou na largada, correu meio que sozinha o tempo todo e tudo bem se parasse naquele momento. Sendo que a medicação fazia um efeito para lá de positivo, pois quando as rivais ameaçaram dificultar a vida de Taverne, a mesma agiu de uma forma que parecia que havia largado dali.

“Podem vir meninas, mas duvido me alcançarem. Essa corrida é minha e essa dose que tomei é boa demais. Quero outra assim que sair da raia”, dito isso, disparou com muito vigor e cruzou o disco com 1 ¼ corpos de vantagem, fazendo com que as rivais ficassem atônitas ao fim do páreo.

“Quero mais, quero mais, quero mais!”, falava Taverne ao voltar para o padoque, sendo que os responsáveis pela égua não entendiam, ou fingiam não entender, o pedido da mesma.

No dia seguinte, pleno domingo de Páscoa, após ser informada do ocorrido na tarde anterior por algumas éguas que assistiram o páreo, fiz questão de ligar para a castanha que, pasmem leitores, não lembrava de nada.

“Não estou querendo dar entrevista. Não assisti ainda o páreo e hoje estou cansada. O que importa é que venci e não posso falar nada além disso”, desligou o telefone Taverne.

Agora o que eu quero saber é o seguinte leitores: será que o lasix que ela tomou estava mais para extase ou exagerei demais nas minhas doses de tylenol quando revi o páreo???

Bem, na próxima corrida de Taverne, veremos como o corpo da mesma responde a mais uma dose de lasix. Abraços a todos e usem repelente se estiverem pelo Rio de Janeiro!

PÁREO DURO

Este final de semana, os potros e potrancas que atuam no Rio de Janeiro terão um trabalho e tanto, afinal de contas, definirão o líder da turma entre os machos e as fêmeas, encarando provas de Grupo 3 em 1.400 metros, pista de grama.

Enquanto isso, em São Paulo, será a vez de Sweet Kentucky defender a liderança no GP Jacutinga (G3-1400mA).

Estarei observando com carinho as corridas para destacar a vitória do principal líder. Conto com a companhia de vocês.

DENÚNCIA

Nos comentários da última coluna, recebi uma denúncia sobre matadouro de cavalos para servir a exportação de carne eqüina. Vale a pena os leitores da coluna darem uma lida para que tomemos mais cuidados com os nossos campeões.

Para isso, basta ir ao fim da matéria "Joe Bravo dá adeus ao Brasil" e clicar em comentários.

Peço a quem fez a denúncia, que também divulgue o nome, pois pretendo fazer uma matéria especial na TURF BRASIL ou ainda enviar a denúncia para os grandes jornais do país. Para isso, preciso de mais informações sobre o caso.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Joe Bravo dá adeus ao Brasil

“Um absurdo!”, foi dessa forma que o potro Joe Bravo respondeu quando indagado sobre a mudança da pista do GP Franciso Eduardo de Paula Machado (G1-2000mA), realizada no último domingo, no Hipódromo da Gávea.

O candidato à Coroa carioca, após ter vencido o GP Estado do Rio de Janeiro (G1-1600mG), a primeira etapa da Tríplice Coroa, ainda estava muito chateado ao conceder essa entrevista para o CERCA MÓVEL.

Cerca Móvel: Por quê você não foi apresentado na segunda etapa da Coroa carioca?
Joe Bravo: Muito simples, porquê trocaram a raia.

CM: Você rende muito pouco na areia?
JB: Corro em qualquer raia, estreei vencendo na areia, em 1.100 metros. Sendo que minha filiação (Vettori e Brave Lady, por Roi Normand) me faz render muito mais na grama.

CM: Mas você considera então que deveria ter corrido, mesmo numa raia perigosa, pois é sabido que a grama, quando muito molhada, fica escorregadia e pode causar acidente?
JB:
Sem dúvidas, concordo com você sobre os perigos da raia de grama quando molhada. Sendo que a minha chateação não tem a ver com o fato de eu não ter corrido e sim por ter viajado até o Rio de Janeiro sem necessidade.

CM: Como assim?
JB:
Simples, sai do CT Vale do Itajara na madrugada, pronto para cumprir com o compromisso e bastante confiante, pois, modéstia parte, estava voando nos treinos. Sendo que só quando cheguei na Gávea que informaram sobre a mudança de raia. Ou seja tive de enfrentar a viagem, que sempre é desgastante, à toa. Custava terem informado? Teria me poupado uma viagem.

CM: Por conta disso que você não correrá mais no Brasil?
JB:
Já estava decidido que eu iria viajar. Só correria as três etapas da Coroa para tentar o título e em seguida seguiria para os Estados Unidos, a fim de seguir campanha. Na verdade, depois da primeira etapa eu já queria ir embora, fui contra a decisão dos meus responsáveis pela minha permanência no Brasil.

CM: Por quê? Você não gosta do país em que nasceu?
JB:
Não é isso. É lógico que amo o Brasil, sendo que não gostaria de continuar campanha por aqui. O turfe lá fora é mais respeitado e organizado. Você mesmo não está vendo o absurdo da Caixa Econômica Federal tentar acabar com as transmissões pela televisão? É o fim do mundo.

CM: Sem dúvidas, também fiquei chateada com o ocorrido, não só pela grande quantidade de empregos diretos e indiretos que o turfe promove, mas principalmente pela qualidade do nosso Puro-Sangue Inglês, que em qualquer lugar do mundo, faz sucesso?
JB:
Espero poder fazer parte desse time brasileiro que divulga a qualidade da criação nacional lá fora. Estou ancioso para viajar por conta disso.

CM: Em 10 apresentações, você obteve três vitórias, sendo duas na milha, uma delas o Grupo 1. Será que não está sendo precipitada essa sua ida?
JB:
De forma alguma. Nos 1.600 metros já provei que corro muito. Aumentei a distância, sob o treinamento de Venâncio Nahid, e estou indo bem. Acredito que o treinador americano continuará com o bom trabalho e eu não devo demorar a estrear por lá. Tenho 3 anos e uma vida pela frente. Quanto mais demorar, mais tempo irei perder. Como comentei mais acima, queria ter ido logo após a primeira etapa da Coroa.

CM: Sobre a vitória de Belo Purse, na segunda etapa da Coroa, você gostou da corrida?
JB:
Estava muito chateado em ter viajado à toa, mas acabei assistindo o páreo ao vivo. É lógico que gostei da vitória do Belo Purse, afinal de contas, nos conhecemos no Vale do Itajara e ele chegou a vitória de número 201 em provas de Grupo para o Centro de Treinamento. Isso, sem dúvidas, valoriza o local e o nosso trabalho por lá.

CM: Do que sentirá mais falta do Brasil?
JB:
Do Centro de Treinamento. Lá é uma grande família. Mesmo sendo um ambiente de trabalho, todos se dão bem e se respeitam. Não existe tanta competição assim. Os treinadores se conhecem há tempos, então fica mais fácil a convivência. Não lembro de ter osbservado nenhuma briga na raia.

CM: Quando você deverá embarcar?
JB:
Minha documentação já estava pronta, então não deve demorar muito. Se não fosse por conta do feriado da semana santa, arriscaria que iria embora ainda este mês. Talvez na próxima semana. Por isso, estou tratando de me despedir de todos os amigos que fiz por aqui.

CM: Acompanhará a corrida da sua irmã?
JB:
Lógico, afinal de contas ainda estou por aqui. A Lovely Lady correrá no 7º páreo de sábado e acredito que surpreenda muita gente na areia.

quinta-feira, 13 de março de 2008

A perda de uma Coroa, mas a vitória por manter-se viva

Olá leitores, novamente peço desculpas pela demora em colocar este blog no ar, mas após o ocorrido no GP Diana (G1-2000mG) realizado no último domingo, no Hipódromo da Gávea, precisava conversar com Rubia Del Rio (na foto em seu último cânter, com Carlos Lavor), o grande destaque da coluna de hoje, e tive algum trabalho para encontra-la.

Após ligar para o Centro de Treinamento do Haras Santa Maria de Araras, em Teresópolis, descobri que a filha de Put it Back e Rupiana (Falcon Jet), estava alojada na cocheira da coudelaria, no Hipódromo da Gávea.

Após perder alguns minutos no trânsito de Vila Isabel para o prado carioca, fui conversar com Rubia Del Rio na cocheira. Juntas, assistimos a corrida pelo dvd e Rubia Del Rio começou a falar sobre o que realmente aconteceu.

“Muita gente achou que eu sofri uma fratura nos metros finais, mas não foi bem assim. Observe que na reta oposta, eu sinto e acabo abrindo, logo sendo ajustada por Carlos Lavor, que ao perceber algo diferente em minha passada, ficou mais cauteloso. Na verdade, eu dei um grito de dor, pena que ele não escutou”, fala a potranca.

Indaguei porquê ela continuou correndo, já que estava sentido dor, no que ela prontamente respondeu. “Simples, eu queria a vitória! Era a candidata ao título, favorita absoluta, sou filha de Put it Back, neta do grande Falcon Jet, enfim meu coração correu mais do que as minhas patas”.

Realmente, assistindo com atenção o vídeo da corrida, Rubia Del Rio sente pouco antes da metade da reta oposta, com mais de 1.200 metros ainda para percorrer. Quando entra na reta final, faltando 350 metros, ela e Lavor iniciaram uma atropelada fulminante, mas o agravamento da lesão falou mais alto e a potranca precisou ser parada pelo jóquei.

“Eu queria correr, Lavor, ao mesmo tempo que eu sentia dores, sabia que estava disposta a tudo. Sendo que ele é um profissional magnífico. Quando eu desloquei de vez o tendão do curvilhão, ele me sofreou para que nada de mais grave viesse a ocorrer. Na hora fiquei chateada, pois acreditava que poderia vencer, mas bastou cruzar o disco e o corpo esfriar para sentir o quanto estava doendo todo o meu lado direito”, falou Rubia.

Logo após a corrida, em que venceu Right Idea, também criada pelo Haras Santa Maria de Araras, Rubia Del Rio foi analisada pela veterinária Bianca Cascardo.

“Ela é uma profissional fascinante. Não sofri nenhuma fratura e sim lesões. Houve o deslocamento do tendão do curvilhão e, em vez de voltar para Teresópolis, acabei ficando aqui na Gávea. A Dra. Bianca vem me visitar de 3 a 4 vezes ao dia. Estou sendo muito mimada, isso sim!”, sorriu a potranca.

Como não pode sair da cocheira nem para caminhar, Rubia Del Rio faz outras tarefas, para passar o tempo. “Devo ficar por aqui pelo menos os próximos 3 meses. Apesar de todos os cuidados da Dra. Bianca Cascardo, não posso negar que é um saco. Porém, preciso ser bem observada e comer nas horas certas. Estou fazendo uma dieta especial para que não seja vitimada por cólicas. Quem sabe daqui a 4 meses eu já não esteja no haras no Rio Grande do Sul, para ser coberta, sim porquê para a função reprodutiva estou em ótima forma. Para passar o tempo aqui, fico pensando com qual garanhão irei me relacionar primeiro.”

Sobre o ocorrido no domingo, a potranca pretende esquecer. “Olhando novamente o páreo, só tenho a agradecer que nada de mais grave tenha ocorrido. O principal é que estou viva e com todas as minhas patas. Ainda bem que era o Carlos Lavor sobre meu dorso, pois mesmo eu querendo correr, ele fez questão de me parar, para que nada de mais grave viesse a ocorrer. Também vou ficar curtindo os mimos da Dra. Bianca por esse tempo. Viver é a melhor coisa do mundo e tenho que estar feliz por isso.”

Rubia Del Rio comentou sobre a última etapa da Tríplice Coroa, o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1-2400mG), marcada para o dia 6 de abril.

“Sou do Araras dos ‘pés’ à cabeça, então espero que Right Idea e Really Winner façam ótimas corridas e que uma das duas cruze o disco na primeira posição para a coudelaria. Estarei aqui na cocheira torcendo por elas!”, encerrou.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Festa nas cocheiras

Olá leitores, esta semana irei falar sobre duas grandes festas que ocorreram nos últimos dias 29 de fevereiro e 1º de março, respectivamente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em ambas as comemorações, os eqüinos não poderiam faltar, pois as aniversariantes estão completamente ligadas aos mesmos.

Em ano bissexto, a esposa do presidente reeleito do Jockey Club de São Paulo, Paula Hellmeister, comemorou o 10º aniversário, na verdade, 40 anos, e na cocheira de Cidade Jardim um grande lote de convidados. Muitos deles ligados ao turfe paulista e nacional. Outros, mais conhecidos pelos holofotes das revistas especializas em celebridades.

Mesmo assim, sem aparecer nas câmeras, os eqüinos que ficaram dentro dos boxes curtiram o som do DJ convidado e os canapés servidos. Isso sem falar dos fabulosos drinks. Um deles me ligou para falar da festa.

“Só está faltando você aqui. A festa está bombando! Se eu estiver inscrito para algum páreo esta semana, é bom riscaram meu nome das acumuladas, pois pretendo encher a cara”, falou, pedindo para não ser identificado.

No dia seguinte, sem o mesmo glamour, mas com muito mais animação, em Vila Isabel aproveitei para comemorar meu aniversário, afinal de contas chegar aos 30, no mundo de hoje, com tanta violência e comidas enlatadas, é uma verdadeira dádiva.

Não poderia deixar de chamar os meus “eqüinos” mais queridos, pois além de entende-los, todos os últimos nove anos da minha vida foram dedicados a eles e ao mundo do turfe.

Como, não me perguntem, mas 31 convidados foram acomodados no meu apê.

Muitos cavalos, éguas e alguns potrinhos marcaram presença para comer muita carne com farofa, regada a cerveja. A alfafa ficou como entradinha.

Aliás, as éguas presentes, que hoje estão fora das pistas, quando em campanha foram líderes de geração.

Os cavalos estão em plena forma, atuando nas pistas nacionais e internacionais (basta ver os noticiários que os mesmos produzem). Os potros ainda estão sendo domados para encarar a difícil vida turfistica.

Eu, a aniversariante do dia, me desculpei por não poder oferecer as mesmas regalias ofertadas em São Paulo pela primeira-dama paulista, mas fiquei feliz com os depoimentos dos meus queridos convidados.

“Pára com isso Karol! A carne está uma delícia, a farofa também. Sem falar na cerveja gelada. Mas, o principal é que você nos escuta e tenta nos ajudar. Portanto, nos oferece muito mais que qualquer outra pessoa do nosso turfe”, discursou um dos cavalos.

Mediante palavras tão simples e, ao mesmo tempo, fortes, só pude agradecer a presença dos amigos e aguardar por mais um ano de vida.

Também quero aproveitar pelos depoimentos dos eqüinos no Orkut, nos e-mails e no telefone, onde muitos não participaram porquê não puderam viajar, outros porquê não caberiam no meu apartamento.

Que o próximo ano, sem eleição, já com os novos dirigentes em plena ação nos dois principais clubes turfísticos do país, ocorram aumento dos prêmios, melhores condições para os profissionais, mais emoções positivas para os turfistas, e que os cavalos, principais astros do turfe, tenham melhores raias, piscinas, boxes, enfim, o que realmente merecem.

NOVIDADE


No final deste mês, meu amigo Marco Aurélio Ribeiro (o matungo na foto comigo) transformará a tradicional coluna "O Matungão" em blog. Enfim, ninguém pode perder, até porque a coluna sairá todas as quartas, um dia antes da Cerca Móvel.