quinta-feira, 26 de junho de 2008

Com apenas 3 anos, Filippio inicia reinado em São Paulo com bom-humor

Como vai você, leitor habitual do CERCA MÓVEL? Espero que tudo na paz para mais um término de temporada turfística. Geralmente, quando falamos em final de alguma coisa, uma certa tristeza nos aflige, mas quando é em relação aos cavalos de corrida, tudo torna-se diferente, pois sabemos que na semana posterior, começará uma nova temporada e muito mais emoção veremos nas raias do país e do mundo, afinal de contas “O TURFE NÃO PÁRA”.

Certo que para alegrar os proprietários, criadores, profissionais e, em especial os eqüinos (que se tornam mais velhos a partir do dia 1º de julho), bem que os prêmios deveriam melhorar. Jamais pensei em invejar alguém, mas em se tratando de prêmios turfísticos, não nego que preferiria estar em Palermo, na Argentina.

Hoje estou dando muitas voltas, acho que foi pela noite agradável de ontem (comemorando o aniversário do Marcus Vinícius na companhia dos amigos Matungo, Valdir e Luciano. Detalhe, os dois últimos devem estar tristes com a atuação do Fluminense contra o LDU. Bem que eu torci, mas tomar de 4 é fogo).

Mas vamos ao que interessa: os cavalos de corrida e o que se passa em suas cabeças.

Assistindo o GP General Couto de Magalhães (G2-3218mG), a Taça de Ouro, realizado no 5º páreo da programação de sábado (21/06), em São Paulo, senti-me lisonjeada com a atitude de Filippio, que quando iniciou a atropelada, falou em alto e bom som (para quem entende a linguagem eqüina, bastava ler seus lábios): “Essa conquista será a manchete do Cerca Móvel, viu Karol!”.

Não tive dúvidas, encerrado o páreo e a foto da vitória, liguei para Filippio, que me atendeu com um sorriso.

“Sabia que você me ligaria. Gostou da homenagem?”, foi me perguntando. “Claro, principalmente por se tratar de um potro que agora é rei”, respondi.

Mostrando muito bom-humor, o defensor do Stud Interbuzios falou. “Bem, como aqui no Jockey Club de São Paulo estamos tendo visitas, vez ou outra, do rei do futebol, estava na hora de um cavalo de corrida também reinar né? Agora, quando o Pelé aparecer, dividirá os holofotes comigo”. Tive de concordar na mesma hora.

Assisti o páreo, assim como a maioria dos turfistas, mas pedi para o filho de Roi Normand e Isola Lady (Ghadeer), que nasceu nos campos do Haras Santa Ana do Rio Grande, contar como venceu.

“Foi muito simples vencer a prova. Eu era o mais novo do campo (tem 3 anos, mas na semana que vem, deixará de ser potro), mas não sou bobo. Sai bem do partidor, estava na baliza 7, e observei Oakfast tomar a ponta, seguido de Fort Wilderness e Maracatú. Eu aparecia em seguida e sentia a presença de Nativo de Amambay logo atrás. Sabia que o Smashing estava em último porque ouvi o Casella falar.

Após cruzar pela primeira vez o disco e entrar na curva, percebi que o train de corrida de Oakfast era falso e tratei de apenas galopar tranqüilo, sentindo que João Moreira, que estava sobre o meu dorso, também havia percebido o mesmo que eu.

Na reta oposta, o Smashing foi para o meio de raia, olhou para mim e disse ‘Tchau garoto’, indo ocupar a terceira posição. Eu continuei em 4º, pois ainda tinha muito chão pela frente.

Na última curva, vi quando Fort Wilderness partiu para cima de Oakfast, na luta pela ponta. Aliás, achei o competidor carioca muito confiante, pois escutei quando ele provocou Oakfast. Ele disse ‘Agora é comigo velhinho’, entrando na reta final emparelhado com o defensor do Stud Capelinha e em seguida assumindo a primeira posição.

Bem, apesar das provocações que escutei durante o percurso, eu estava no páreo e sabia da minha qualidade como corredor, afinal de contas, já conhecia a distância dos três quilômetros, diferente do Fort Wilderness.

Busquei o meio de raia, para não ter problemas na hora de atropelar, e fui atrás do ponteiro nos 350 metros finais. Moreira viu que eu queria correr, me ajustou e engrenei de vez (no mesmo momento que te mandei o recado ao vivo).

Passei sem esforço o competidor da Coudelaria Jéssica e os 218 metros a mais do percurso, serviram para que eu aumentasse minha vantagem no disco de chegada. Deixei o ‘carioca’ 2 ¾ corpos atrás e fui para a galera”, encerrou o ‘discurso’ satisfeito Filippio, que tem três vitórias na campanha, sendo a primeira na esfera clássica.

Também fiquei satisfeita com o castanho, que apesar da pouca idade, mostrou muita personalidade ao fazer um agradecimento especial.

“Não posso encerrar este bate papo sobre a corrida sem agradecer à condução tranqüila do novo papai João Moreira e, em especial, ao meu treinador Estanislau Petrochinski. Ele cuida com muito carinho do meu preparo e sempre confiou na minha qualidade física. Provei que tenho um ótimo fôlego de corredor e, se não fosse cavalo de corrida, iria defender o Brasil nas provas de fundo que serão realizadas nas Olímpiadas de Pequim”, encerrou relinchando.

Adorei o bom-humor do rei Filippio e, como estarei em São Paulo para a cobertura do festival ABCPCC, talvez consiga passar pela cocheira do amigo e aproveitar um pouco do seu reinado.

Até a próxima semana pessoal!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

As meninas do Campestre

Olá leitores! Após a atuação desastrosa da seleção brasileira de futebol ontem perante a Argentina, em pleno estádio do Mineirão lotado, não tive como escrever mais cedo a coluna desta semana. Sendo que hoje ela entraria no ar, custe o que custar.

Fiquei impressionada com o desempenho das potrancas La Nacha, La Kate e La Flor na reunião do último sábado, no 6º páreo do programa do Hipódromo da Gávea. As três defendem interesses distintos, porém todas nasceram nos campos do Haras Campestre, no ano de 2004, e dominaram a carreira. Em nenhum momento, as demais competidoras deram mostras de que poderiam atrapalhar os planos das “meninas” do Campestre.

Aproveitei para conversar com as três potrancas de 3 anos sobre a corrida, em especial com La Nacha, mas antes é importante destacar que a vencedora pagava a maior pule entre as irmãs, R$ 5,10, enquanto La Flor era a favorita, rateando R$ 2,80, e La Kate pagava R$ 4,80.

“Já estou acostumada às distâncias curtas. Trazia duas vitórias na campanha e vinha de duas colocações. Eu e o R. A. Marques (jóquei) nos entendemos muito bem, então, apesar de saltar da baliza 8, não tive dificuldades em tomar a ponta. Mostrei o que sabia correr e fiquei feliz pelo meu resultado e das minhas irmãs paternas”, falou a filha de Monsieur Renoir e Lady Natasha (Spring Halo), que defende os interesses do Stud São Sebastião do Alto.

La Kate e La Flor correram praticamente emparelhadas durante a maior parte do percurso. A primeira defende as cores do Stud Daltex, a outra do Stud do Barone.

“Quando éramos mais jovens, nossa principal brincadeira era correr de parelha. Sou alguns dias mais velha que La Flor, mas sempre nos demos muito bem. Dei sorte por ter Carlos Lavor sobre o dorso e ter pego a baliza 3, pois corri junto à cerca interna e nos metros finais, desvencilhei da minha irmã e tentei passar La Nacha, mas era tarde demais. Porém, fiquei feliz com o nosso desempenho. Papai Monsieur Renoir ficou todo orgulhoso ao assistir o páreo”, entrega La Kate, que tem como mãe Lady Kelly (Spring Halo).

No decorrer da entrevista, La Flor foi a que demonstrou maior chateação pelo resultado pessoal.

“Não estou triste pela vitória da La Nacha e sim pelo meu desempenho. Venci em ótima atropelada no começo do mês de maio, na mesma distância. Vi meu nome apontar como favorita e queria alcançar a quinta vitória da campanha. Não quero culpar ninguém, mas o Dalto anda muito empolgado com a estatística carioca e me fez correr muito próxima de La Nacha, quando gosto de ser guardada para uma atropelada. Resultado, me faltou pernas nos metros finais. Uma lástima, pois nem na foto eu apareci”, reclamou a defensora do Stud do Barone, que tem como mãe Escarlata (Drapeau Tricolore).

QUATRO MENINAS NA SEXTA CARIOCA

Apesar de terem formado a trifeta de Monsieur Renoir e do Campestre, duas competidoras estarão de volta na raia no 9º páreo de sexta-feira, também no Hipódromo da Gávea: La Nacha e La Flor.

“Nasci para correr. Atuar seis dias após vencer não é problema para mim. Sei que o páreo será nos 1.100 metros da raia de areia e pela primeira vez irei receber a direção do aprendiz L. Machado, pois meu jóquei habitual, R. A. Marques, está suspenso. Sendo que não tem segredo me montar: o garoto só precisa me manter na ponta. Sorte sei que o Machado tem, pois fui sorteada para largar da baliza 1”, recomendou a pensionista de N. R. Martins.

La Flor também troca de jóquei e mostra satisfação. “Conheço o Carlos Lavor e acredito que o mesmo não cometerá o mesmo erro do Duarte. Sei que o treinador Ildefonso C. Souza está lendo o CERCA MÓVEL e terá o cuidado de orienta-lo da melhor forma possível. Acredito que consiga minha quinta vitória”, encerrou a castanha.

O treinador Roberto Solanés decidiu dar folga para La Kate, que não foi anotada para nenhum páreo esta semana, porém La Nacha e La Flor não precisam se preocupar, pois outras duas meninas do Campestre foram inscritas para a mesma carreira, porém filhas de Spring Halo. São elas Lady Estrella, defensora do Stud By Winner’s, e Lady Lulu, do Haras do Morro.

Quem sabe não acontece uma quadrifeta Campestre na prova. É esperar para ver!

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Filhos de Yagli, nascidos no Haras Interlagos, mostram poder em São Paulo

Olá leitores fieis! Apesar de uma semana complicada, o CERCA MÓVEL chega a mais uma semana, com um dia de atraso, e com a certeza que meu mestre Zig não iria gostar nem um pouco de que eu desistisse desse projeto de escutar e divulgar para vocês o quê os cavalos de corrida andam pensando e fazendo pelo Brasil e pelo mundo afora.

Fiquei de olho, em especial, nas carreiras do Hipódromo de Cidade Jardim por conta das seletivas das Taças de Prata. Todas as provas seletivas ocorreram na tarde do último sábado e fiquei impressionada com a bela exibição dos crioulos do garanhão Yagli (foto). Mais ainda durante o páreo, com a irreverência dos vencedores, apesar de terem apenas 2 anos.

No 4º páreo do programa paulista, ocorreu a seletiva A dos potros que pretendiam participar do GP J. Adhemar de Almeida Prado (G1-1600mG), que ocorrerá no dia 28 de junho, em São Paulo.

Controller, o vencedor, mostrou-se tímido durante nossa conversa, mas aprovou ser conduzido por Antonio C. Silva pela primeira vez.

“Sou ligeiro, portanto o jóquei não teve nenhum problema na largada. Pulei na frente, mas o Setembro Neva estava todo irritadinho e gritou, ‘não fecha que eu tô passando’. Não queria saber de confusão, então deixei espaço suficiente para ele assumir a liderança. Em nenhum momento desisti da carreira, muito pelo contrário, estava me sentindo muito bem e segui o ponteiro tranqüilo. Ao entrar na reta final, fiz questão de ir diminuindo a vantagem aos poucos. Nos 200 finais, emparelhei com Setembro Neva e o mesmo me provocou. ‘Pensa que vou deixar você passar? Está muito enganado’, e tentou reagir. Foi nessa hora que percebi o quanto A. C. Silva tem classe na hora de conduzir. Ele sentiu que havia chegado a hora e mexeu sobre o meu dorso. Obedeci de primeira, passando o rival e cruzando o disco com ½ corpo. Acho que nós quatro: eu e A. C. Silva, Setembro Neva e V. Leal, fizemos um ótimo espetáculo para o público”, encerrou o filho de Inexplicable e Jaguapitã (Be My Chief), criado pelo Stud Chesapeake e defensor do Haras Maringá dos Pinhais.

Sendo que Controller, querendo ou não, contou com a sorte, pois foi sorteado na seletiva que não tinha nenhum filho de Yagli no campo. Já os competidores das provas restantes...

DOMÍNIO YAGLI E INTERLAGOS

Logo no 5º páreo, Iamwhatiam fez valer o nome da blusa que defende: Stud Vale o Dobro. O motivo é simples, obteve uma conquista maiúscula e iniciou o domínio da criação Interlagos e do garanhão Yagli nas seletivas.

“Agasias foi apontado favorito, sendo que ouvi ele reclamando na largada que tinha sobrado para penúltimo. Naquele instante, soube que a corrida seria favorável. Pouco me importei com a luta pela ponta entre meu irmão paterno Capace e Van Helsing, sabia que meu rival direto estava atrás de mim. Quando estava no final da curva, sentia que Agasias (escolhido favorito) tentava uma aproximação. Antes mesmo do João Moreira me colocar em carreira, comecei a galopar com vontade e, poucos metros depois que entrei na reta final, já havia dominado a situação e tratei de fugir para o disco. Minha tática de começar a atropelar antes de ser ‘cutucado’ pelo Moreira foi favorável, pois o líder da estatística paulista não precisou se quer pegar no chicote. Cruzei o disco escutando Agasias reclamando: ‘Na próxima eu te pego’. Agora, aproveito o espaço para responder: que venha na Taça de Prata”, ameaçou o filho de Yagli e Ialou (Ghadeer), criado pelo Haras Interlagos.

Para as potrancas de 2 anos, foi realizada apenas uma seletiva para o GP Margarida Polak Lara (G1-1600mG), também marcado para o dia 28 de junho, em Cidade Jardim. Haviam duas filhas de Yagli e ambas participaram ativamente da prova. Dileta Amiga iniciou o train de carreira, enquanto Bubbly Jane saiu da raia com a vitória.

Por conta disso, procurei conversar com a ganhadora, que é uma filha de Yagli e Built to Last (Knifebox), de criação e propriedade do Haras Interlagos.

“Por mais que Dileta Amiga defenda as cores do Stud Ceprano, sempre foi a minha irmã paterna mais querida. Ela é mais velha do que eu apenas 25 dias e sempre me protegeu. Após o cânter, me confidenciou que faria um train falso, para contribuir com minha corrida. Sabendo disso, pouco me importei quando ela saiu na frente e ainda abriu uma boa distância para as rivais. Procurei fugir de percalços de corrida, correndo no meio do lote. Ao entrar na reta final, comecei a buscar o meio de raia e iniciei a atropelada, enquanto Dileta Amiga esmorecia e quem a seguia também. Me desentendi com o João Moreira, pois ele tentava me levar para a cerca interna e eu não queria. Teve uma hora que quase esquecemos da corrida e começamos a correr em zigue-zague, quando de longe, minha irmã gritou: ‘olha as rivais se aproximando’. Então esqueci do desentendimento com o jóquei e acertei o passo, para cruzar o disco, pelo meio de raia, com quase três corpos de vantagem”, resumiu Bubbly Jane.

Pelo fato do irmão paterno, Iamwhatiam também ter vencido a seletiva dos potros, questionei a potranca sobre as chances dos dois na Taça de Prata.

“Fomos muito bem criados no Interlagos. Ele nasceu no mesmo dia da Dileta Amiga e me respeita muito. Temos o sangue privilegiado de Yagli nas veias, por isso os concorrentes precisam tomar cuidado com nosso aranque final no dia 28”, encerrou.

Não sei vocês leitores, mas não pretendo perder essa próxima corrida dos filhos de Yagli em Cidade Jardim de forma alguma.

ZIG

Obrigada a todos pelas palavras e ligações de apoio. O mestre se foi, mas o aprendizado dele ficou. Pretendo praticar a maior parte das lições.

Não posso prometer a vocês que um dia conseguirei fazer um texto tão perfeito como o dele, mas garanto que sempre utilizarei o seu maior ensinamento: ‘escreva com o coração quando se referir aos cavalos’.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Zig, vai com Deus


Chefe

Vai na paz e saiba que tentaremos fazer o melhor possível por aqui...

Você sempre será o maior mestre que já tive.

P.S.: Aos leitores do CERCA MOVEL, a atualização se procederá apenas na sexta-feira, dia 13 de junho

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Meu amigo está de volta

Olá leitores e leitoras que todas as quintas vêm descobrir um pouco mais sobre o que se passa na cabeça dos cavalos de corrida. Essa semana, eu queria ter falado com a Cristiana Starina, que venceu dois páreos entre os dias 19 e 23 de maio no Hipódromo da Gávea, sendo que a filha de Roi Normand e Starina (Odysseus) curte um merecido descanso num Spa e por isso não teve como me atender.

Mesmo assim, com quem eu falei, garanto que a maioria dos leitores ficarão satisfeitos. Nada mais, nada menos que o meu grande amigo Starman. É o mesmo que me fez descobrir meu dom de ouvir os cavalos de corrida (leiam http://cercamovel.blogspot.com/2007/10/galope-de-apresentao.html) e está de volta ao Rio de Janeiro, na verdade, ao Centro de Treinamento Vale do Itajara.

O filho de Trempolino e Sweet Mind (Baligh), criado pelo Haras São José da Serra, vem demonstrando que o aumento de idade, lhe deixou com a cabeça mais tranqüila.

Depois de derrubar Alex Mota e atacar, em plena corrida, Cerutti, em setembro de 2007, Starman esfriou a cabeça, levou um puxão de orelhas do treinador Dulcino Guignoni e foi até o Jockey Club do Rio Grande do Sul para vencer o GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), em novembro, presenteando Jorge Ricardo e Guignoni com a vitória na principal prova do turfe gaúcho.

Depois da excelente exibição e de se mostrar mais tranqüilo, o castanho foi parar nas cocheiras de Antonio Alvani, em São Paulo. O próprio conta sobre a experiência paulista.

“Olá minha amiga Karol. Fico agradecido em saber que contribui para o nascimento do CERCA MÓVEL, blog que é sucesso entre nós eqüinos e que nos ajuda a passar alguns recados a profissionais e proprietários desatentos. Bem, morar em São Paulo, para quem estava acostumado com a calma de um centro de treinamento, é complicado. É bom para paquerar, mas o clima é muito ruim. Frio demais e a poluição embassa muito pela manhã, durante os treinamentos. Estreei em fevereiro, em 2.000 metros, numa turma boa, e formei a dupla cinco corpos distantes de Forever Friends. No mês seguinte, já tive de encarar o GP Piratininga (G2-2200mA) e não gostei nem um pouco do Nelito Cunha sobre meu dorso. Tentei falar com ele, mas não entendia nada, enfim, acabei fechando a raia, uma vergonha para a minha categoria”, admite, não perdendo a mania de se engrandecer.

O cavalo acabou voltando para o Rio de Janeiro, para as cocheiras de Dulcino Guignoni e logo na reestréia no Hipódromo da Gávea, no dia 19 de maio, venceu e na raia de grama. Pedi para o mesmo falar sobre a corrida.

“Voltar para casa não tem preço. O meu box continuava intacto. O Guignoni me olhou, com aquela cara séria, já avisando que não me daria sossego, que eu teria de trabalhar sério, se quisesse ficar no Vale do Itajara. Apesar da recepção, estou muito feliz! Voltar a correr na raia de grama foi idéia do treinador. Minha filiação é de grama, tenho consciência disso. Fazia 13 meses que não atuava na relva, mas me dei muito bem com Dalto Duarte. Corremos próximo, num campo com poucos competidores, entrei na reta final em 3º e mostrei minha aceleração final, que, modéstia à parte, é sensacional. Ainda tive tempo de deixar os rivais quase 3 corpos atrás Essa semana, pretendo repetir, mesmo em turma mais dura”, avisou.

Ao pegar o programa, comprovei que Starman está anotado para o 8º páreo do programa de segunda-feira, dia 9 de junho, na Gávea e quis saber o por quê da inscrição.

“Coisas do meu treinador. No começo de campanha, bem que tentei correr na grama e nunca dava muito certo. Não posso negar que era muito temperamental. Agora, estou acertando o passo novamente e quero ir mais longe. Se ganhei o Bento Gonçalves, porquê não pensar no Brasil”, entregou.

Quis saber mais detalhes sobre correr a prova máxima, mas Starman desconversou.

“Calma, um passo de cada vez. Meu desejo é sim participar do Grande Prêmio Brasil (G1-2400mG), no dia 3 de agosto, mas para isso preciso não mais tomar lasix. Aliás, antes disso, tenho de continuar mostrando ao treinador Guignoni e aos proprietários do Stud H & R que podem confiar em mim para defende-los na prova máxima carioca. Ou seja, a corrida de segunda-feira será importante nesse sentido”, encerrou o cavalo, que será conduzido por Dalto Duarte no compromisso de segunda-feira, também em 2.400 metros.

Sem dúvidas, senti que Starman está mais maduro e, pela determinação que sempre demonstrou, fará de tudo para estar em alguma prova da semana internacional carioca, talvez na principal delas. Boa sorte amigo!

PATROCÍNIOS

Após ultrapassar as 30 colunas, decidi que chegou a hora de abrir espaço para quem desejar fazer anúncios nesse espaço. Pode ser leilão, treinadores informando que tem box disponível, cavalos à venda de particulares, enfim, o que quiserem.
Para isso, basta entrar em contato no e-mail cercamovel@gmail.com