“Quando você me vê, eu vejo acender, outra vez, aquela chama. Então, para quê se esconder, eu preciso saber, o quanto me ama...”. Olá leitores, desculpem pelo atraso desta, mas ontem estive no show da Preta Gil (sim, a filha do ex-ministro e sempre artista Gilberto Gil) na companhia do empolgado Matungo Aurélio Ribeiro (gostaram) e mais quem manda aqui em casa. Foi perfeito, uma ótima opção de entretenimento.
Mas vamos ao que interessa, que é falar dos cavalos. Mostrarei à vocês, mais um episódio na vida do meu amigo Starman. Depois de ganhar, pela segunda vez, o Grande Prêmio Bento Gonçalves (G1-2400mA), Starman não pensa em outra coisa que não seja o GP Paraná 2008. E foi numa cocheira do prado paranaense, que consegui essa exclusiva, por telefone, que conto para vocês.
“Como estão vocês leitores do CERCA MÓVEL? Estou muito empolgado com mais uma oportunidade que os meus responsáveis me ofereceram, pois além de adorar desafios, sempre tive muita vontade de conhecer o Jockey Club do Paraná, afinal de contas, nasci nesse estado e está sendo muito bom poder voltar a sentir o vento frio e inconfundível de Curitiba”, falou o filho de Trempolino e Sweet Mind (Baligh), criado pelo Haras São José da Serra, no município de São José dos Pinhais, no Paraná.
Antes que ele se empolgasse e falasse apenas na prova futura, solicitei ao defensor de Aluizio Ribeiro que relembrasse a noite em que ele entrou para a história do Bento Gonçalves, tornando-se bicampeão da carreira.
“Foi um momento mágico. Jorge Ricardo chegou da Argentina e foi direto na cocheira onde eu já estava recebendo os mimos do meu treinador Dulcino Guignoni, bem como do Leandro. O ‘número 1 do mundo’ me olhou nos olhos e perguntou se eu estava pronto para ser bicampeão. Não sei ao certo se ele entendeu, mas respondi com um relincho que sim.
A emoção foi completamente diferente do ano anterior. A começar que em 2007, corri com a luz do sol. Também estava me acostumando com o Ricardinho e era a minha primeira viagem tão longa. Era tudo novidade.
Agora não, as pessoas da cocheira me conheciam e me respeitavam. Passeei pela vila hípica e fui muito cumprimentado, bem como paquerado por éguas interessantes (relincha). Umas, te garanto, não deviam em nada à cobiçada Ranger Girl. Mas, estava ali a trabalho, não para diversão.
Quando entrei na raia do Hipódromo do Cristal, escutei as crianças fazendo algazarras, gritando meu nome e do Jorge Ricardo. Apesar dos comentários favoráveis ao Jaguanum, eu era o astro da noite. Durante o cânter, passei pelo lado firme da raia e decidi qual o melhor caminho para tentar o bi.
Na hora do alinhamento, juro que me senti o próprio Seabiscuit, largando à bandeira e com todos os espectadores afoitos pela largada. Estava tão concentrado, que cheguei a escutar as batidas do meu coração. Largou e vi Jaguanum desesperado indo para a ponta, eu ficava em 4º, só no galope. Apenas na reta oposta que fui posicionado mais próximo, aguardando a reta final.
Na última curva, eu e Ricardinho estávamos atrás apenas de Jaguanum, que continuava ponteando. Então mostrei para meu piloto que estava na hora da verdade, o mesmo me entendeu perfeitamente e deu rédeas. Pronto, entrei na reta final livre, escolhendo o melhor caminho e ultrapassei sem muita luta Jaguanum. Só parei de correr quando já tinha cruzado o disco e ouvido a vibração das pessoas na arquibancada, em especial das crianças. Foi uma noite perfeita!”, detalhou Starman.
Quis saber do cavalo, que está com 5 anos, quais os planos futuros.
“Primeiro, quero vencer o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA). Estou me sentindo no melhor da forma física. Queria ter corrido essa prova em 2007, mas ainda estava, digamos que, verde para tal. Este ano não abria mão. Tenho uma filiação régia e uma equipe fantástica. Respeito todos os meus adversários, mas saibam que quem quiser vencer, terá de me ultrapassar”, garantiu.
Além dele, o campo da prova máxima paranaense, que será realizada no domingo, dia 7 de dezembro, está formado por Sib Danzig, Honorifique, Madrileno, Uruguayo di Punta, Finger Print, Ama-Tiri, Forever Friends, Tango Uno, Blessed Mustang, Amigo Gaúcho, Hiper Pet, Ocho El Negro e Uno Campione.
Para não atrapalhar os trabalhos de Starman, já dava como encerrada a entrevista quando o mesmo fez questão em deixar um recado.
“Quero aproveitar esse espaço no CERCA MÓVEL, onde sei que tanto os cavalos, quanto os humanos, passam por aqui para nos entendermos melhor, para demonstrar meu apoio ao treinador Dulcino Guignoni. Se hoje sou um vencedor de provas tradicionais, devo a ele e sua equipe. Vou me esforçar ao máximo para ganhar a taça do GP Paraná 2008, para que Guignoni a coloque num espaço reservado entre as tantas outras que já tem.
Também sei que cada vitória obtida por nós, pensionistas dele, é transformada em presentes para o Natal das crianças da cidade de Recreio, local onde ele nasceu e nunca abandonou. Por você Guignoni, ganharei mais uma prova graduada”, prometeu Starman.
É amigos, agora é esperar para ver se a promessa será cumprida, mas garanto a vocês que nunca vi meu amigo tão empolgado. Só sei de uma coisa: não perco a festa paranaense por nada. Até lá!
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Com som de Bingo, gatinha apavora fantasma
Como vão leitores! Espero que todos bem. Sei que a maioria de vocês está aguardando meu bate-papo com o meu amigo Starman, que na última quinta-feira conseguiu ser bicampeão do Grande Prêmio Bento Gonçalves (G1-2400mA), pois saibam que a “exclusiva” fica para a próxima semana.
O motivo é uma denúncia (devidamente checada) que o CERCA MÓVEL recebeu do potro Olympic Gatsby, que atuou no último domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim. O episódio é tão absurdo, que Starman concordou na mesma hora em adiarmos a sua matéria. Mas, vamos à história.
Olympic Gatsby alinhou para o 9º páreo da reunião paulista, na seta dos 1.600 metros da pista de grama, tendo pela primeira vez Josiane Gulart sobre o dorso. O defensor do Haras Regina dava claros sinais de quê estava nervoso, desde o cânter, e explicou o motivo.
“Quando entrei na raia, olhei para cima da Tribuna Social e me admirei, pois nunca tinha observado um salão social tão movimentado, pensei até que a tarde de domingo era de Grande Prêmio São Paulo, tamanha a agitação no prado paulista. Para se ter uma idéia, das quatro vezes que atuei no Hipódromo da Gávea, todos foram em dias comuns, por isso poucas pessoas estiveram presentes. Além disso, também estava empolgado em ser conduzido, pela primeira vez, pela joqueta Josiane Gulart, que só conhecia através da televisão. Ela é realmente uma gatinha”, suspira o potro, que fez um cânter meio tímido.
Quando estava indo em direção ao partidor, o filho de Roi Normand e Iasmin Edge (Ghadeer), criado pelo Haras Santa Ana do Rio Grande, não escondeu o quanto estava chateado e fechou a cara por completo.
“Não estou acreditando no que estou vendo. Todas aquelas pessoas não vieram ao Jockey Club de São Paulo para observar a nós, cavalos de corrida, e sim para acompanhar um bingo. É verdade isso Olympic Blue?”, perguntou indignado o potro, no que o companheiro de cocheira, também estreante em São Paulo, respondeu. “Foi o que me contaram, mas pode ser brincadeira.”
Com a dúvida na cabeça, os dois defensores do Haras Regina, bem como mais nove competidores, foram alinhar para a corrida.
Iniciado o páreo,visivelmente pertubado, Olympic Gatsby nem parecia participar da carreira, pois enquanto Armal e Capricho sairam disputando a ponta, o nosso entrevistado ficava na frente de apenas três corredores. “Estou nervoso com essa gatinha no meu dorso e apreensivo com a idéia de quê um Bingo seja melhor que nós, cavalos de corrida. Não posso acreditar”, desconcentrava-se o corredor.
Enquanto Olympic Gatsby ficava para trás, no final da reta oposta Capricho conseguia assumir a ponta, trazendo na cola Diamond Black, Olympic Blue, Armal e Iamwhatiam. Ao entrar na reta final, Diamond Black forçou e assumiu a dianteira, porém Capricho continuou próximo e começava a desvencilhar Iamwhatiam, que bem tocado por João Moreira, o “fantasma” de Cidade Jardim, passou a pontear a carreira nos últimos 250 metros. Nesse instante, Olympic Gatsby já estava bem adaptado com Josiane Gulart, mas tinha cerca de 3 corpos para o ponteiro.
“A minha atenção estava voltada para a algazarra do salão social. Escutei, pelos alto-falantes do hipódromo, o som de 37, foi quando percebi que na verdade não era o narrador Casela quem estava no som e sim o bingueiro, pois meu número era o 3 e quem estava ponteando a carreira era o número 4.
A chateação que sentia foi me transformando por dentro, pois não queria acreditar que um jogo de cartela poderia ser mais emocionante que a nossa atuação na raia de grama, foi quando ouvi o número 49 ser falado no alto-falante. Fiquei muito ‘P’ da vida e quis acabar logo com aquilo. Estava distante de Iamwhatiam cerca de 3 corpos nos últimos 50 metros, mas senti que a gatinha estava disposta também a assustar o fantasma e juntos fomos alcança-lo e ultrapassa-lo, cruzando o disco com cabeça de vantagem. Fiz questão de sair da raia gritando 55, que foi o quanto eu rateei aos turfistas que confiaram em mim 10 reais”, relembrou.
Mesmo alcançando a vitória na estréia paulista e somando a segunda conquista da campanha, Olympic Gatsby continuava chateado com a situação. “O pior foi o que soube depois do páreo. Cada cartela do ‘Bingo da Social’ custava R$ 10,00 (dez reais) e algumas rodadas pagaram prêmios mairores do que o que vou receber pela minha vitória. Isso sem falar nos gastos da minha viagem de Teresópolis até São Paulo. No Rio, estava acostumado a ouvir a transmissão da minha atuação e não pedras de Bingo”, comparou, para emendar em seguida. “Ao menos, escapei dos chatos discursos que outros amigos já presenciaram.”
Apesar de tudo, quis saber do potro o que de bom ele levará na bagagem para o estado do Rio de Janeiro. “Sem dúvida, a foto da vitória que tirei com a gatinha Josiane, pois todos os competidores do Regina são fãs dela. Os que estão no Centro de Treinamento Verde e Preto têm menos contato, mas sonham em ser, um dia, conduzidos pela gatinha. Também aproveitarei para tirar um sarro de Olympic Castle, que não fez uma forcinha a mais para vencer quando esteve em São Paulo, na segunda-feira (10/11), com medo de ter uma foto e o pessoal da cocheira ficar comparando a beleza dela com a da gatinha”, brincou Olympic Gatsby.
Para encerrar nosso bate-papo, quis saber se o potro pretende voltar a São Paulo.
“Bem, enquanto a raia de grama da Gávea não ficar pronta, será o jeito vir para Cidade Jardim. Sendo que vou sugerir aos meus colegas, que também devem vir, para aprendermos a jogar Bingo, pois quando voltarmos em São Paulo, o pessoal do Salão desce para correr na raia e nós assumimos os lugares deles, em busca de prêmios maiores”, relinchou e encerrou o assunto Olympic Gatsby.
Torcemos para que esse mal-entendido entre o ‘Bingo da Social’ e os cavalos de corrida não volte a se repetir e que os corredores possam continuar ouvindo, da raia, a voz do locutor Roberto Casela.
Até a próxima!
O motivo é uma denúncia (devidamente checada) que o CERCA MÓVEL recebeu do potro Olympic Gatsby, que atuou no último domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim. O episódio é tão absurdo, que Starman concordou na mesma hora em adiarmos a sua matéria. Mas, vamos à história.
Olympic Gatsby alinhou para o 9º páreo da reunião paulista, na seta dos 1.600 metros da pista de grama, tendo pela primeira vez Josiane Gulart sobre o dorso. O defensor do Haras Regina dava claros sinais de quê estava nervoso, desde o cânter, e explicou o motivo.
“Quando entrei na raia, olhei para cima da Tribuna Social e me admirei, pois nunca tinha observado um salão social tão movimentado, pensei até que a tarde de domingo era de Grande Prêmio São Paulo, tamanha a agitação no prado paulista. Para se ter uma idéia, das quatro vezes que atuei no Hipódromo da Gávea, todos foram em dias comuns, por isso poucas pessoas estiveram presentes. Além disso, também estava empolgado em ser conduzido, pela primeira vez, pela joqueta Josiane Gulart, que só conhecia através da televisão. Ela é realmente uma gatinha”, suspira o potro, que fez um cânter meio tímido.
Quando estava indo em direção ao partidor, o filho de Roi Normand e Iasmin Edge (Ghadeer), criado pelo Haras Santa Ana do Rio Grande, não escondeu o quanto estava chateado e fechou a cara por completo.
“Não estou acreditando no que estou vendo. Todas aquelas pessoas não vieram ao Jockey Club de São Paulo para observar a nós, cavalos de corrida, e sim para acompanhar um bingo. É verdade isso Olympic Blue?”, perguntou indignado o potro, no que o companheiro de cocheira, também estreante em São Paulo, respondeu. “Foi o que me contaram, mas pode ser brincadeira.”
Com a dúvida na cabeça, os dois defensores do Haras Regina, bem como mais nove competidores, foram alinhar para a corrida.
Iniciado o páreo,visivelmente pertubado, Olympic Gatsby nem parecia participar da carreira, pois enquanto Armal e Capricho sairam disputando a ponta, o nosso entrevistado ficava na frente de apenas três corredores. “Estou nervoso com essa gatinha no meu dorso e apreensivo com a idéia de quê um Bingo seja melhor que nós, cavalos de corrida. Não posso acreditar”, desconcentrava-se o corredor.
Enquanto Olympic Gatsby ficava para trás, no final da reta oposta Capricho conseguia assumir a ponta, trazendo na cola Diamond Black, Olympic Blue, Armal e Iamwhatiam. Ao entrar na reta final, Diamond Black forçou e assumiu a dianteira, porém Capricho continuou próximo e começava a desvencilhar Iamwhatiam, que bem tocado por João Moreira, o “fantasma” de Cidade Jardim, passou a pontear a carreira nos últimos 250 metros. Nesse instante, Olympic Gatsby já estava bem adaptado com Josiane Gulart, mas tinha cerca de 3 corpos para o ponteiro.
“A minha atenção estava voltada para a algazarra do salão social. Escutei, pelos alto-falantes do hipódromo, o som de 37, foi quando percebi que na verdade não era o narrador Casela quem estava no som e sim o bingueiro, pois meu número era o 3 e quem estava ponteando a carreira era o número 4.
A chateação que sentia foi me transformando por dentro, pois não queria acreditar que um jogo de cartela poderia ser mais emocionante que a nossa atuação na raia de grama, foi quando ouvi o número 49 ser falado no alto-falante. Fiquei muito ‘P’ da vida e quis acabar logo com aquilo. Estava distante de Iamwhatiam cerca de 3 corpos nos últimos 50 metros, mas senti que a gatinha estava disposta também a assustar o fantasma e juntos fomos alcança-lo e ultrapassa-lo, cruzando o disco com cabeça de vantagem. Fiz questão de sair da raia gritando 55, que foi o quanto eu rateei aos turfistas que confiaram em mim 10 reais”, relembrou.
Mesmo alcançando a vitória na estréia paulista e somando a segunda conquista da campanha, Olympic Gatsby continuava chateado com a situação. “O pior foi o que soube depois do páreo. Cada cartela do ‘Bingo da Social’ custava R$ 10,00 (dez reais) e algumas rodadas pagaram prêmios mairores do que o que vou receber pela minha vitória. Isso sem falar nos gastos da minha viagem de Teresópolis até São Paulo. No Rio, estava acostumado a ouvir a transmissão da minha atuação e não pedras de Bingo”, comparou, para emendar em seguida. “Ao menos, escapei dos chatos discursos que outros amigos já presenciaram.”
Apesar de tudo, quis saber do potro o que de bom ele levará na bagagem para o estado do Rio de Janeiro. “Sem dúvida, a foto da vitória que tirei com a gatinha Josiane, pois todos os competidores do Regina são fãs dela. Os que estão no Centro de Treinamento Verde e Preto têm menos contato, mas sonham em ser, um dia, conduzidos pela gatinha. Também aproveitarei para tirar um sarro de Olympic Castle, que não fez uma forcinha a mais para vencer quando esteve em São Paulo, na segunda-feira (10/11), com medo de ter uma foto e o pessoal da cocheira ficar comparando a beleza dela com a da gatinha”, brincou Olympic Gatsby.
Para encerrar nosso bate-papo, quis saber se o potro pretende voltar a São Paulo.
“Bem, enquanto a raia de grama da Gávea não ficar pronta, será o jeito vir para Cidade Jardim. Sendo que vou sugerir aos meus colegas, que também devem vir, para aprendermos a jogar Bingo, pois quando voltarmos em São Paulo, o pessoal do Salão desce para correr na raia e nós assumimos os lugares deles, em busca de prêmios maiores”, relinchou e encerrou o assunto Olympic Gatsby.
Torcemos para que esse mal-entendido entre o ‘Bingo da Social’ e os cavalos de corrida não volte a se repetir e que os corredores possam continuar ouvindo, da raia, a voz do locutor Roberto Casela.
Até a próxima!
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Campeão do Derby Paulista afina a gaita pensando na Argentina
Olá leitores, aqui estamos nós mais uma vez. Vale destacar que o atraso da coluna foi de propósito, pois queria voltar ao aeroporto do Galeão, aguardar o embarque para Porto Alegre para cobrir mais um Bento Gonçalves (G1-2400mA) e colocar no ar mais um CERCA MÓVEL fresquinho para vocês.
Foi neste local que no ano anterior a primeira coluna entrou no ar. Ou seja, lá se vão 12 meses e 55 estórias neste espaço cibernético-democrático em que os cavalos falam e eu os traduzo para todos vocês se entenderem.
Bem, ando viajando mais que o presidente do nosso país, sendo que com uma diferença: eu trabalho mesmo! Na semana anterior, estive em São Paulo para assistir o festival do Derby Paulista (G1-2400mG).
Antes de entrar na raia, senti Negro da Gaita muito afoito. Não o conhecia ainda, só havia visto algumas de suas corridas, mas ele foi super-simpático quando passou por mim, desejando-me boa sorte no trabalho. Agradeci e acendi meu radar de que alguma coisa estava por vir, tamanha a confiança que o potro da Coudelaria Jéssica passava.
Não nego aos leitores que a minha atenção principal estava em Flymetothemoon e Rutini, pois acreditava que daquele embate poderia sair o vencedor. Mas percebi os dois mais calmos em São Paulo. Acho que o clima paulista amenou os ânimos dos dois pensionistas de Venâncio Nahid.
Mas voltemos ao Derby...
Todos alinhados e de repente Urubu Malandro faz jus ao nome. Derruba Bruno Reis e passa por baixo do partidor, atrasando a largada. Quando ele foi pego pelo punga, em frente ao disco, olhou para mim e disse.
“Pronto, consegui o que queria. Cruzei o disco em primeiro”, e voltou ao partidor às gargalhadas. É um brincalhão o competidor do Stud Estrela Energia.
Enquanto Urubu Malandro fazia seu show pessoal, todos os outros 17 competidores continuavam dentro do partidor. Alguns começaram a se irritar, como Flymetothemoon. “Essa joça abre ou não hoje?”, bradava o potro.
Bem, depois de Urubu Malandro entrar novamente no box, ai sim foi permitida a largada.
Ângulo Certo aproveitou bem a baliza um e saiu na frente, mas correndo e gritando feito um doido vinha Quick Wind. “Pode parar, eu quem faço o train”, e assumia a liderança da prova.
Um empurra-empurra rolou durante a primeira curva, onde eu só escutava, ‘cuidado com meu pé’; ‘sai pra lá’; ‘pára de jogar areia na minha cara’.
Quick Wind sofreu com a perseguição de Nuestro Hermano, que de irmão não tinha nada. “Cuidado heim, tô pertinho de você”, ameaçava o pensionista de João Macedo. Flymetothemoon corria em 9º e foi então que observei na frente dele os potros Hot Six (6º) e Negro da Gaita (7º) calados, só correndo e ouvindo os outros competidores ofegantes.
Leitores, ao entrar na reta final, juro que não acreditei no que eu ouvi. Negro da Gaita começou a assobiar. Sim, assobiar como se tivesse uma gaita na boca. E foi nesse mesmo momento que Marcelo Cardoso, que estava sobre o dorso do cavalo, levou para linha 4 e iniciou a atropelada.
Juntos chegaram a abrir cerca de quatro corpos sobre os outros competidores. Foi quando Negro da Gaita parou de assobiar e nos 200 metros finais Hot Six começou a correr como se tivesse largado dali. Deu trabalho, mas Negro da Gaita conseguiu manter cabeça de vantagem sobre o rival.
Quem também avançou com grande ação, bem pertinho da cerca interna, foi Flymetothemoon, que ficou na 3ª posição. Mirassol e Nuestro Hermano completaram o partidor.
Quando voltou ao padoque, chamei Negro da Gaita para uma entrevista e o mesmo atendeu a minha solicitação, mas provocando de certo modo.
“Até que enfim vou virar notícia no CERCA MÓVEL. Tava mais do que na hora! (provocou) Brincadeiras à parte, obrigado pela atenção”, falou.
Quis saber dele qual o segredo do assobio e ele me respondeu aos relinchos.
“Muito simples, meu nome não é Negro da Gaita à toa. Toco gaita sim e assobio como poucos. Sendo que ao assobiar, além de aumentar a minha performance, também descobri que hipnotizo meus adversários. Ao entrar na reta final, apenas assobiei e comecei a voar na raia paulista, enquanto os outros começaram a diminuir o ritmo.
Quando cheguei nos 200 metros finais, parei de assobiar, pois estava com a vitória assegurada. Não me importei nem um pouco com o ataque de Hot Six, pois ainda tinha fôlego para assobiar novamente”, explicou o filho de Know Heights e Graciosa Bailarina (First American), criado pelo Stud Mega.
O castanho não nega que seus planos é mesmo atuar no GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), no próximo mês, no Hipódromo de San Isidro, na Argentina.
“Estou até ensaiando algum tango para assobiar durante o páreo. Quero ver o que eles vão fazer quando eu começar a tocar ‘por una cabeza’. Nos vemos por lá, ok?”, me convidou o vencedor do Derby Paulista, sem antes deixar um recado especial.
“Quero dedicar essa vitória ao meu pai Know Heights, que morreu há duas semanas. Convivi pouco tempo com ele, mas sempre nos falamos pelo telefone. Continuo invicto na pista de Cidade Jardim, onde corri duas vezes, mas sem dúvidas meu pai merece esta vitória e, quem sabe, a do Pellegrini também. Vou caprichar papai!”, encerrou com lágrima nos olhos o potro.
BENTO GONÇALVES
Bem leitores, eu vou embarcar para Porto Alegre, onde devo reencontrar meu amigo Starman, que, não posso esconder de vocês, está todo bobo porquê será conduzido mais uma vez por Jorge Ricardo. Mas isso, eu conto na próxima semana.
Fui!
Foi neste local que no ano anterior a primeira coluna entrou no ar. Ou seja, lá se vão 12 meses e 55 estórias neste espaço cibernético-democrático em que os cavalos falam e eu os traduzo para todos vocês se entenderem.
Bem, ando viajando mais que o presidente do nosso país, sendo que com uma diferença: eu trabalho mesmo! Na semana anterior, estive em São Paulo para assistir o festival do Derby Paulista (G1-2400mG).
Antes de entrar na raia, senti Negro da Gaita muito afoito. Não o conhecia ainda, só havia visto algumas de suas corridas, mas ele foi super-simpático quando passou por mim, desejando-me boa sorte no trabalho. Agradeci e acendi meu radar de que alguma coisa estava por vir, tamanha a confiança que o potro da Coudelaria Jéssica passava.
Não nego aos leitores que a minha atenção principal estava em Flymetothemoon e Rutini, pois acreditava que daquele embate poderia sair o vencedor. Mas percebi os dois mais calmos em São Paulo. Acho que o clima paulista amenou os ânimos dos dois pensionistas de Venâncio Nahid.
Mas voltemos ao Derby...
Todos alinhados e de repente Urubu Malandro faz jus ao nome. Derruba Bruno Reis e passa por baixo do partidor, atrasando a largada. Quando ele foi pego pelo punga, em frente ao disco, olhou para mim e disse.
“Pronto, consegui o que queria. Cruzei o disco em primeiro”, e voltou ao partidor às gargalhadas. É um brincalhão o competidor do Stud Estrela Energia.
Enquanto Urubu Malandro fazia seu show pessoal, todos os outros 17 competidores continuavam dentro do partidor. Alguns começaram a se irritar, como Flymetothemoon. “Essa joça abre ou não hoje?”, bradava o potro.
Bem, depois de Urubu Malandro entrar novamente no box, ai sim foi permitida a largada.
Ângulo Certo aproveitou bem a baliza um e saiu na frente, mas correndo e gritando feito um doido vinha Quick Wind. “Pode parar, eu quem faço o train”, e assumia a liderança da prova.
Um empurra-empurra rolou durante a primeira curva, onde eu só escutava, ‘cuidado com meu pé’; ‘sai pra lá’; ‘pára de jogar areia na minha cara’.
Quick Wind sofreu com a perseguição de Nuestro Hermano, que de irmão não tinha nada. “Cuidado heim, tô pertinho de você”, ameaçava o pensionista de João Macedo. Flymetothemoon corria em 9º e foi então que observei na frente dele os potros Hot Six (6º) e Negro da Gaita (7º) calados, só correndo e ouvindo os outros competidores ofegantes.
Leitores, ao entrar na reta final, juro que não acreditei no que eu ouvi. Negro da Gaita começou a assobiar. Sim, assobiar como se tivesse uma gaita na boca. E foi nesse mesmo momento que Marcelo Cardoso, que estava sobre o dorso do cavalo, levou para linha 4 e iniciou a atropelada.
Juntos chegaram a abrir cerca de quatro corpos sobre os outros competidores. Foi quando Negro da Gaita parou de assobiar e nos 200 metros finais Hot Six começou a correr como se tivesse largado dali. Deu trabalho, mas Negro da Gaita conseguiu manter cabeça de vantagem sobre o rival.
Quem também avançou com grande ação, bem pertinho da cerca interna, foi Flymetothemoon, que ficou na 3ª posição. Mirassol e Nuestro Hermano completaram o partidor.
Quando voltou ao padoque, chamei Negro da Gaita para uma entrevista e o mesmo atendeu a minha solicitação, mas provocando de certo modo.
“Até que enfim vou virar notícia no CERCA MÓVEL. Tava mais do que na hora! (provocou) Brincadeiras à parte, obrigado pela atenção”, falou.
Quis saber dele qual o segredo do assobio e ele me respondeu aos relinchos.
“Muito simples, meu nome não é Negro da Gaita à toa. Toco gaita sim e assobio como poucos. Sendo que ao assobiar, além de aumentar a minha performance, também descobri que hipnotizo meus adversários. Ao entrar na reta final, apenas assobiei e comecei a voar na raia paulista, enquanto os outros começaram a diminuir o ritmo.
Quando cheguei nos 200 metros finais, parei de assobiar, pois estava com a vitória assegurada. Não me importei nem um pouco com o ataque de Hot Six, pois ainda tinha fôlego para assobiar novamente”, explicou o filho de Know Heights e Graciosa Bailarina (First American), criado pelo Stud Mega.
O castanho não nega que seus planos é mesmo atuar no GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), no próximo mês, no Hipódromo de San Isidro, na Argentina.
“Estou até ensaiando algum tango para assobiar durante o páreo. Quero ver o que eles vão fazer quando eu começar a tocar ‘por una cabeza’. Nos vemos por lá, ok?”, me convidou o vencedor do Derby Paulista, sem antes deixar um recado especial.
“Quero dedicar essa vitória ao meu pai Know Heights, que morreu há duas semanas. Convivi pouco tempo com ele, mas sempre nos falamos pelo telefone. Continuo invicto na pista de Cidade Jardim, onde corri duas vezes, mas sem dúvidas meu pai merece esta vitória e, quem sabe, a do Pellegrini também. Vou caprichar papai!”, encerrou com lágrima nos olhos o potro.
BENTO GONÇALVES
Bem leitores, eu vou embarcar para Porto Alegre, onde devo reencontrar meu amigo Starman, que, não posso esconder de vocês, está todo bobo porquê será conduzido mais uma vez por Jorge Ricardo. Mas isso, eu conto na próxima semana.
Fui!
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Proprietário pertuba cabeça de Jujuy
Olá leitores! As provas mais importantes na raia de areia brasileira estão no ponto de acontecer. Na próxima semana, no Rio Grande do Sul ocorrerá um duelo emocionante entre Jaguanum e Starman, na busca pelo Bento Gonçalves (G1-2400mA) 2008. Enquanto em dezembro, as atenções estarão voltadas para o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA), que será realizado no Hipódromo do Tarumã.
Escrevo tudo isso, porque o nosso entrevistado da semana é o potro Jujuy e o defensor do Haras São José dos Bastiões deixou claro o que pretende para o futuro, conversando com o CERCA MÓVEL após obter mais uma conquista na campanha.
Primeiramente, quis saber do filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, sobre como foi a vitória no último sábado, na abertura da reunião no Hipódromo da Gávea, no que fui prontamente atendida.
“Primeiro tenho de confessar que estava ansioso no padoque, pois quem passou por mim e disse que eu era um potro muito do bonito foi a ‘traseiruda’ da Ranger Girl, égua que tem seus dotes físicos muito bem distribuidos, diga-se de passagem (relinchou) e que também atuaria na tarde carioca.
Após um elogio daqueles, o brio de qualquer potro, quase cavalo, não tem como não animar. Então, esqueci do fato de carregar, pela primeira vez, 58kg sobre o lombo e voltei a me concentrar na corrida.
Meu box estava ao lado do Paul Garden, o ‘favoritinho’ dos turfistas, e o cabra veio me provocar antes da largada. Ele disse ‘garoto, hora de quebrar a seqüência de vitória’. Fiquei muito macho, que papo é esse de me chamar de garoto. Ele tem 4 anos e eu tenho 3. Qualidade não se mede com a idade.
Abriu o partidor, eu tava com toda ‘moléstia’ (carrega no sotaque nordestino, que pegou com a convivência com os proprietários pernambucanos), mas deixei Quilibet sair na frente e mantive sempre Paul Garden atrás de mim.
Quando entramos na reta final, não é que o ‘cabra’ queria me passar. Há, mas ele viu o ‘garoto’ correr. A luta foi dura, o pau comeu no duelo dos corredores dos santos (fez alusão ao fato dele defender o São José dos Bastiões e Paul Garden o São Francisco da Serra). Sendo que ele esqueceu de um detalhe importantíssimo: eu e o Cardoso (Marcelo) estamos invictos juntos na areia da Gávea. Portanto, o meu jóquei deu rédeas na hora certa e cruzei o disco na frente. Nem quis provocar o filho de Crimson Tide, mas fiquei P da vida com ele, pois a disputa foi tão acirrada, que precisei tomar uma chicotada para não desistir da vitória.
Uma pena o Marcelo Cardoso não escutar o que eu falo como você, pois com certeza falaria para nem me bater, porquê não desistiria daquela vitória por nada nesse mundo”, reclama Jujuy.
Após dar boas gargalhadas com a forma que Jujuy relatou a corrida, o que me fez lembrar bastante meus familiares em João Pessoa (por causa do sotaque), voltei ao trabalho e quis saber do potro o que achava da campanha traçada para ele.
“Mas ‘homi’ me lembre disso não que eu tô ficando nervoso. Não basta meus responsáveis manterem esse meu nome que é meio você sabe o quê, os danados não querem deixar eu viajar. Sacanagem né! Trabalho direitinho, peguei bem a distância dos 1.900 metros, o VP (treinador Victor Paim) tem me mostrado o caminho para chegar nos 2.400 metros e eu vou ter de ficar só no Rio de Janeiro.
Alô, eu quero viajar! O Serginho Paiva, um dos meus donos, o que mais faz é viajar. Uma semana São Paulo, na outra Gávea, já soube que vai para Porto Alegre, isso sem falar em Brasília, e, o pior de tudo, nem corre. Enquanto isso, a única viagem que conheço é entre a minha cocheira no centro de treinamento Vale do Marmelo e o Hipódromo da Gávea. Maldade, você não acha?”, me indagou, mas preferi não responder, afinal de contas, eles que se entendam.
Procurei extrair do Jujuy, então, o que ele pretende fazer.
“Lógico que irei correr direito. Meu próximo desafio será uma prova da esfera clássica do Jockey Club Brasileiro. Me saí bem no último Pesos Especiais, mesmo sendo potro, dei vantagem aos mais velhos. Estou realmente pronto para voar mais alto.
Vou alegrar o ‘patrão’, ganhar um ‘canequinho’ para ele e, quem sabe, ao invés de correr um Grupo 2 na Gávea em dezembro, ele mexe no bolso e me carrega para o Hipódromo do Tarumã, onde eu possa disputar os R$ 30 mil em prêmios do Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA).
Dizem que as éguas paranaenses são muito lindas, basta observarem a Ranger Girl, que confirma bem o que acabo de dizer. Que traseiro”, suspira aos relinchos, dando por encerrado o bate papo.
Mas, não nego que depois do que ele falou, fiz questão de ir observar a filiação de Ranger Girl, e não é que a filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) nasceu mesmo nos campos paranaenses do Haras Pirassununga.
Adorei papear com Jujuy, que vem fazendo uma campanha muito interessante na Gávea, pois das seis corridas, ganhou três consecutivas, sem nunca ter saído do marcador. É potro que fará muita festa para os proprietários do Stud São José dos Bastiões e que será presença constante no CERCA MÓVEL.
DERBY PAULISTA
É leitores, nesse final de semana, estarei em São Paulo, pronta para cobrir mais um importante Derby Paulista (G1-2400mG). Assim como vocês, estou chateada com o forfait antecipado do Sorrentino, sendo que a carreira promete muitas emoções, a começar pela presença de Flymetothemoon e Rutini, os potros treinados pelo Venâncio Nahid e que estão em pé de guerra.
Vou levar na bagagem algumas garrafas de maracujina e conto para vocês, na próxima semana, tudo o que rolou por lá. Abraços, fui!
Escrevo tudo isso, porque o nosso entrevistado da semana é o potro Jujuy e o defensor do Haras São José dos Bastiões deixou claro o que pretende para o futuro, conversando com o CERCA MÓVEL após obter mais uma conquista na campanha.
Primeiramente, quis saber do filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, sobre como foi a vitória no último sábado, na abertura da reunião no Hipódromo da Gávea, no que fui prontamente atendida.
“Primeiro tenho de confessar que estava ansioso no padoque, pois quem passou por mim e disse que eu era um potro muito do bonito foi a ‘traseiruda’ da Ranger Girl, égua que tem seus dotes físicos muito bem distribuidos, diga-se de passagem (relinchou) e que também atuaria na tarde carioca.
Após um elogio daqueles, o brio de qualquer potro, quase cavalo, não tem como não animar. Então, esqueci do fato de carregar, pela primeira vez, 58kg sobre o lombo e voltei a me concentrar na corrida.
Meu box estava ao lado do Paul Garden, o ‘favoritinho’ dos turfistas, e o cabra veio me provocar antes da largada. Ele disse ‘garoto, hora de quebrar a seqüência de vitória’. Fiquei muito macho, que papo é esse de me chamar de garoto. Ele tem 4 anos e eu tenho 3. Qualidade não se mede com a idade.
Abriu o partidor, eu tava com toda ‘moléstia’ (carrega no sotaque nordestino, que pegou com a convivência com os proprietários pernambucanos), mas deixei Quilibet sair na frente e mantive sempre Paul Garden atrás de mim.
Quando entramos na reta final, não é que o ‘cabra’ queria me passar. Há, mas ele viu o ‘garoto’ correr. A luta foi dura, o pau comeu no duelo dos corredores dos santos (fez alusão ao fato dele defender o São José dos Bastiões e Paul Garden o São Francisco da Serra). Sendo que ele esqueceu de um detalhe importantíssimo: eu e o Cardoso (Marcelo) estamos invictos juntos na areia da Gávea. Portanto, o meu jóquei deu rédeas na hora certa e cruzei o disco na frente. Nem quis provocar o filho de Crimson Tide, mas fiquei P da vida com ele, pois a disputa foi tão acirrada, que precisei tomar uma chicotada para não desistir da vitória.
Uma pena o Marcelo Cardoso não escutar o que eu falo como você, pois com certeza falaria para nem me bater, porquê não desistiria daquela vitória por nada nesse mundo”, reclama Jujuy.
Após dar boas gargalhadas com a forma que Jujuy relatou a corrida, o que me fez lembrar bastante meus familiares em João Pessoa (por causa do sotaque), voltei ao trabalho e quis saber do potro o que achava da campanha traçada para ele.
“Mas ‘homi’ me lembre disso não que eu tô ficando nervoso. Não basta meus responsáveis manterem esse meu nome que é meio você sabe o quê, os danados não querem deixar eu viajar. Sacanagem né! Trabalho direitinho, peguei bem a distância dos 1.900 metros, o VP (treinador Victor Paim) tem me mostrado o caminho para chegar nos 2.400 metros e eu vou ter de ficar só no Rio de Janeiro.
Alô, eu quero viajar! O Serginho Paiva, um dos meus donos, o que mais faz é viajar. Uma semana São Paulo, na outra Gávea, já soube que vai para Porto Alegre, isso sem falar em Brasília, e, o pior de tudo, nem corre. Enquanto isso, a única viagem que conheço é entre a minha cocheira no centro de treinamento Vale do Marmelo e o Hipódromo da Gávea. Maldade, você não acha?”, me indagou, mas preferi não responder, afinal de contas, eles que se entendam.
Procurei extrair do Jujuy, então, o que ele pretende fazer.
“Lógico que irei correr direito. Meu próximo desafio será uma prova da esfera clássica do Jockey Club Brasileiro. Me saí bem no último Pesos Especiais, mesmo sendo potro, dei vantagem aos mais velhos. Estou realmente pronto para voar mais alto.
Vou alegrar o ‘patrão’, ganhar um ‘canequinho’ para ele e, quem sabe, ao invés de correr um Grupo 2 na Gávea em dezembro, ele mexe no bolso e me carrega para o Hipódromo do Tarumã, onde eu possa disputar os R$ 30 mil em prêmios do Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA).
Dizem que as éguas paranaenses são muito lindas, basta observarem a Ranger Girl, que confirma bem o que acabo de dizer. Que traseiro”, suspira aos relinchos, dando por encerrado o bate papo.
Mas, não nego que depois do que ele falou, fiz questão de ir observar a filiação de Ranger Girl, e não é que a filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) nasceu mesmo nos campos paranaenses do Haras Pirassununga.
Adorei papear com Jujuy, que vem fazendo uma campanha muito interessante na Gávea, pois das seis corridas, ganhou três consecutivas, sem nunca ter saído do marcador. É potro que fará muita festa para os proprietários do Stud São José dos Bastiões e que será presença constante no CERCA MÓVEL.
DERBY PAULISTA
É leitores, nesse final de semana, estarei em São Paulo, pronta para cobrir mais um importante Derby Paulista (G1-2400mG). Assim como vocês, estou chateada com o forfait antecipado do Sorrentino, sendo que a carreira promete muitas emoções, a começar pela presença de Flymetothemoon e Rutini, os potros treinados pelo Venâncio Nahid e que estão em pé de guerra.
Vou levar na bagagem algumas garrafas de maracujina e conto para vocês, na próxima semana, tudo o que rolou por lá. Abraços, fui!
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