sábado, 12 de dezembro de 2009
Cerca Móvel, o retorno
Passei a fazer catálogos de criação e, visitando os haras, conheci alguns garanhões que dão o que falar, cada um com cada estória de romance imperdível; conversei com reprodutoras campeãs que relembraram algumas aventuras dentro e fora da pista; isso sem falar dos potros e potrancas ao pé, que mesmo sem largarem as 'tetas' das mães, já demonstram que nasceram para brilhar.
Sim, também tive de tentar aperfeiçoar o meu 'sofrível' inglês, para me comunicar com algumas potrancas americanas que estão sendo recriadas no Brasil e, se assim posso dizer, pegando a ginga nacional. Algumas, belíssimas, diga-se de passagem.
Enfim, no meio disso tudo, e das incontáveis viagens, conversei com Goecochea, o potro que derrotou meu amigo e grande incentivador desse blog, Starman, no GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), em novembro, no Hipódromo do Cristal. Inclusive, no dia da festa máxima gaúcha, fui testemunha ocular do namoro engatado entre dois corredores do Stud Duplo Ouro.
Passei por São Paulo e conferi o vôo de Tenarin, surpreendendo a tudo e a todos no importante GP Derby Paulista (G1-2400mG), no Hipódromo de Cidade Jardim. Na mesma tarde, Mr.Nedawi alcançou a preparação perfeita rumo à sua principal conquista da campanha, na última semana, no Hipódromo do Tarumã, quando ganhou, com todos os méritos e de maneiro sensacional, o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA).
Aliás, para falar do Paraná, eu teria de informar a todos que os proprietários, criadores, imprensa, enfim, turfistas em geral, quase “roubaram” a festa, tamanha disposição que se apresentaram seja na festa do páreo Balada, na madrugada de sexta para sábado, ou no domingo, dia da grande festa paranaense.
Como vocês podem perceber, muita coisa rolou e participei de tudo ativamente, tanto que consegui ganhar uma gripe, um jantar e o hexacampeonato brasileiro com o meu MENGÃO. Aliás, as cores rubro-negras fazem bem a muita gente e a muitos cavalos de corrida.
Portanto, para a coluna não ficar demasiadamente longa, vou deixar aqui as frases principais ditas por alguns dos personagens citados anteriormente.
“Sou guri, mas corro muito. Que venha o Ramirez!”, Goecochea, emocionado.
“Ganhei esta para você, agora quero o meu prêmio prometido”, relinchou Ladrilheiro para First Julia, após ganhar o páreo velocidade. Em seguida, após receber a sua recompensa, que não posso divulgar nesse espaço, foi retribuido novamente por First Julia, que levou com facilidade o páreo das éguas na mesma tarde. Eles formam um casal campeão, ninguém pode negar.
“Peguei carona com o sucesso do meu proprietário e criador e tratei de 'avoar' também. Quem sabe, numa dessas, eu viro um astro do cinema”, brincou Tenarin com relação a João Daniel Thikomiroff.
“Estamos longe de tudo, mas bem próximo das éguas mais cobiçadas do Brasil”, Dodge, garanhão do Haras Anderson, falando da sua profissão, em Bagé.
“Na raia, a vida era mais agitada, sem dúvida, e as coisas mais difíceis, mesmo tendo um contato maior com os humanos. Mas aqui, reencontrei a minha natureza animal e não penso em outra coisa a não ser em ver o meu herdeiro nascer”, Furia Olímpica, morando no Haras São Quirino, em Campinas, e cheia de seu primeiro produto.
“É muita emoção ganhar o primeiro Grupo 1. Acreditava que seria capaz, mas sabia das dificuldades. Fico feliz que tudo tenha saido bem e pretendo descansar para, em 2010, tentar novo Grupo 1 na campanha. Quem sabe, na raia de grama?”, Mr. Nedawi voltando da raia, mas sem querer ir para a foto da vitória. “Sou timido. Prefiro comemorar com a turma da cocheira”, admitiu.
Bem leitores, espero que vocês tenham gostado desse pequeno resumo do que aconteceu. Logo mais estarei chegando na Argentina e pretendo entrevistar o vencedor do GP Internacional Carlos Pellegrini (G1-2400mG), porém a matéria sairá apenas na próxima edição do sempre nosso CERCA MÓVEL.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Pequeno recesso
Mas em breve voltaremos com força total...
Conto com vcs
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Trabalho em equipe resulta em vitória
Os corredores da Coudelaria Jéssica, sob a responsabilidade do treinador Leandro Guignoni desde que se transferiram para São Paulo, estão apreciando o novo ambiente paulista. Também estão se entendendo muito bem e trabalhando em equipe, como pudemos observar no último sábado, durante a realização do GP Presidente Silvio Álvares Penteado – Copa dos Criadores (G3-2000mG), quando Hold Me Tight e Hilaris atuaram na prova.
Não estive em São Paulo no dia, mas assisti tudo pela televisão, e vi o quanto elas atuaram em parceria.
“Calminha ai Queen Shu, vamos respeitar as mais velhas. Esse train de corrida quem faz sou eu”, saiu gritando Hilaris, ao abrir os boxes e assumindo a primeira posição poucos metros depois. Queen Shu, do Haras São Pedro do Alto, nem reclamou, ficou na dela, atuando junto aos paus e mantendo seu próprio ritmo.
Hold Me Tight corria mais atrás, tendo o cuidado de não sofrer nenhum grande percalço. “Desculpe; calma; licença”, eram as palavras proferidas pela potranca enquanto atuava misturada com as demais competidoras, mais atrás, revezando entre as 5ª e 7ª posições.
Hilaris continuava ponteando com José Aparecido sobre o dorso, mas não descuidava do ritmo, pois sabia que tinha Queen Shu sempre por perto.
Quando abordaram a reta final, Hilaris deu um primeiro relincho, que não consegui entender, e continuou ponteando. Mas olhando atentamente para a televisão, pude conferir que quase automaticamente Hold Me Tight saia de junto dos paus e buscava uma linha mais aberta e com espaço vazio pela frente. Ali entendi que o relincho de Hilaris nada mais era que um sinal para a companheira de cocheira começar a avançar.
Hilaris ainda se manteve na frente até os últimos 200 metros. Quando começou a esmorecer, Hold me Tight emparelhou e falou. “Agora é comigo minha amiga, obrigada pela ajuda”, e como uma flecha, foi logo buscar a vitória.
Queen Shu não entendeu muita coisa, mas nem teve tempo de procurar entender, pois Donna Greta, que nada tinha a ver com a situação, surgiu do nada e ameaçava a sua 2ª posição.
Voltando a se concentrar, Queen Shu conseguiu formar a dupla. Donna Greta foi a 3ª e Hilaris a 4ª colocada.
Hold Me Tight ganhou a corrida e aguardou a chegada de Hilaris para sairem juntas da raia. Nesse momento a televisão cortou a cena para o Rio de Janeiro e precisei apelar para o velho e bom telefone, pois precisava falar com as ‘meninas do Jéssica’.
Após algumas tentativas, enfim Hilaris me atendeu, com a voz ofegante, mas eufórica. “Olá, é sempre um prazer falar com o CERCA MÓVEL.Dessa vez não fui a vencedora, mas sei que tive papel fundamental em mais uma conquista da Coudelaria Jéssica. Saiba que tanto eu quanto Hold Me Tight apenas seguimos o exemplo de nossas donas (Jéssica e Victória), provando que a união faz a força”, falou, mas eu não entendi nada sobre a comparação, foi quando Hold Me Tight me explicou.
“Você tem se preocupado tanto com o universo dos cavalos que tem esquecido dos humanos! Jéssica e Victoria Dannemann estão juntas num projeto teatral de sucesso, ai no Rio de Janeiro. A mais velha (Jéssica) atua na peça, enquanto a mais nova (Victoria), tem a responsabilidade de fazer com que tudo dê certo.
Foi mais ou menos o que eu e a Hilaris fizemos. A mais velha (Hilaris), atuou na frente durante a corrida, chamando a atenção para ela e no momento crucial, deu a deixa (o relincho) para que eu pudesse concluir a nossa estratégia de corrida. No final, tudo deu certo”, encerrou Hold Me Tight, que é uma filha de Roi Normand e Indian Blossom (Fred Astaire), criada pelo Haras Santa Ana do Rio Grande.
Após as declarações de Hilaris e Hold Me Tight tratei de descobrir o que rolava nos teatros cariocas, então me dei conta do musical “Por uma Noite – Um sonho nos bastidores das Broadway”, onde Jéssica Dannemann é uma das atrizes e Victória Dannemann assina a produção geral. Assisti no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, na noite de quarta-feira (ontem) e recomendo aos leitores do CERCA MÓVEL, que estiverem pelo Rio de Janeiro e gostem de musicais, que dêem uma passadinha por lá. Vale a pena!
Sim, não posso encerrar esse blog sem lembrar que sábado temos um compromisso importante: Derby Paulista 2010 (G1-2400mG). O campo promete muitas emoções e eu não fico fora dessa.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Potros querem chamar atenção de treinadora carioca
To Flight, vencedor do Clássico Ernani de Freitas (L.-1600mG), mostrou superioridade por já contar com provas nobres na campanha.
“Sou um filho de Our Emblem e Namoradinha (Royal Academy), criado pelo Haras Santa Maria de Araras, ou seja, já vim de berço nobre. Acabo de colecionar a primeira de muitas vitórias clássicas que pretendo obter. Por tudo isso, com certeza, sou o queridinho da 'Claudinha'”, fala To Flight, que defende as cores do Stud Brincadeira.
Escutando seu vizinho de boxe falar, Don Chemyr não deixou por menos e mostrou que também tem muita qualidade para conquistar o carinho da treinadora.
“Parabéns ao To Flight pela vitória nobre, ele fez excelente papel e mereceu a conquista. Mas, quero lembra-lo, que a nossa treinadora nutre um carinho especial por mim, pois sou filho de Mastro Lorenzo e meu pai proporcionou a Claudia Cury não só vitória, mas importante colocações nobres. Sim, também vale frisar que só atuei três vezes e o aumento da distância me fez dividir a raia de areia do Hipódromo da Gávea. Portanto, na grama, ainda posso melhorar ainda mais”, provocou o filho de Mastro Lorenzo e Numidia (New Colonny), criado pelo Haras Di Cellius e defensor das sedas do Stud Maggiore.
To Flight ficou apreensivo com as palavras de Don Chemyr, mas preferiu não aumentar a discussão.
“Ok, tudo bem, parabéns também pela sua vitória. Acredito que seu próximo compromisso poderá ser clássico e podemos trabalhar juntos para, quem sabe, conseguir uma dobradinha nobre para a 'Claudinha'”, propõe.
Na mesma hora, Don Chemyr relinchou de alegria e concordou com o colega de cocheira.
“Com certeza! Isso seria maravilhoso e com certeza nós dois dividiriamos o coração da nossa querida treinadora. Conte comigo, pois irei me dedicar bastante.”
Quando imaginei que a discussão enfim tinha terminado, To Flight fez um comentário pouco proveitoso.
“Então estamos combinado. Será bom ganhar outra prova nobre, principalmente para a minha campanha e...”, quando iria continuar a falar, foi cortado por Don Chemyr, que já foi falando.
“Que estória é essa de sua segunda prova nobre. Saiba que o vencedor será eu, principalmente se for nos 1.600 metros.”
Quando os ânimos ficaram a flor da pele, eu tentei acalmar os dois bonitos PSI.
“Peraê meninos, vocês e todos os outros pensionistas da Claudia Cury são muito queridos por ela. Todos a deixam felizes com os resultados dentro e fora da raia. Posso adiantar para vocês que ela tem planos distintos para ambos e conto aos dois se prometerem se acalmarem”, eu disse.
Os dois se entreolharam e concordaram com a cabeça, desde que eu contasse a verdade. Então cumpri com o prometido.
“Depois da treinadora ter curtido o seu aniversário de 50 anos na Inglaterra, conhecendo os principais hipódromos daquele país e vendo de perto o sheik Mohammedd, ela voltou empolgada para o Brasil e disposta a voltar a vencer importantes provas.
Vocês dois são os queridinhos dela, com certeza, e os planos para ambos são distintos. Você, Don Chemyr, ela pretende que siga os passos do seu pai, correndo na milha e, quem sabe, vencendo o GP Presidente da República (G1-1600mG) em agosto de 2010.
Já você To Flight, poderá ser preparado para distâncias mais longas e se tornar a primeira inscrição da treinadora no Grande Prêmio Brasil (G1-2400mG). Portanto, vocês não precisam brigar e sim, treinarem com vontade para dar essa alegria dupla a sua treinadora”, encerrei.
Os dois ficaram boquiabertos, olhando um para a cara do outro, e combinaram de se ajudarem mutuamente em busca de realizar os sonhos da treinadora e deles também. E eu, por sorte, sai da cocheira sem precisar tomar nenhum coice.
Fico por aqui e vejo vocês na semana que vem!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Blue Elf quer mesmo é descansar
Resultado, não tive escapatória, precisei falar com a minha família de escorpiões (que crio nos bolsos) e comprar uma nova máquina. Por conta disso, aqui estamos de volta com o nosso CERCA MÓVEL semanal.
Tinha até conversado na semana anterior com o potro Timeo, ganhador de duas provas de Grupo 1 com apenas 3 anos, mas como a matéria ficou tardia, apelei para o experiente Blue Elf, que a cada ano, mostra que corre ainda mais.
O defensor do Stud Azul e Branco ganhou o Grande Prêmio Salgado Filho (G2-1600mA) no último domingo, no Hipódromo da Gávea, e comemorou bastante o feito.
“Até que enfim, consegui vencer esta prova. Já estava ficando cismado, pois foi a terceira vez que competi nesse importante Grande Prêmio e não nego que almejava bastante essa conquista”, inicia o filho de Choctaw Ridge e British Reef (Main Reef), criado pelo Haras San Francesco.
É verdade que em 2007, aos 4 anos, ele encarou pela primeira vez o clássico carioca.
“Fui 4º colocado e no ano seguinte cheguei em 3º. Esse ano eu não queria ser 2º, só me valia ser 1º”, brandou o castanho.
Morando no Centro de Treinamento Vale do Itajara desde os 2 anos, Blue Elf sabe que deverá ter no máximo mais 1 ano de campanha para depois se aposentar, mas não quer pensar muito sobre isso.
“Estou com 6 anos e me sinto em grande forma, basta qualquer um observar a forma fácil que ganhei no domingo. Encerrar a campanha é natural para qualquer corredor, mas não quero ficar pensando nisso. Quero é continuar correndo e ganhando”, resume.
Pedi para Blue Elf comentar sobre os principais momentos de sua 12ª vitória, sendo a 7ª na esfera nobre.
“Quem pegou o resultado e viu que ganhei por 10 ¾ corpos deve ter achado que foi hiper-fácil a conquista. Mas devo informar que foi uma das vitórias mais difíceis que obtive. Quando comecei a avançar, na reta final, na altura dos 300 metros finais, no mesmo instante Ptzinho também surgiu com excelente ação e fazia uma diagonal, fechando a linha que eu pretendia utilizar.
Tive sorte por ter o Marcelo Cardoso sobre o meu dorso, pois é um jóquei experiente. Ele sabia que eu tinha muitas reservas e não desistiu da corrida. Me tirou com calma para o externo da pista e ai sim, tratei de correr. Quando emparelhei com Ptzinho, faltavam apenas 100 metros para o disco, mas ou ele parou ou eu voei, porque realmente a diferença de corpos foi uma surpresa para mim”, assume Blue Elf.
O defensor do Stud Azul e Branco não pensa mais em corridas nesse ano de 2009, porém ainda prevê boas atuações na atual temporada.
“O Hipódromo da Gávea não é igual o Paraná, onde as principais corridas são na areia. Aqui (no Rio), a grama ‘fala’ mais alto. Sei também que tenho qualidades para correr na relva, mas gosto mesmo de atuar na areia, então é preferível aguardar o Clássico Verão (L.-1600mA), em janeiro de 2010, para voltar a mostrar minhas qualidades.
Lógico que não irei parar com os trabalhos, até porquê, Dulcino Guignoni, mesmo suspenso, não dá folga a cavalhada. Sem falar que ele adora provas nobres, então temos de estar sempre em forma”, encerra Blue Elf.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Vupt Vapt repete o nome em Grupo 1
Pois bem, acertadamente, o Haras Pirassununga escolheu um filho de Romarin e Ela Manda (Stuka) e o ‘batizou’ de Vupt Vapt, o contrário do que falava o professor Raimundo. Sendo que assim como era rápida a propaganda para a volta do programa humoristico, mais rápido ainda é o potro que pertence ao Stud São José dos Bastiões.
Estive em São Paulo no último sábado e acompanhei de perto o desenrolar do GP Jockey Club de São Paulo (G1-2000mG), a segunda etapa da Quádrupla Coroa de produtos. Aliás, antes dos potros entrarem na raia, vi o Vupt Vapt olhar de forma carinhosa para o seu proprietário, o pernambucano Serginho Paiva. Quando passou ao meu lado, Vupt Vapt me olhou e disse. “Esse páreo é nosso!”
Bem, não nego que fiquei meio cabreira, pois o favorito da corrida era Olympic Danz, que tinha atuado muito bem na primeira etapa da Coroa masculina, diferente de Vupt Vapt, que chegou descolocado naquela ocasião. Mas, corridas são sempre corridas.
Dada a largada, o potro do São José dos Bastiões, que tem até um pouco de sotaque nordestino tamanha a comunicação com os seus responsáveis, saiu gritando do partidor. “Sai da frente, senão eu sento a peixeira!”, mas relinchou em seguida, provando que estava brincando.
Fez todo o train de percurso, mandando na carreira, sempre correndo junto aos paus. Eu observava ele agoniado, reclamando com o José Aparecido, seu jóquei, durante o final da reta oposta. “Oh ‘hômi’, tu vai ou não deixa eu correr mais solto?”, indagava o potro, mas o Aparecido nada respondia. Acredito que ele não tinha o dom de ouvir o cavalo.
Enfim, seguindo a corrida, os competidores entraram na reta final e quando os atropeladores se preparavam para tentar surpreender o ponteiro, Aparecido deu as rédeas necessárias a Vupt Vapt. “Ainda bem que você me ouviu né!”, falou o potro para em seguida livrar boa vantagem e cruzar o disco de chegada na frente, com ½ corpo sobre o atropelador Vasuveda.
Depois da corrida, quando ele voltava para o padoque, recebeu abraços e beijos do proprietário Serginho Paiva e do treinador Milton Singnoretti ainda na raia.
“Pera pessoal, vocês estão estragando o meu penteado! Ok, brincadeirinha, podem beijar a vontade, porque o Grupo 1 é nosso!”, vibrava Vupt Vapt.
Após as tradicionais fotos, com diversos amigos e torcedores do Stud São José dos Bastiões, o potro se encaminhou para a sua cocheira em Cidade Jardim e quis saber dele qual a sensação da vitória.
“Ganhar é sempre maravilhoso, mas vencer uma prova de Grupo 1 é um sonho. Mas não posso negar que Vasuveda me deu um baita susto. Até agora eu nem sei de onde ele surgiu, mas ainda bem que já estava com a vitória assegurada. No Derby Paulista, tenho de cuidar dele, até porque, sei de suas qualidades. Ele é 7 dias mais velho que eu e nascemos nos mesmos campos do Haras Pirassununga, mas temos características diferentes. Eu prefiro correr na frente e dizer logo a que vim. Vasuveda gosta de atuar no fundo do lote e atropelar com pouco espaço. Enfim, é um rival perigoso. Mas até o próximo encontro, eu quero é comer muita cenoura e aproveitar esse meu momento de rei. Esse tempo não quero que seja vapt vupt e sim, mais demorado”, relincha e dá por encerrado o bate papo.
Enfim, o próximo encontro sem dúvida promete e eu não quero perder de forma alguma. Fui num Vupt Vapt!
AGRADECIMENTO
Venho aqui agradecer a colaboração da amiga Faby Mattos no CERCA MÓVEL da semana anterior, ela, assim como eu e alguns outros apaixonados pelos cavalos de corrida, conseguimos escutar o que eles dizem e fico feliz por ela ter nos contado sobre o romance da First Julia.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Faby Mattos bate papo com First Julia no CERCA MÓVEL
Faby Mattos: Visitei First Julia em sua cocheira, pois além dela, tenho mais um amigo por lá: o terceiro filho da La Garufa. Um doce de potro, lindo e querido demais que se chama Filho da Filha (Dodge). Acho, inclusive, que correrá o Turfe Gaúcho 2010, buscando seguir os passos da mãe.
Mas enfim, quando cheguei lá, a First tava na cocheira bem faceira, já que semana passada ela ganhou absoluta o Criterium de Potrancas na milha, marcando 98s1/10, e recebeu o apelido de "metralhadora de patas". Estava uma baaaaaaaaaita chuva, aí ela me convidou pra entrar lá dentro que era mais quentinho... peguei meu mate e ficamos trovando enquanto ela se entupia com as cenouras que eu tinha levado de presente (que os donos não saibam... um deles será meu professor de Equinos na faculdade!!! hahahahahaha!!! aí tou lascada!!!)....
Faby Mattos: E ai negrinha, quais os planos?
First Julia: não sei... (nhoc, nhoc,nhoc) eu entendi que vou ficar aqui até a milha do Bento... tô meio nervosa, porque eu vou correr a preparatória em outubro... e caso vá bem como fui nessa última, devo disputar a milha do Bento... já pensou???? nunca corri contra os mais velhos e ainda mais que o Stud tem tradição nesse páreo... nas milhas... o Oligarca Gaúcho ganhou muitas, inclusive o Presidente da República! É muita responsabilidade, não sei se estou preparada... (nhoc, nhoc....)
FM: Está sim... claro que tá... aliás... acho que tu vai ter algumas surpresas pro Bento....
FJ: é tou sabendo... o Ladrilheiro vai voltar né (me olha parando de comer..)
FM: Ahm... falei pra Karol meio por cima essa tua história com ele e o Sr. Temido... não sei se devia... mas ela queria saber detalhes e publicar se tu deixasse...
FJ: Falou??????? Meu santo protetor das potrancas!!!
FM: Ahm, fiz mal?? Se fiz, desculpa, não era minha intenção...
FJ: Não, não... afinal, não é segredo pra ninguém mais... todo mundo sabe que eu sinto muita falta do Senhor Temido... e só agora estou conseguindo me recuperar, deixando um pouco de lado toda essa história e dando o melhor de mim na raia....
FM: Me explica direito essa história....
FJ: Tá, eu vou te contar... (abocanhou mais uma cenoura e deitou na cocheira pra ficar mais confortável)Tudo começou quando eu cheguei aqui no Cristal... tava super assustada de sair da minha casa, pra longe da minha mãe. Eu sabia que a minha vida ia mudar completamente, mas não sabia que seria tanto. Logo que cheguei, ouvi meus responsáveis falando que eu ia disputar o Turfe Gaúcho, junto com outros dois potros do Stud. Não os conhecia, mas ouvi dizer que tinham uma grande filiação, assim como a minha....
FM: Tá, e aí?
FJ: Aí que começaram os treinos... eu só tava preocupada em ficar pronta pra correr essa prova... já tinha ouvido muitas estórias sobre o quanto ela era importante, sobre a La Garufa... enfim, coisas que tu também deve saber. Aí foi num desses treinos que eu conheci o Ladrilheiro. De começo, achei um guri meio trovador... sempre falante, risonho, parecia despreocupado. No dia que treinamos de parelha pela primeira vez, descobri que correriamos a mesma prova. No fim das contas, aquela má impressão passou e nos tornamos bons amigos. Como éramos companheiros de cocheira, passávamos muito tempo conversando... fazendo planos pra prova, junto com o Consumidor, que também correu com a gente. Ficamos muito, muito amigos mesmo, sabe? Ele e o Consumidor eram que nem irmãos pra mim.
FM: Tá e onde entra o Senhor Temido nessa história?
FJ: Calma Beth! Já chego lá.... (relincha)Um dia de manhã eu tava lá na pista esperando meu jóquei pra gente ir galopar... iam marcar meu tempo naquela manhã. Eu tinha que ir muito bem. Estava um pouco nervosa sabe... os guris já tinham passado na pista... só faltava eu. De repente, olho pra frente e vejo aquele potro vindo na minha direção, calmo, tranquilo... bonito (fala meio envergonhada). Ele tinha olhos pretos grandes e brilhantes, e também tava olhando pra mim... foi trazido pro box do lado daquele onde eu estava e quando passou por mim falou um simpático "oi"... guriaaaaaaaaaa! derreti!!! (assustei quando ela ficou sentada na cocheira e botou a pata direita no peito) Olha, meu coração chega a disparar só de lembrar!!!
FM: HAUAHUAHAUAHAHAUHAUAHUA!!! Mas foi assim, na hora, amor a primeira vista???
FJ: (me interrompe e segue falando) Eu malemal balbuciei um "o-o-oi". Aí ele perguntou se eu tava bem, pois parecia nervosa... eu disse que sim, porque iam marcar meu tempo e precisava ir muito bem, pois ia correr o Turfe Gaúcho. Claro que era mentira neh!!! Eu tava era encantada, pois ele era a criatura de quatro patas mais linda que eu já tinha visto!! (relincha, ainda sentada..) Ai! Ele era tão gentilll! Me olhou e disse: "Também tenho uns companheiros de cocheira que vão correr o Turfe. Um deles é o Tio Colete e o outro... ahm... não lembro bem o nome, pois ele não deu muito papo... meio fechadão sabe?" Fiz um sinal com a cabeça, meio sem graça. E ele: "desculpe, mas... qual é o seu nome?" "F- First Julia... e o seu?" " Meu nome é Senhor Temido, muito prazer." "Igualmente" respondi, totalmente vermelha!! Já tava me dando uma quentura, guria. Ele era muito bonito, e querido, e educado e...
FM: Ai criatura, chega... assim tu não termina nunca de me contar...
FJ: é mesmo né... enfim... aí quando meu jóquei veio e eu corri, marquei 10s cravados para os 200 metros! Estava muito feliz, pois sabia que tinha ido bem! Quando tava indo em direção à ducha, o Senhor Temido ia entrar na raia pra galopar. Com um grande sorriso nos lábios veio me dar parabéns "Nossa, tu corre de verdade hein? Meus parceiros vão ter trabalho!!! Parabéns!!!". Muié, eu não sabia se ficava mais feliz pelo meu tempo ou por ele... (suspira).Aí chegou o dia do Turfe. Estávamos todos nervosos. Aquelas 7 horas de padoque antes da prova são pra mexer com os nervos de qualquer um. A história final da corrida tu já sabe né.
FM: sei sim... deu True Swank... sei inclusive que na quinta feira antes do Turfe, o Senhor Temido tinha estreado e vencido fácil uma Prova Especial...
FJ: Pois é... e assim venceu três consecutivas... e entrou segundo pro Gallian no GIII. Parada dura diga-se de passagem...
FM: Sim, isso tudo eu sei...
FJ: O que tu não sabe é que nesse meio tempo entre o Turfe até essa derrota dele no GIII, muitas coisas aconteceram.
FM: tipo, o que?
FJ: como eu te disse antes, eu e Ladrilheiro nos tornamos grandes amigos. Eu o considerava um irmão. Treinávamos juntos, conversávamos, fazíamos planos pras provas futuras, sabe amigos mesmo, daqueles de verdade? Trocávamos confidências! Contei a ele sobre o Senhor Temido, de como eu tinha ficado maravilhada e de como ele corria. Falei do quanto meu coração acelerava quando ele passava, mas que não sabia se era correspondida, pois das poucas vezes que conversamos, sempre foi maravilhoso, mas ele parece que nunca dava abertura sabe??? Sempre nos encontrávamos na raia. E nas festas na cocheira dele, na minha... na cocheira da minha melhor amiga Onda, que também sabia dele. Ela até queria fazer meus lados com ele, mas eu não deixei, não tinha coragem. E ela sempre dizia que volta e meia ele ficava me olhando...
FM: é mesmo?? então ele sentia alguma coisa por ti...
FJ: Não tinha certeza, pois ele era a sensação do momento. Muitas potrancas suspiravam por ele, falavam dele... o que ele ia querer comigo?!?!?! Sempre fui meio na minha, meio tímida. Eu ficava um pouco triste, pois tava apaixonada... mas nunca tive a coragem de dizer a ele. E ele sempre era um amor comigo, passávamos bastante tempo conversando...E Faby, eu contava isso pro Ladrilheiro, assim como estou te contando... via que ele ficava meio quieto, mas sempre me dava apoio, me consolava. Até que numa noite, depois de boas relinchadas, o Ladrilheiro segurou minha pata e disse que tinha uma coisa importante pra me dizer...
FM: ai... levei medo!
FJ: É isso mesmo que tu imaginou. Ele disse que era apaixonado por mim desde que começamos a conversar. Que nunca tinha dito nada, pois sabia que eu o considerava somente como amigo. Mas que ele não aguentava mais, pois estava prestes a ir embora pra Gávea. E não queria ir sem fazer com que eu soubesse de tudo o que ele sentia.
FM: Ai, que dó... tadinho...
FJ: Fiquei sem saber o que dizer sabe... e aí ele me disse mais: "Amanhã vou correr o Clássico J.A. Flores da Cunha. Vou ganhar essa prova pra ti. Para provar que eu mereço ser o dono do teu coração, que sou bom o suficiente pra ti... que sou melhor do que ele..." Faby, ele ia correr contra o Senhor Temido, que só tinha perdido pro Gallian... vinha de 3 vitórias e um 2º no GIII... tipo, era muito complicado ele perder essa prova pro Ladrilheiro entende?
FM: Sim, eu me lembro... lembro que até indiquei o Sr. Temido nas minhas marcações, apesar do receio pela raia de grama. Só que aparentemente ele era muito superior... Mas eles correram e...
FJ: E o Ladrilheiro ganhou... juro que nunca imaginaria que ele conseguiria. Não que ele não tivesse categoria para isso, pois também é um guri muito corredor e esforçado. Na hora da prova meu coração saía pela boca. Acompanhei da cocheira, sabia que ele tinha feito um esforço absurdo pra ganhar essa corrida. Quando ele chegou na cocheira, ele foi até o meu box e disse: "ganhei pra ti... ganhei dele pra ti... será que eu mereço o teu amor agora?" Fiquei sem palavras... senti que o deixei magoado. Mas não tinha como, meu coração era do Senhor Temido e o Ladrilheiro era como um irmão pra mim.
Poucos dias depois, o Ladrilheiro foi pra Gávea... até tem feito boas atuações, mas pelo que eu soube não está nem perto do máximo que ele pode dar... não nos falamos mais desde então. Ele foi sem se despedir, estava muito triste. Eu também estava. Contei pra minha amiga Onda, que tava de molho na cocheira machucada. Ela disse pra eu ficar tranquila, que tudo ia se resolver. Pra eu me concentrar no futuro, tentar esquecer... "você foi sincera com ele" ela dizia... "e isso é o que vale".
FM: E o que aconteceu depois?
FJ: Depois de tudo isso, 15 dias depois pra ser mais exata, fui anotada para correr a 2ª prova da Tríplice Coroa Juvenil. O Senhor Temido estava anotado na Versão Potros e disputava o título, pois havia ganho a primeira. Eu estava um pouco sentida ainda pelo Ladrilheiro, tinha medo de ter perdido o meu grande amigo/irmão e também nervosa pois não corria desde o Turfe. Porém, lembrei das palavras da Onda e tratei de me concentrar para a corrida. O Senhor Temido veio até o meu box: "boa sorte Julia... corra como você sabe!" e me deu um beijinho no rostooooooo! (suspira eufórica... juro que vi estrelinhas nos olhos dela)
Nossa, aquilo me deu um gás. Corri e entrei segundo por 1/2 cabeça pra Gororoba do Ipê num final eletrizante! Relinchávamos juntas no final, pois apesar de eu ter perdido, só nós duas corremos aquele dia, foi sensacional! Gente boa a Gororoba, nos tornamos boas amigas! Ele me parabenizou depois, quando estava no padoque esperando o jóquei, pois ia entrar na raia. Lhe desejei muito boa sorte. Ele piscou de volta (suspira de novo), deu aquele sorriso e entrou na raia. Eu tinha certeza que ele ia ganhar, como de fato ganhou... e mais do que nunca era favorito ao título de Tríplice Coroado.Depois de falar isso leitores, First Julia mudou completamente a expressão... levantou-se, abocanhou mais uma cenoura e ficou quieta, pensativa...
FM: O que foi?
FJ: (com os olhos marejados e expressão triste) Ah Faby, depois disso... finalmente nos aproximamos mais...
FM: e tu me fala isso com essa cara de tristeza?
FJ: foi maravilhoso... nos víamos todos os dias... na raia, às vezes na vila hípica. Conversamos, rimos... num fim de tarde tomando mate, quase rolou um beijinho (fala envergonhada). Só não rolou porque... sei lá... porque somos patetas!
FM: insisto... porque tu me fala isso com essa cara de tristeza?
FJ: A gente tava anotado pra correr a terceira prova da Coroa Juvenil. E dois dias antes da prova ele segurou minha pata e me disse: "Julia, se eu ganhar a Tríplice... acho que vão me mandar pra Cidade Jardim..." Fiquei em choque. Ele não podia ir embora, não agora que as coisas estavam começando a se ajeitar! Aquilo me doeu por dentro sabe? Já tinha ouvido boatos de que ele estava sendo negociado pra Dubai e quando soube que o negócio não tinha se concretizado, fiquei tão feliz. Mas Cidade Jardim? É longe também!
FM: Mas Julia, esse é o destino dos craques... o próprio Ladrilheiro tinha ido embora, o Capo Lavoro... foram em busca de melhores oportunidades...
FJ: Eu sei, minha mãe sempre dizia... mas não pude deixar de ficar triste... no dia da corrida, eu tava muito mal... coração partido... pois sabia que ele ia dar o melhor na raia, como sempre fazia, ia vencer... e ia embora... eu tinha passado a noite toda chorando, não comi e não dormi direito. Aquilo tudo na minha cabeça e no meu coração me prejudicaram. Ele correu antes de mim, partiu a raia do Cristal ao meio na milha e foi Tríplice Coroado. Ou seja, ele ia embora... Entrei na raia com o coração partido. Fiz uma péssima corrida e fracassei. Tirei 6º lugar na prova que a Gororoba ganhou. Ela veio me perguntar o que tinha acontecido, não conseguia nem falar, estava arrasada. A Onda me ligou no celular perguntando como eu estava. Meus responsáveis até hoje pensam que a causa do meu fracasso nessa corrida foram dores musculares. Mas mal sabem eles, que o que doía mesmo era o coração...
FM: e vocês se falaram depois disso?
FJ: Na noite antes dele viajar, ele deixou uma flor na janela da minha cocheira... com uma cartinha. "Não podia ir embora sem deixar essa pequena lembrança pra ti, que animou meus dias. Porém, não gostaria de vê-la com lágrimas nos olhos, assim como eu estou. Quero guardar de ti, a lembrança do sorriso com que me desejavas boa sorte na hora da minha prova e da tua voz nas nossas conversas. Vou sentir saudade. Um beijo. Senhor Temido"E aí ele foi embora... soube que não tem conseguido atuar bem em Cidade Jardim. Não nos falamos mais também, assim como Ladrilheiro.
Já tinha anoitecido quando saí da cocheira dela. Sei que ela ficou mexida, então me despedi e deixei ela descansar. Se alguém tiver notícias dos dois cavalos e puder informar, eu (Faby Mattos) e First Julia agradecemos.
Até a próxima!
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Don Macanudo não desiste e garante Grupo 2 na campanha
O CERCA MÓVEL acompanhou a corrida ao vivo e a cores e conversou com o campeão Don Macanudo logo após sua conquista.
“Esta corrida serviu para provar que tenho qualidades e também deixar claro que a vitória só está assegurada após cruzar o disco”, falou ofegante o filho de Parme e Rastacuera (Val de Grace), criado pelo Stud Ubary, a quem também defende na raia.
Don Macanudo foi abandonado das apostas, sendo o grande azar do Grupo 2, mas o cavalo de 5 anos garante que isso foi fundamental para a sua vitória.
“Estava me esforçando bastante nos treinamentos. Sabia da qualidade de Olympic Exocet, que também mora no Centro de Treinamento Verde e Preto e recebe os mesmos cuidados do treinador Roberto Solanes; tinha o Jujuy, um cavalo que tenho muito respeito e estava reaparecendo; mas fiquei amargurado em ver na pedra um desconforto dos turfistas com relação à minha corrida.
A minha última atuação havia sido na grama, no Clássico Taça Cidade Maravilhosa (L.-2400mG), mas nunca fiquei fora do marcador quando atuo na pista de areia. Achei que faltou mais coerência dos turfistas ao me deixarem tão abandonado”, questiona.
Realmente, tive de concordar com Don Macanudo, pois antes da corrida na grama, realizada em agosto, o cavalo tinha corrido um Grupo 3 em maio, na distância dos 2.100 metros, pista de areia, e ficou com a 2ª posição. Ou seja, faltou um pouco mais de confiança em sua qualidade na areia.
O mais impressionante da vitória de Don Macanudo é que Yes Book trazia assegurada a conquista nos últimos 200 metros.
“Como falei anteriormente, a vitória só vale após cruzar o disco. Atuei sempre no fundo do lote, porém Bruno Reis sabia que eu tinha muitas reservas, está acostumado a trabalhar comigo na serra fluminense. Ele aguardou a reta final para me deixar correr a vontade.
Sabia sim que Yes Book tinha excelente vantagem, mas enquanto ele não cruzasse o disco, as minhas chances continuavam existindo. Foi esse pensamento que não permitiu que eu desistisse da conquista.
Nos últimos 100 metros consegui enfim emparelhar com ele e o próprio ainda tentou, mas talvez tenha ficado acanhado, tamanha a minha confiança. Livrei mínima ao cruzar o disco e garanto a todos os leitores do CERCA MÓVEL, naquela corrida só a vitória me interessava”, resume.
Quis saber quais seus planos futuros, visto que tem 5 anos de idade.
“Pretendo correr até os 6 anos. Ou seja, ainda tenho tempo para buscar outras conquistas. Sei que no próximo encontro de Jujuy, a dificuldade será maior, pois depois do que ele passou e ainda conseguir obter colocação é provar que está vivo e pronto para voltar a mandar na raia de areia carioca.
Sendo que mesmo respeitando a sua qualidade, tenho de avisar que me sinto cada vez melhor e será difícil me bater nas próximas atuações”, deixa o aviso.
Perguntei a Don Macanudo se ele queria dedicar a sua vitória a alguém.
“Olha, a vitória foi minha e mereci todos os méritos. Mas quero dividi-la com Olympic Exocet, pois o mesmo teve hemorragia e por isso correu abaixo do aguardado. No nosso próximo desafio, vamos tentar fazer uma dobradinha para o nosso treinador Roberto Solanes, lógico que eu chegando na frente”, encerra relichando de felicidade.
Don Macanudo correu em 10 oportunidades, obtendo 4 vitórias (primeira nobre) e 5 colocações (duas clássicas).
Triângulo amoroso no Sul
Leitores, estou investigando ainda, mas fortes rumores dão conta que um forte triângulo amoroso andou acontecendo no Sul do país e o desfecho do mesmo tem sido motivo para fracassos dos envolvidos em corridas futuras. Assim que eu obtiver as provas, publico aqui no CERCA MÓVEL.
Patrocínio
A turma de Recife que sempre acompanha o nosso CERCA MÓVEL, venho a publico agradecer o apoio não só nesse espaço, mas também no Dicas do Padoque e, principalmente, a nossa amizade, que julgo ser muito sincera e especial.
Obrigada Stud São José dos Bastiões!
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Hilaris reescreve sua história
Porém nada como um dia após o outro. Na verdade, 34 dias depois, Hilaris voltou a participar de uma corrida no Hipódromo de Cidade Jardim e a história foi completamente diferente do que havia acontecido em agosto.
“Não quero falar de nenhuma adversária, nem desmerecer seus feitos, mas quem me conhece sabe que algo de estranho havia acontecido na Copa Japão. No dia não quis falar, pois estava muito chateada. Era a favorita dos turfistas, público que sempre procuro respeitar ao máximo, e acabei finalizando na última posição.
Antes da partida, minha ferradura soltou. Não conseguia correr, pois o prego ficava me machucando e batendo no meu casco. Completei o percurso apenas para não desistir, mas não tinha nenhuma condição de brigar pela vitória tamanha a dor que sentia”, fala visivelmente emocionada.
Já exposto o problema na Copa Japão, pedi que Hilaris falasse sobre o vareio que deu no Clássico Imprensa (L.-1800mG), realizado no último sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, no que fui prontamente atendida.
“Fica fácil correr com tudo nos conformes. Não sentia dores nos cascos e ainda recebi a direção do líder Waldomiro Blandi. Tive ‘dó’ de quem era minha adversária, pois entrei na raia com a certeza de que não sairia com qualquer outro resultado que não fosse a vitória.
Assim que abriu os boxes, sai com tanta força do partidor que se o meu jóquei não fosse experiente, cairia. Lembro que a 2ª colocada, Carla Ayala, ficou 2 corpos atrás só na largada. No final da reta oposta, Que Milionaria, vencedora do último desafio e acostumada a correr por uma atropelada, saia da última posição para fazer a diagonal e assumir a 5ª.
Se ela, ou qualquer outra, pensava que eu iria esmorecer, só lamento. Ao entrar na reta final, Blandi me deixou a vontade para fazer o que gosto: correr e muito! Meti patas e nem quis lembrar que tinham outras competidoras no campo. Sei que cruzei o disco com fáceis 6 ¾ corpos e garanto que consegui apagar a má impressão deixada em agosto”, fala satisfeita.
Quis saber a opinião de Hilaris com o complemento do marcador.
“A 2ª posição de Carla Ayala me surpreendeu, pois me acompanhou o tempo todo na dupla e pouco se importou na reta final quando Que Milionária atropelou e ficou na 3ª posição. São duas adversárias que tomarei cuidado nos próximos encontros, pois se correm mais próximas, poderiam tentar dar trabalho”, responde com honestidade a égua.
Hilaris alcançou a oitava vitória da campanha, sendo a terceira clássica, perguntei se ela queria dedicar a vitória a alguém.
“Tenho de agradecer a Coudelaria Jéssica, que proporciona todas as condições para o cuidado perfeito do meu treinador Leandro Guignoni, e também a minha força de vontade, pois se não entro na raia focada na vitória, ela não viria”, ensina ao encerrar com o nosso bate-papo.
12 mil acessos
Parece que o CERCA MÓVEL caiu mesmo no gosto dos humanos e equinos. Alcançar 12 mil acessos com uma coluna publicada apenas uma vez na semana é algo fantástico. Obrigada a todos os velhos e novos leitores pela visita semanal.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
Tareco, um velhinho muito corredor
Saibam que também ouvi um bocado dos cavalos que costumam visitar esse espaço toda quinta-feira e nada encontraram na última semana. Portanto, o que posso dizer é ‘DESCULPA’ a todos vocês, equinos e humanos.
Enfim, estive em São Paulo no feriadão. Acompanhei de perto as vitórias de Queen Shu e Real Secret, os dois nascidos em 2006 e obtendo a primeira conquista em prova de Grupo 1, sendo a primeira no sábado e o outro na segunda-feira, feriado da Independência do Brasil.
Ainda na corrida do feriado, vi o quanto Helena de Birigui saiu da pista de grama de Cidade Jardim orgulhosa de si mesma após ter vencido o Grande Prêmio Independência (G3-1000mG), tornando-se o primeiro produto criado pelo Stud Birigui a conseguir prova graduada.
“Como é bom sentir que faço parte da história do Birigui. Também sei que Acedenir Gulart não me esquecerá, pois o presenteei com sua primeira vitória de Grupo como treinador. Muito bom ter me adaptado com perfeição ao Nelito Cunha”, comemorava a filha de Shudanz e Lumma (Polar Circle) depois de bater os melhores velocistas paulistas.
Não querendo desmerecer nenhum dos campeões citados, mas a coluna dessa semana bateu um papo descontraido com Tareco, um exemplo de cavalo para os mais novos.
Aos 6 anos de idade, o defensor do Stud Eternamente Rio ganhou com autoridade a primeira prova nobre realizada na semana anterior no Jockey Club de São Paulo: o Clássico Prefeito do Município de São Paulo (L.-1400mG).
“Dei sorte, pois o campo saiu vazio, com apenas seis cavalos, e isso facilita a vida de quem curte atropelar nos metros finais como eu”, começou Tareco, que comentou com detalhes a corrida realizada no 3º páreo da reunião de sábado.
“Larguei pela baliza 2, ao lado de Boker Tov, que adora pontear as provas que disputa. Cheguei a ficar na 2ª posição, mas o cavalo Capricho ficou me enchendo o saco, gritando ‘sai da frente velhinho, esse páreo não é para idosos’. Não quis entrar numa com o ‘brincalhão’ e deixei que o mesmo ficasse na dupla.
Optei por ficar na 3ª posição, não deixando que os dois ponteiros se afastassem muito, pois faltava pouco para o tiro direto. Quando entramos na reta final, eu até queria seguir junto à cerca interna, mas não quis ir contra o meu jóquei Waldomiro Blandi, afinal de contas, ele estreava com a blusa do Stud Eternamente Rio.
Obedeci a sua intenção de correr pela cerca externa, coisa que todos os meus adversários assim o fizeram.
Faltando 400 metros para o disco, quando os dois ponteiros pensaram que tinham matado o ‘velhinho’ aqui, tratei de ensinar a eles como se corre de verdade, passando por eles sem dificuldades e cruzando o disco com tranquilos 1 ¾ corpos”, resume Tareco.
Quis saber do filho de Rainbow Corner e Take Halo (Southern Halo), criado pelo Haras Campestre, se ele dedicava sua conquista a alguém em especial.
“Olha, vou dividir a minha vitória em três partes. A primeira aos turfistas que me elegeram favorito da corrida; a segunda ao jóquei Waldomiro Blandi que, mesmo fazendo uma estreia, me conduziu com perfeição; para encerrar, ao meu amigo Refuge Cove, que também defende o Stud Eternamente Rio e iria correr a prova em parelha comigo.
Sendo que teve problemas de saúde e precisou ser retirado antes do Programa Oficial ser finalizado. Então, ao garoto Refuge Cove, de quem gosto muito, dedico esta minha vitória”, avisa.
Tareco é pensionista de Luis Esteves e tratou de brincar com o treinador depois da corrida.
“Olha como ele (L. Esteves) está todo bobo hoje! Também, a mulher dele e minha veterinária, Dra. Adriana Lioi, está aqui em São Paulo. Formam um casal bonito e tenho sorte de contar com os cuidados deles.”
Depois de garantir a oitava vitória da campanha, sendo a segunda nobre, no auge dos seus 6 anos de idade, quis que Tareco revelasse quando pretende aposentar.
“Vixe, essa data eu não tenho em mente, pois enquanto estiver com condições fisicas de disputar as corridas, não paro. Adoro competir e acredito que tenho feito um bom trabalho para toda a equipe do Eternamente Rio. Portanto, o CERCA MÓVEL e seus leitores ainda deverão ter outras notícias sobre a minha campanha”, encerra o castanho.
90 VEZES CERCA MÓVEL
Meus amigos, leitores e personagens, esta é a 90ª edição do CERCA MÓVEL e pretendo fazer no mínimo mais 90 pela frente, afinal de contas, assunto é o que não falta aos nossos cavalos.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Tanta Honra aprova novo endereço
A corrida foi realizada no dia 1º de agosto, o CERCA MÓVEL desta semana entra no ar no dia 27. Ou seja, lá se vão 26 dias e nada fica resolvido. Isso é maldade com as duas competidoras. La Vendetta, que vive seu caso de amor com Jeune-Turc, e Tanta Honra, que depois de sofrer prejuízos dias antes da carreira, atuou de forma lícita, chegou na 2ª posição, mas faz jus ao seu êxito, após desclassificação.
Estive com a égua do Stud São Francisco da Serra no Centro de Treinamento Verde e Preto há exatos 8 dias. A mesma estava uma pintura e tinha poucos dias que havia sido declarada vencedora pela Comissão de Corridas do JCB.
No nosso encontro, Tanta Honra não quis criar muita polêmica sobre La Vendetta.
“Corridas são sempre corridas! Atuei com 80% das minhas condições, pois dias antes havia sofrido um acidente que quase me deixou de fora da Taça Osaf. Não pude ser medicada justamente para poder participar da corrida de Grupo 1 no dia 1º de agosto.
Corri de forma correta com Bruno Reis. Senti um pouco de dor. Cheguei a dominar a corrida na reta final, mas fui suplantada pela La Vendetta nos últimos 200 metros, cruzando o disco na 2ª posição, mas fiquei feliz com meu desempenho, pois ainda sentia um pouco de dor no local onde pisei em falso.
Quem apareceu dopada após a corrida não fui eu e também não sei de quem foi a culpa. Eu só quero o que é meu por direito. Ou seja, minha taça e meu prêmio.”
Recebendo o carinho de Luis Antonio Ribeiro Pinto, seu criador e proprietário, Tanta Honra comentou sobre os seus dias no CT Verde e Preto, sob os cuidados de Roberto Solanes.
“Não posso desmerecer o treinador Julio Cesar Sampaio, quem me domou e cuidou de mim nas primeiras atuações. Sendo que estou sendo muito bem tratada pelo Beto e sua equipe aqui no Verde e Preto. A raia é maior, tornando-se melhor para galopar. O carinho que tenho recebido aqui, faz com que eu esqueça meu antigo lar”, revela Tanta Honra.
A filha de Crimson Tide e Tana-Am (Nashwan), defensora do Stud São Francisco da Serra, se chateia toda vez que entra no Stud Book Brasileiro.
“Não sei aonde parará o nosso turfe. Mas é vergonhoso entrar no site do Stud Book Brasileiro, 26 dias após uma corrida, e não ver meu nome figurando como vencedora do GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra – Taça Osaf (G1-2000mG)”, desabafa.
Para não criar mal-estar nem com o JCB, nem muito menos com o Stud Book Brasileiro, decidi tomar um novo rumo para a nossa entrevista exclusiva. Quis saber de Tanta Honra o que ela pensa do seu criador: Luiz Antonio Ribeiro Pinto.
“Sinto um orgulho enorme de correr para ele. Sempre que vem aqui no Centro de Treinamento traz cenouras e outros agrados. Enfim, é um ‘paizão’.
Vou confessar a vocês que um dia ouvi na cocheira boatos de que a farda do Stud São Francisco da Serra foi baseada em indicações de uma mãe de santo. Se isso é verídico ou não, eu não sei. Só sei que é muito bom correr defendendo essas cores e essa estrela”, declara-se.
Tanta Honra recebeu a presença do seu proprietário e criador numa tarde de sol, nas últimas semanas, e aproveitou bem o encontro.
“Adoro meu ‘papai’. Trouxe meu pai (Crimson Tide) e minha mãe (Tana-Am) da Europa. Logo que nasci, mesmo estando no Rio Grande do Sul, foi lá me ver. Quando eu corro, uma parte do meu desempenho é por essa minha descendência e pretendo continuar obtendo bons resultados na raia, seja no Brasil, na Argentina ou no mundo todo.”
Aproveitei a empolgação de Tanta Honra e quis saber se a mesma planeja correr na Argentina, no que fui prontamente atendida.
“É lógico! Quero mostrar para as ‘hermanas’ que nós brasileiras não somos fácil de bater. Elas terão trabalho comigo.”
No próximo domingo, Tanta Honra estará participando do GP Duque de Caxias (G2-2000mG), a primeira etapa da Taça de Prata para fêmeas, e quis saber das suas expectativas para a corrida.
“O Hipódromo da Gávea é meu segundo lar. Soube que o campo da corrida saiu reduzido e isso acabará deixando o páreo mais aberto. Estou me sentindo em excelentes condições físicas e quero voltar a ganhar, agora sem deixar sombra de dúvida, por isso, cruzando na frente.
A diretoria do Jockey Club Brasileiro que terá de abrir o bolso, pois a conta deles comigo será maior. E quero tudo, com juros, de preferência”, encerrou, aos relinchos, Tanta Honra, provando também conhecer de economia, fato esse que eu desconhecia.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Hora de voltar ao batente
O bom filho à casa torna! Esse ditado pode ser aplicado perfeitamente ao cavalo Estrela do Oriente, que há dois meses está de volta ao Brasil, após morar quase 10 meses na França. O defensor do Stud Estrela Energia topou conversar com o CERCA MÓVEL para comentar sobre sua experiência no exterior e os planos no seu país de origem.
“Estou extremamente feliz em voltar ao Brasil. Não nego que estava meio preguiçoso para trabalhar, mas o clima mais quente aqui do Rio de Janeiro me deixou mais animado. Certo que fico na serra fluminense, que é mais fria que a capital, mas com certeza, qualquer lugar no Rio é mais quente que na Europa”, dá aula de temperatura Estrela do Oriente.
Para quem não lembra do entrevistado da semana, Estrela do Oriente foi o primeiro filho do garanhão Redattore a estrear em pista brasileira. Isso em janeiro de 2008, no Hipódromo da Gávea, e obteve a 2ª posição. Depois, o primeiro produto da égua Academia Real (Banker’s Gold), criado pelo Haras São José da Serra, tratou de fazer uma excelente campanha no Rio de Janeiro.
Correu um páreo de turma e venceu, tendo seu nome anotado no Clássico José Calmon (L.-1300mG) e confirmando ao obter outra vitória. Perdeu uma prova de Grupo 3, mas nas duas corridas seguintes, provou ter nascido para o ofício das carreiras, pois garantiu dois êxitos consecutivos, em provas de Grupo 2 e em Grupo 1, quando se despediu da raia carioca e seguiu para a Europa. Quis que ele me falasse um pouco da sua vida em 2008.
“Tive um excelente início de campanha. Em 2008, eu ainda era potro. Tinha apenas 2 anos, mas muita disposição na hora de correr. Quando viajei para a Europa em julho, acabara de completar 3 anos de idade. Ainda era potro, eu sei, mas o ritmo de trabalho me incomodava e, o pior, o local onde treinava não era igual ao Centro de Treinamento do Estrela Energia aqui no Brasil.
Sabia que estava no velho mundo, mas o meu conforto de primeiro mundo estava mesmo no Rio de Janeiro. Então isso começou a incomodar”, assume.
Busquei saber o motivo dele não ter, ao menos, estreado na França.
“De boa, eu meio que não me acostumei mesmo com o clima europeu. Tudo era muito frio, sabe. Não tava gostando nem um pouco. Tinha muita saudade da piscina com hidromassagem do CT Estrela Energia. Também comecei com alguns vícios que atrapalharam”, conta.
Lógico que solicitei a Estrela do Oriente que nos confidenciasse os tais vícios.
“A princípio não queria tocar nesse assunto, mas por outro lado é importante contar tudo, para justamente ajudar aos cavalos mais novos a não cometerem os mesmos erros que eu. Cheguei na França me sentindo o ‘cavalo’. Querendo ou não, tinha 3 anos de idade e 4 vitórias, 2 colocações em 6 saídas, ou seja, nunca havia saido do marcador.
Então conheci uma turma de cavalos franceses que aparentava ser bem legal. Eles tinham vinhos maravilhosos na cocheira. Vinho francês de excelente qualidade. Passei a degustar com eles, pois no começo servia para diminuir o frio. Sendo que no dia seguinte me dava uma preguiça daquelas de trabalhar.
Acabei ficando preguiçoso, não conseguia trabalhar direito e sempre buscava vinho à noite. Estava quase um cavalo alcoolico. Engordei muito, só queria vida boa, nada de trabalho. Mas se tivesse alguma festinha de cocheira, eu era o primeiro a chegar. Então acabei pegando um resfriado forte e senti minha imunidade começou a ficar baixa.
Foi quando meus proprietários decidiram que era hora de eu ser curado. Esta minha volta para o Brasil é na verdade uma nova chance à minha campanha e pretendo fazer tudo diferente”, alerta o cavalo, que agora tem 4 anos.
Quis saber da viagem de volta ao Brasil.
“Foi tranquila. Estava muito ansioso em chegar logo. Vim no mesmo vôo com os dois garanhões que atuarão no Paraná. Eles me perguntaram se eu não queria ir com eles e virar logo um reprodutor, só viver de ‘namoro’ com as éguas. Mas eu respondi que minha vontade maior era me recuperar e voltar logo às vitórias”, falou animado.
Há cerca de dois meses no Rio de Janeiro, pedi para Estrela do Oriente contar o que sentiu ao voltar para casa.
“Uma felicidade enorme. Revigora estar de volta à casa onde tivemos sempre boas lembranças e cuidados. Fiquei feliz em saber que Givanildo Duarte, que já conhecia como 2º gerente, seria o meu treinador. Ele é um cara legal, paciente e que ama muito o que faz. Sinceridade, às vezes sinto que ele entende o que falo, assim como você!
Sendo que não posso ser hipócrita em não afirmar que o que eu mais gostei de rever foi a piscina com hidromassagem. Como eu gosto daquilo”, suspira.
Sobre o futuro, Estrela do Oriente sabe bem o que quer.
“Estou galopando firme e voltando ao meu melhor peso. Quero retornar à raia em excelente forma, pois irei encarar de primeira o GP João José e José Carlos de Figueiredo (G3), dia 5 de setembro, no Hipódromo da Gávea. Portanto, não posso fazer feio na minha reestreia. Sendo que tenho de afirmar outra coisa, eu pretendo voltar ao exterior, mas para correr.
Andei conversando com outros cavalos do Estrela Energia, que souberam mostrar meu valor. Ou seja, ainda sou novo e tenho muito o que mostrar. Quero voltar à França e vencer as provas importantes, me dedicar ao trabalho lá, tanto (ou mais) do que me dedico aqui no Brasil. Esse será, daqui para a frente, o meu objetivo”, encerra o cavalo.
Com a vontade que anda galopando, não duvido de Estrela Oriente retornar à pista, mesmo sendo em Grupo 3, e figurar como favorito absoluto. É esperar para ver no dia 5 de setembro.
La Vendetta se defende
Com a suspeita de voltar a estar medicada e perder sua conquista no GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra - Taça Osaf (G1-2000mG), a égua La Vendetta, que foi uma das personagens da edição anterior do CERCA MÓVEL, aproveita para fazer sua defesa.
"Se eu estava dopada de alguma coisa, só poderia ser de amor", declarou.
Vamos aguardar o fim das provas e contraprovas para descobrir onde mora a verdade.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Casal vitorioso assume namoro
Em 2008, Jeune-Turc e La Vendetta participaram da semana máxima paulista e garantiram as vitórias nos respectivos GP’s São Paulo (G1-2400mG) e Organização Sulamericana de Fomento ao Puro Sangue de Corrida – Osaf (G1-2000mG). Ao entrevistar na época o cavalo do Stud CED, o mesmo acabou suspirando ao falar sobre La Vendetta, mas ninguém assumiu namoro algum.
Na época, os dois voltaram para o Centro de Treinamento Vale do Itajara, mas o cavalo Jeune-Turc acreditava, conforme entrevista publicada no CERCA MÓVEL de 29 de maio de 2008, que seria levado para os Estados Unidos, mas mesmo assim soltou que rolava uma paquera entre ele e a égua do Haras Tributo à Ópera.
“Olá leitores do blog mais acessado entre os equinos nacionais! É sempre uma honra participar dessa coluna. Fui muito bem tratado por vocês na minha conquista do GP São Paulo 2008 e agora volto para falar da minha alegria em ser campeão também do GP Brasil”, iniciou o cavalo do Stud CED, passeando pelo Vale do Itajara, com La Vendetta ao lado e continuou.
“Sou apaixonado por essa égua não é de hoje. Ela corre muito, tem ancas lindas e assim que encerrarmos a campanha na raia, pretendemos ter filhos”, já foi logo falando. Sendo que o interrompi e quis saber porquê só agora eles assumiram o namoro, quando a égua pediu a palavra.
“Jeune-Turc sempre me tratou com muito carinho. Em maio de 2008, quando viajamos para São Paulo e ganhamos nossas provas, voltamos para os nossos boxes aqui no Vale do Itajara e ele me pediu em namoro. Sendo que naquela época, ele ainda era potro (tinha 3 anos e não havia virado o ano hípico), ainda tinha a séria possibilidade de ir para os Estados Unidos, eu estava com 4 anos e também não sabia ao certo meu destino, sem falar que acreditava seriamente que era empolgação dele pela idade. Sabe como é, muitos cavalos novos querem namorar éguas mais velhas, mas depois de um tempo, largam e vão atrás das potrancas. Então, por tudo exposto, achei melhor não levar adiante o cortejo dele.”
Quis saber então porquê agora que a filha de Clackson e Stratas (Youth), de criação e propriedade do Haras Tributo à Ópera, decidiu por aceitar as investidas dele. Completamente envergonhada e com olhar apaixonado, La Vendetta falou.
“Tudo começou mesmo na sexta-feira, um dia antes de eu entrar na raia para competir no GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra (G1-2000mG), o Osaf carioca, que no ano anterior não atuei por ter sido inscrita no GP Brasil 2008 (G1-2400mG). Estava nervosa, pois era uma das poucas éguas mais velhas do páreo. Tinha muita garota nova e cheguei a ficar em dúvida se conseguiria ganhar a corrida. Jeune-Turc percebeu a minha agonia e veio conversar comigo.
‘Não fique assim. Suas adversárias até podem ser mais novas, mas qualidade como você elas não têm. Até porquê, você já venceu há tempos o páreo do meu coração e amanhã (sábado) na raia voltará a ganhar com certeza’. Na hora, minhas pernas bambearam, pois o olhar dele era muito bonito e sincero.
Quando alinhei para a prova, sequer olhei para as minhas adversárias, fiz a minha corrida, ganhei e quando voltei para o Itajara, ele me recebeu falando. ‘Você estava linda cheia de lama’, então permiti a aproximação dele e nos beijamos. Jeune-Turc, antes de ir para o box dele dormir, virou para mim e disse que ganharia o Brasil em minha homenagem. E não é que ele cumpriu!”, derrete-se La Vendetta ao falar sobre o seu amado.
Jeune-Turc não deixa por menos e diz porquê dedicou a égua sua vitória na prova máxima do turfe carioca.
“O beijo que trocamos na véspera do Grande Prêmio Brasil me deixou nas nuvens. Eu não corri, flutuei na pista de grama carioca. Enquanto Marcos Mazini, sobre o meu dorso, explodia de alegria por ter vencido a prova, eu explodia também de felicidade por ter, enfim, conquistado a corrida e o amor de La Vendetta. Ela é a melhor sinfonia que já ouvi”, suspira o filho de Know Heights e Creature Du Ciel (Machiavellian), criado pelo Haras Fronteira e defensor das cores do Stud CED.
Sobre o futuro da relação, os dois davam sinais claros de que duraria por muito tempo.
“Agora que tenho 5 anos e La Vendetta 6, acredito que os nossos proprietários não pensem em nos levar para fora do Brasil. Vamos curtir cada dia aqui no Vale do Itajara, um torcendo pelo outro, para obtermos outras conquistas”, encerra Jeune-Turc recebendo a aprovação da égua.
“Ele faz com que eu me sinta uma potranca. Por mim, corro até os 12 anos de idade, desde que Jeune-Turc esteja sempre do meu lado”, falou La Vendetta, olhando fixamente para Jeune-Turc, então ali percebi que era hora de deixar o casal de apaixonados sozinho e tirar meu time de campo.
10 mil acessos
Gente como o tempo passa! Graças ao carinho de vocês leitores, a coluna CERCA MÓVEL ultrapassa a excelente marca de 10 mil acessos. E olha que só estamos no mundo virtual. Muitos dizem que se fosse no impresso, ai sim chegariamos ainda mais longe, mas não pretendo mudar a forma da nossa criação e conto com vocês para continuarmos entrevistando e conversando com os cavalos.
Em tempo, hoje falei pelo rádio, com exclusividade, com o cavalo Glória de Campeão, que correrá no sábado o Arlington Million (G1-2000mG), com bolsa de US$ 1 milhão.
“Meu jóquei Tiago Josué Pereira chegou ontem (quarta-feira) e veio ao meu encontro. Relembrei da nossa vitória em Cingapura e percebi que tanto eu, quanto ele, estamos extremamente confiantes num bom desempenho sábado. Hoje galopei e gostei da pista de polytrack aqui de Chicago. Fico feliz em ter a companhia do também brasileiro Einstein no campo. Irei dar o meu melhor para garantir mais esta vitória na campanha”, garante o defensor do Estrela Energia Stables, braço internacional do Stud Estrela Energia, que irá encarar ainda Presious Passion, Just As Well, Stotsfold, Mr.Sidney, Gio Ponti, Cima de Triomphe e Recapturetheglory.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
GP Brasil, emoção para todas as raças
É verdade que todo e qualquer turfista que se preza fica ansioso com a proximidade de um grande evento de turfe, mas o Grande Prêmio Brasil sempre provoca muito mais emoção. Pode ser por conta do nome da prova, com referência ao nosso país; ou também pela idade da carreira, que desde 1933 encanta gerações e gerações de amantes dos cavalos de corrida; que seja, o importante é que descobri, entre os meus bate papos com os cavalos, que eles também agem de forma diferenciada na primeira semana de agosto.
“Fico extremamente feliz em iniciar minha campanha na raia no páreo que abre a festa máxima carioca. Meu pai, o argentino Potri Road, venceu o Brasil de 2002, então essa prova faz parte da história da minha família. Prometo dar o máximo de mim no 1º páreo de sexta-feira”, revelou a potranca Vera Nina.
Tentei falar com Requebra, sobre o GP Major Suckow (G1-1000mG) de sábado, mas foi Special Class quem me atendeu no Haras Santa Maria de Araras.
“Requebra está concentrada para o quilômetro internacional e estamos respeitando o desejo dela. Todos os competidores do GP Major Suckow sabem que ela é o diferencial do páreo, por isso todo mundo aqui do Araras, inclusive eu, torcemos para que ela entre de vez na história da carreira. Vou dar meu máximo na corrida, mas pretendo ajudar Requebra a se tornar bicampeã do Suckow. Ela é um exemplo a ser seguido por qualquer fêmea velocista”, resumiu a filha de Wild Event e Ivy League (Ghadeer), que sairá pela linha 1 e faz parelha com Requebra.
Estrela Anki não vê a hora de chegar o 7º páreo de sábado e competir no GP Roberto e Nelson Grimaldi Seabra – Taça Osaf (G1-2000mG).
“Corri abaixo do que sei em São Paulo, mas na Gávea sempre atuo melhor. Adorei a baliza 1, pois pela 2, ao lado, que obtive minha primeira vitória em Grupo 1 sobre Smile Jenny. Também fico feliz por ter o Jorge Leme novamente sobre meu dorso. Temos nos entendido muito bem durante os treinos. Meu maior receio é Ursula’s Home, que larga ao meu lado e é muito corredora”, falou a égua do Stud Estrela Energia.
Uncle Tom alinhará no 6º páreo do programa de domingo contra 14 adversários, sendo o único potro no campo do GP Presidente da República (G1-1600mG).
“Será um páreo e tanto para a minha carreira. Respeito todos os cavalos, que são mais experientes e com quem posso aprender muito, mas me sinto em fase espetacular e vale lembrar que no ano anterior, Snack Bar, um potro, quem levou a milha internacional. Espero repetir a façanha este ano com Tiago Josué Pereira sobre meu dorso.”
Logo após a milha internacional carioca, será a vez de 17 cavalos e uma égua alinharem para o Grande Prêmio Brasil 2009 (G1-2400mG). Conversei com Nuestro Hermano, cavalo que defende as cores do Stud JCM, coudelaria que venceu no ano passado a prova com Top Hat, hoje na reprodução.
“Vou estrear na Gávea motivado pela vitória de Top Hat em 2008. Quando comecei a treinar em Porto Feliz, eu e outros potros do João Macedo sempre tivemos como exemplos Quick Road e Top Hat. É uma honra ter sido escolhido para representar não só a farda do Stud JCM, mas também a história que os dois competidores traçaram nas pistas, pois Quick Road venceu o GP São Paulo (G1-2400mG) e Top Hat o GP Brasil (G1-2400mG).
Respeito nomes como Hot Six, Flymetothemoon, Time For Fun e, lógico, a bonita égua Smile Jenny, que espero ter mais contato, pois sempre achei sua pelagem linda (fala suspirando), mas irei dar o máximo na raia carioca. José Aparecido sabe como gosto de correr e há 3 anos que nós, paulistas, mandamos na festa carioca. Vou tentar o tetra!”, provoca Nuestro Hermano.
Como vocês podem ver leitores, eles também vivem intensamente o Brasil 2009 e espero encontrar todos na raia, durante o final de semana carioca.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
A Sangue Frio rouba a cena no domingo carioca
Sendo que estava desligado o telefone da mesma, então quando comecei a ligar para outros amigos/colegas de Alegria de Pobre, para localiza-la e lhe fazer algumas perguntas, eis que me vem a corrida de A Sangue Frio, o 7º do programa carioca.
Pessoal, não nego que fiquei de queixo caído, pois nunca vi um cavalo seguir ao pé da letra o seu nome. Então não tive dúvidas, conversei mesmo com o potro filho de Mastro Lorenzo e Gallatia (Sestero), de criação e propriedade do Stud Maggiore.
Quis saber dele como correu tão perfeitamente em sua primeira exibição, sim, pois era estreante.
“Obrigado pelo elogio, mas não fiz nada demais. Apenas estava bem preparado pela Claudinha Cury (treinadora) e o Tiago Josué Pereira também demonstrou confiança em me conduzir. Para mim, o trabalho em equipe que me proporcionou uma conquista logo na estreia”, resume o potro.
Indaguei sobre a vantagem que Jettie tinha na frente e como ele conseguiu não só alcançar, como ultrapassar o rival e ainda ter tempo para abrir vantagem. Foi quando A Sangue Frio realmente resolveu falar.
“Ok, o CERCA MÓVEL venceu! Vou contar o que houve. Era a minha corrida de estreia e eu estava nervoso. Larguei e fiquei meio bobo, vendo seis competidores ficarem na minha frente e eu sobrar para penúltimo. Sendo que quando o TJ conseguiu me ajustar, já estávamos na curva da variante.
Gostei de ter feito a curva e quando entrei na reta final, enfim acordei para a disputa. No começo, pouco me importava ganhar o páreo. Mas quando comecei a avançar pela linha 7, me senti bem. Parecia que os meus adversários tinham parado de correr, pois só eu atuava, foi quando escutei, mesmo de longe, Jettie comemorar antes do disco.
Ele falou algo do tipo: ‘quantos manés nesse páreo; assim fica fácil estrear com vitória’. Me senti mal também pelos outros competidores e fiquei muito chateado mesmo, para não dizer outro termo ofensivo.
Então, decidi ali que ele não ganharia. Tive muito sangue frio mesmo, pois eram quase 100 metros de vantagem que Jettie, potro de Bianca Garcia, tinha sobre mim. Mas não quis saber de conversa. Dei tudo de mim e não só o ultrapassei, como cruzei o disco com fáceis 2 ¼ corpos.
Sim, porque naquele momento não importava apenas ganhar. Eu tinha de vencer e com boa margem. E foi o que fiz!”
Leitores, não sei vocês, mas eu fiquei boquiaberta com a estória de A Sangue Frio e com certeza o nome dele não poderia ser outro.
Jujuy, desculpa!
Sim, antes que eu esqueça, recebi um telefonema de Jujuy, cavalo do Stud São José dos Bastiões que está de volta ao Brasil, após uma temporada em Maroñas, no Uruguai.
“Que é isso Karol, ficar falando no Orkut, na comunidade ‘Turfe Polêmica’ que estou feio e magro? Fala sério! Fiquei 48h dentro de um caminhão parado, na fronteira do Brasil. Só o fato de estar vivo já era para ser comemorado. Aguarde que agora que estou recebendo um merecido descanso no CT Vale do Marmelo e comendo pacas, logo você voltará a me ver bonitão”, falou o filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia.
Peço perdão a Jujuy aqui no CERCA MÓVEL, mas quero dizer que apenas o achei feio no site Brasil Turfe, do meu colega Roberto Micka. Porém, assim como diversos turfistas, torço para que logo ele volte a ficar ‘bonitão’ e, o principal de tudo, correndo tudo o que sabe.
Abraços em todos e até a próxima semana, faltando apenas uma para o Grande Prêmio Brasil.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Cavalos torcem por Ricardinho
Procurei conversar na terça-feira, pós-afirmação de Ricardinho sobre o seu linfoma, com os vencedores da semana e também com um em especial, e fiquei emocionada de como os cavalos têm um carinho permanente pelo jóquei brasileiro, que mesmo da Argentina, continua com grande torcida brasileira.
“Nunca tive a oportunidade de ter Jorge Ricardo sobre o meu dorso, mas pude competir com ele. Ele sempre respeita qualquer corredor, seja favorito ou não. Porém, busca sempre vencer com o seu conduzido. É um exemplo de jóquei e tenho certeza que logo estará curado e de volta à raia”, resumiu Requebra, vencedora por mais um ano da preparatória do GP Major Suckow 2009 (G1-1000mG), sendo levada pela primeira vez por Dalto Duarte, e pronta para tentar o bi no quilômetro internacional carioca.
Assim como Requebra, quem obteve conquista na tarde de sábado, porém em São Paulo, foi Salve Ela, com quem falamos na última quarta-feira, já sabendo sobre a doença do nosso campeão Ricardinho.
“Eu só fico chateada por um motivo. Nasci na Argentina e poderia estar na minha terra natal, próxima de Ricardinho. Só vejo suas atuações pela televisão, mas tenho certeza que assim como eu, qualquer cavalo ou égua gostaria de ter Jorge Ricardo sobre o dorso”, declarou a potranca de 2 anos, filha de Pure Prize e Salve Salve (Lode), criada pelo Haras Santa Maria de Araras.
Rutini e Jeune-Turc, que fizeram excelente pega no fim de tarde de domingo no Hipódromo da Gávea, na preparatória do Grande Prêmio Brasil 2009 (G1-2400mG), expressaram mensagens de apoio a Jorge Ricardo nesse novo páreo complicadíssimo na vida do bridão.
“Ele sairá fácil dessa”, falou Rutini. “J. Ricardo é craque e surpreenderá a todos quando ganhar mais este páreo da sua vida”, disse Jeune-Turc.
Starman voltou a ganhar na última segunda uma prova nobre no Rio de Janeiro e aproveitou para agradecer a Ricardinho.
“A primeira vitória mais importante da minha campanha eu obtive sob o comando de J. Ricardo. Foi o Bento Gonçalves (G1-2400mA) de 2007, que pela primeira vez o bridão carioca também conseguia. Ganhei meu 2º Bento em 2008 e meu maior desejo é ter Jorge Ricardo novamente sobre o meu dorso para tentar meu tricampeonato no Cristal em novembro próximo. Estou pronto Ricardo, esperando por você”, solicita o filho de Trempolino e Sweet Mind (Baligh).
Além do meu amigo Starman, fiquei emocionada tamanha emoção promovida por Flymetothemoon ao dar o seguinte depoimento.
“Me sinto culpado por ter pisado em falso em março, durante a grande curva do GP Latinoamericano (G1-2000mG), e ter derrubado Jorge Ricardo, o que prejudicou o seu linfoma. Se eu pudesse voltar atrás, buscaria fazer tudo diferente. Mas não tive culpa no acidente, foi uma fatalidade. Jamais pensei em prejudicar J. Ricardo.
Não quero desmerecer Waldomiro Blandi, mas preferia ter perdido o GP São Paulo 2009 (G1-2400mG) em maio, a ter prejudicado o campeão Ricardinho, em março. Só posso te prometer uma coisa campeão, farei de tudo para vencer o Brasil 2009 e homenagea-lo com a conquista”, relatou com lágrimas nos olhos o cavalo.
Antes de encerrar a coluna dessa semana, quero deixar claro para Flymetothemoon que acidentes na raia são fatalidades e o que houve em março, em São Paulo, não foi sua culpa. Jorge Ricardo é um campeão querido por todos, seja cavalo ou humano, e ganhará esse páreo facilmente. Torcida não lhe faltará!
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Colorado Sam acerta o passo para a semana máxima carioca
O filho de Notation e Val-Paineira (Roba Fina), criado pelo Haras Santa Anita do Minuano, revelou para os nossos leitores o que ‘rolou’ no último GP Gervásio Seabra (G2-1600mG). Sendo que antes de começar a falar sobre a corrida, brincou com a editora deste blog.
“Queria saber se o CERCA MÓVEL iria esperar eu completar 10 anos para enfim me convidarem para ser entrevistado (relincha com certo deboche). Mas, antes tarde do que nunca! Obrigado pelo convite em me tornarem o personagem da semana.
Sobre a corrida, tudo correu nos conformes. Marcos Mazini acertou na forma que gosto de atuar. Me deixou mais quieto, junto aos paus, mas sem me desvencilhar dos ponteiros. Na reta final, só precisamos sair com cuidado de junto da cerca interna, buscar a linha 4, para sem percalços, atropelarmos tranquilos e dominarmos sem muita luta o então ponteiro Sugiro”, resume.
Indaguei o castanho para saber como o mesmo se sente aos 6 anos de idade.
“Corpo de cavalo e saúde de um potro! É assim que me sinto. O mestre Guignoni sabe dosar bem nos treinamentos e isso faz com que eu consiga manter a forma, independente da idade. Não nego que é complicado disputar com corredores mais novos, pois estão cheios de estamina para queimar. Sendo que a idade trás experiência e isso faz com que eu consiga me sobressair sobre os outros.
Um exemplo simples, enquanto eles se matam de correr, em qualquer linha, gastando ao máximo suas reservas, eu procuro fazer justamente o contrário. Me preservo o máximo possível, gastando minhas reservas apenas para os metros finais.
Lógico que não posso deixa-los muito distantes, porquê se não fica difícil alcança-los depois. Largando de uma boa baliza, pegando logo à cerca interna e conseguindo manter brechas para atropelar, acho que conseguirei outras vitórias”, revela o campeão.
Lógico que o comentário sobre os mais novos deveria ter um nome em especial e quis saber de Colorado Sam quem seria.
“Não posso negar que fiquei impressionado com o desempenho de Record Holder. O cavalo acaba de fazer 4 anos e estreava na esfera nobre. Participou avidamente do páreo, desde a largada até os metros decisivos. Ele foi superado por Sugiro, depois por mim. Sendo que ainda lutou nos últimos 100 metros para garantir a formação da dupla. Sem dúvida, é um adversário que merece a minha atenção num próximo encontro.”
Já que Colorado Sam sugeriu com sua resposta anterior, quis saber dele se o próximo encontro será o GP Presidente da República (G1-1600mG), marcado para o dia 2 de agosto, no Hipódromo da Gávea.
“Se Record Holder será inscrito eu não sei, mas com certeza me referi ao Presidente da República (G1-1600mG) sim! Também ganhei a preparatória no ano anterior, mas no dia da prova fiquei aquém das minhas reais possibilidades. Esse ano, quero mudar a história e levar a milha internacional carioca”, encerra confiante.
Sem dúvida que não podemos duvidar da qualidade e, agora também, da educação de Colorado Sam, mas a preocupação dele com os mais novos na milha internacional carioca do próximo mês não deverá se reservar apenas em Record Holder, mas também em Saberete, que aos 4 anos anda voando em São Paulo. Vem de vencer três páreos consecutivos na milha, sendo o último deles no último domingo, o GP Presidente da ABCPCC (G3-1600mG), realizado em Cidade Jardim e também preparatória para o GP Presidente da República (G1-1600mG) de logo mais.
Como os leitores podem ver, se as preparatórias já estão dando o que falar, imaginem em agosto na Gávea, onde será realizado o festival internacional do Grande Prêmio Brasil! Não sei vocês, mas eu não perco.
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Smile Jenny mostra amadurecimento
Lógico que estou falando da, agora égua, Smile Jenny! A defensora do Stud Torna Surriente que desbancou os machos no último domingo, quando da realização do GP ABCPCC – Matias Machline (G1-2000mG), prova central do festival da Copa dos Criadores, realizado no Hipódromo da Gávea.
A filha de Wild Event e Jenny Jacquet (Roy), criada pelo Haras Santa Maria de Araras, encarou seis adversários e mostrou toda a sua classe ao ganhar mais uma prova de Grupo 1 na campanha e conta com exclusidade para nós como foi a corrida.
“Obrigada por me dar mais um espaço no CERCA MÓVEL. Gosto muito de participar e colaborar com a coluna, uma das mais lidas por nós, éguas e cavalos. Esperava uma boa corrida no domingo. Não nego que fiquei apreensiva ao pisar na grama e perceber que a mesma estava pesada, lembrando muito o estado que se encontrava em abril, quando participei e perdi o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1-2400mG).
Mas Jean Pierre, como sempre, estava sobre o meu dorso, me fazendo carinho e me fez perceber que aquela tarde iriamos escrever uma nova história. Sendo que de vitória!
Alinhamos na baliza 4, ou seja não muito afastada da cerca interna. Largamos bem, ao ponto de assumirmos a ponta, mas logo fui ultrapassada por Desejado Máximo, Engaging e Time For Fun. Fui contida e mantida junto aos paus por meu jóquei. Estávamos preocupados apenas com o percurso, para fugirmos de empecilhos.
Ao entrar na reta final, ai sim, abrimos para a linha 5 e ai, todo mundo que viu o páreo já sabia que aquele era nosso. Corri firme, ultrapassando um a um dos adversários que estavam antes à minha frente, dominando todos e cruzando o disco na frente com 2 ½ corpos de vantagem.”
Pedi para Smile Jenny descrever o que sentiu ao ganhar a corrida.
“Alívio! Um grande alívio. Cada passada que eu dava, me aproximando do disco de chegada, eu deixava para trás as lembranças ruins daquela derrota de abril para Estrela Anki. Cada metro percorrido, eu conseguia provar mais a minha qualidade. Ao cruzar o disco na frente, percebi que àquela derrota tinha realmente ficado para trás e uma nova página da minha vida estava começando”, fala com lágrimas nos olhos.
Mesmo a entrevistada comentando que tinha deixado para trás a derrota de abril, a provoquei, pois a derrota de abril significou um título perdido.
“Sem dúvida que o significado daquela corrida teve um peso enorme por ter sido a última etapa da Coroa. Sei, mais do que muitos cavalos ou humanos, das dificuldades em obter uma Tríplice Coroa. Cheguei perto, perdi um título de tríplice coroada por cabeça, mas se eu continuasse me martirizando apenas por àquele título, não teria voltado aos treinos e me preparado para vencer no último domingo.
Ou seja, passou, não tenho como voltar atrás. Talvez não fosse necessário ter um título de tríplice coroada na minha campanha. Outras vitórias podem estar esperando por mim e posso fazer história de outra forma. As irmãs Be Fair e Virginie foram tríplices coroadas, mas nenhuma delas ganhou para cima de potros e cavalos mais velhos como eu fiz no domingo.
Be Fair ainda tentou no Derby Brasileiro (G1-2400mG), mas perdeu para Super Power, e nem por isso foi criticada na época, muito pelo contrário, foi elogiada por ter tido a coragem de enfrentar os machos.
Eu também enfrentei machos de qualidade, sendo dois vencedores de Derbies (Gibson e Time For Fun) e cheguei na frente de todos eles. Sei do meu valor, sei do valor da minha equipe, sei que muitas alegrias ainda proporcionarei na raia”, desabafa Smile Jenny.
Gostei muito da forma como a égua de 4 anos se portou na resposta anterior e procurei descobrir qual a sua idéia futura.
“Muita gente, depois da minha conquista no domingo, passou a me considerar como a ‘Rainha da Gávea’. Quero dizer a todos eles que adorei o elogio, mas pretendo realmente me sagrar com esse título após a realização do próximo Grande Prêmio Brasil (G1-2400mG). Dedicação nos treinamentos e confiança não me faltam”, encerra a campeã.
Na minha opinião leitores, Smile Jenny já é sim a Rainha da Gávea, mas caso ela vença a prova máxima carioca em agosto, passará a ser a “Rainha do Brasil”. Torcida ela já tem.