A potranca do Stud Torna Surriento era a grande favorita ao êxito no GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1-2400mG), pule de R$ 1,40. A prova, realizada no último dia 21, correspondia a última etapa da Tríplice Coroa de potrancas e a única que faltava para Smile Jenny tornar-se a quarta fêmea a obter o cobiçado título no Rio de Janeiro.
Sendo que as coisas não saíram como a filha de Wild Event e Jenny Jacquet (Roy), criada pelo Haras Santa Maria de Araras, desejou. Por cabeça de diferença, Smile Jenny perdeu a corrida e o título de tríplice coroada. Por isso, foi difícil faze-la falar, mas a castanha topou conversar com o CERCA MÓVEL.
Primeiro quis saber sobre como ela estava se sentindo no dia da corrida.
“Acordei bastante disposta. O tempo estava feio, chovia muito, mas me sentia bem. Cheguei cedo ao Hipódromo da Gávea, não cansei da viagem. Inclusive, viajei com Special Class, que atuou no páreo anterior ao meu e com 3 anos (como eu), correu em prova mista, com competidores mais velhos, e acabou vencendo o GP Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro (G3-1000mG), conduzida pelo Jean Pierre, meu jóquei.
Ou seja, entrei na raia de grama (pesada) em seguida com Jean Pierre. Ambos estavam muito mais confiantes de que ganharíamos e talvez tenha sido esse o nosso erro”, relembra.
Quis saber da corrida em si, no que a mesma não decepcionou em comentar.
“Não quero arrumar desculpas, mas eu estava largando, costumeiramente, pela baliza 1. Tinha mais de 3 meses que eu só atuava por aquele terreno e na raia de areia. De repente, corro pela baliza 9, por fora de todas as minhas adversárias, e também na pista de grama, que estava em boas condições, sendo que muito pesada.
Enfim, eram nove corredoras, sai pela baliza 9, fiz todo o percurso sempre dando vantagem às minhas adversárias e na reta final, depois de ter percorrido muito mais terreno que qualquer outra competidora, tamanha a distância que corri longe da cerca interna, iniciei a minha habitual atropelada.
Jurava que a minha rival era Sagacitá, pois duelamos com firmeza nos últimos 350 metros e quando a dominei foi que me dei conta que por dentro Estrela Anki tinha vencido a prova, por ter passado no disco cabeça na minha frente”, resume.
Quis saber se ela culpava o jóquei Jean Pierre pela sua derrota.
“Ele é novo na profissão e confiava muito na minha qualidade. Não fez por mal ter escolhido o espaço mais distante da cerca interna. O que nem eu, nem ele esperava era por Estrela Anki correndo junto à cerca interna. O fato de não termos visto a competidora foi que atrapalhou a nossa vitória. Mas, tudo bem, sei que juntos iremos ganhar outras provas importantes e por causa de uma derrota não podemos apagar as outras conquistas que obtivemos juntos.
Parabéns à Estrela Anki e ao jóquei Marcelo Almeida que fizeram uma corrida mais acertada. Sendo que eu era a candidata ao êxito, por isso todas as atenções estavam na minha corrida. Tive de correr um pouco mais aberta que as outras para que não sofresse nenhuma fechada durante o percurso e tudo isso conta no final”, defende, dando muitas explicações.
Para encerrar o nosso papo, quis saber de Smile Jenny como se sente atualmente e quais os planos futuros.
“Bem, carreiras são sempre carreiras e agora entendi bem esse ditado. Aos poucos começo a aceitar o que realmente aconteceu naquela tarde. Nos primeiros dias foi difícil superar tudo, mas sou nova e sei que novas conquistas virão.
Ainda não está definido o meu futuro. Não sei se tenho tempo de voltar aos 2.000 metros e tentar correr o GP Osaf (G1-2400mG), em maio. No entanto, cheguei bem nos 2.400 metros e não teria medo de encarar, por exemplo, um GP São Paulo (G1-2400mG), mesmo misturada aos machos. Sei que poderia surpreender muita gente e muitos corredores. Mas essa decisão não cabe apenas a mim e sim a uma equipe. Assim que escutar algo na cocheira, te aviso”, garantiu, dando por fim a nossa conversa.
Então, os leitores, eqüinos ou não, já sabem: assim que eu souber de algo, aviso a vocês por aqui, pelo CERCA MÓVEL.