Desde que voltei da Argentina, quando fui cobrir o festival internacional do GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), que fiquei sem aparecer por aqui. Sinto muito leitores, mas não foi por maldade, muito pelo contrário. Muito trabalho, gripe e as compras de fim de ano fizeram com que eu ficasse fora do ar do mundo virtual. Recebi as reclamações dos eqüinos e dos humanos que costumam passar por aqui e, por conta disso tudo, estou aqui.
Tenho três assuntos a tratar com vocês, são eles: Negro da Gaita, Skip Away e Jujuy.
Primeiro vou contar a vocês a entrevista exclusiva que o Negro da Gaita me proporcionou ainda em San Isidro, ao voltar da raia, após formar a dupla no internacional GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), no sábado, dia 13 de dezembro. Muito aplaudido pela torcida da Coudelaria Jéssica, observei com clareza lágrimas nos olhos do filho de Know Heights e Graciosa Bailarina (First American), criado pelo Stud Mega.
“É impossível conter a emoção. Queria muito vencer por eles, que me aplaudem mesmo eu chegando na 2ª posição. Sendo que meus proprietários e equipe sabem o quanto me esforcei nas últimas semanas. Em apenas 20 dias, viajei entre Rio de Janeiro, São Paulo e agora Argentina. Esta corrida serviu para comprovar que a minha conquista no GP Derby Paulista (G1-2400mG) em novembro último era mais do que merecida.
Demorei um pouco a engrenar, pois pela quantidade enorme de pessoas no prado, quando comecei a assobiar para que meus rivais diminuissem o ritmo, os mesmos não conseguiram ouvir. Então, esqueci dos meus assobios e tratei apenas de correr.
Queria que tivesse alguns metros a mais, pois conseguiria, junto com o Marcelo Cardoso, cruzar o disco na frente”, lamentava Negro da Gaita voltando ao padoque, após perder por pescoço a prova internacional para Life of Victory.
Sendo que depois voltei a encontrar o potro e avisei que ele não tinha do que se chatear, pois os seus responsáveis comemoraram e muito sua 2ª posição, pois ele demonstrou as esperanças contidas nele.
“Por conta disso que fico lisonjeado em defender as cores da Coudelaria Jéssica. Eles me apoiam seja nas vitórias ou nos fracassos. Não vejo a hora de voltar a correr novamente”, se despediu Negro da Gaita, voltando a assobiar e a sorrir.
Não pude deixar de conversar com o Taludo, que ocupou a 5ª poisção no internacional GP Felix de Alzaga Unzué (G1-1000mG).
“Corri diferente das minhas características. Queria estar perto da cerca externa, mas não tive como chegar lá, pois os argentinos não permitiram. Enfim, ter chegado colocado aqui na Argentina considero uma ótima atuação”, disse Taludo, após ter corrido sob o comando de Ivaldo Santana.
Skip Away explica fracasso
Recebi telefonema de Skip Away, potro do Haras Europa, que quis falar sobre sua atuação no Grande Prêmio Natal (G3-1900mA), no último domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim.
“Venho, por meio do CERCA MÓVEL, explicar aos turfistas que me escolheram favorito do páreo o motivo do meu fracasso. Na curva, senti meu joelho e por isso precisei diminuir o ritmo. No esforço, ainda consegui obter a 5ª posição. Devo passar por cirurgia em breve, pois desde a corrida que passei a mancar um pouco”, disse Skip Away, filho de Wild Event e Saphirine (Roi Normand), criado pelo Haras Santa Maria de Araras.
Quem venceu o GP Natal foi Al Arab.
Jujuy embarca para Uruguai
Feliz da vida e sorrindo à toa, o potro Jujuy falou rápido comigo na última semana, pois já arrumava a mala para encarar o GP José Pedro Ramirez (G1-2400mA) dia 6 de janeiro, no Hipódromo de Maroñas.
“Até que enfim, minhas súplicas foram ouvidas pelos meus proprietários: vou viajar! Estou ansioso por passar a virada do ano em Montevideu, no Uruguai. Estou ensaiando um pouco o portunhol para dialogar com os corredores de lá. Espero te encontrar por lá, ok?”, me convidou o defensor do Stud São José dos Bastiões.
Com certeza estarei no Uruguai, mas não para a virada do ano e sim para o festival do Ramirez, torcendo por ele e por todos os brasileiros que encararem o desafio internacional.
Até lá pessoal e um ano de 2009 perfeito para todos, sejam humanos ou eqüinos.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Em meio a discussões, Tango Uno ganha o Paraná 2008
Estamos aqui novamente, plena quinta-feira, contando as horas para viajar para a Argentina, onde farei, por mais um ano, a cobertura de mais um festival internacional do Gran Premio Carlos Pellegrini (G1-2400mG). Infelizmente, não estive no Hipódromo do Tarumã no último domingo por ter perdido o vôo. Escutei muitas reclamações dos cavalos paranaenses, mas garanto que não foi por querer.
Acompanhei a festa do Jockey Club do Paraná pela televisão, mas não pude deixar de observar o pega que aconteceu durante a realização da prova central da reunião. Os cavalos passaram no cânter reclamando muito dos potros.
“Assim é mole! Carregar apenas 52kg sobre o dorso, por isso é o favorito. Devia correr logo sem ninguém conduzindo”, disse Starman, o primeiro a reclamar por ter de carregar 59kg do número 1 do mundo, Jorge Ricardo.
Uno Campione comprou a briga de Starman e emendou. “Pode crer. Vamos atuar no mesmo percurso e eles têm 7kg a menos sobre o corpo. Eu acabei de completar 4 anos. Merecia ao menos um diferencial”, sugeriu.
Ama-Tiri, um dos quatro potros anotados no Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA) e escolhido favorito da carreira, mesmo estreando no Tarumã com João Moreira, fez pouco caso. “Vocês querem comparar a experiência de vocês com a nossa? Nós potros estamos encarando um desafio difícil, por correr contra vocês. Starman, por exemplo, você já venceu duas vezes o GP Bento Gonçalves (G1-2400mA) e ainda será conduzido por Jorge Ricardo. Vocês reclamam demais”, resumiu, recebendo o apoio de Hiper Pet e Madrileño. Tango Uno, também potro, preferiu nada falar.
Nesse clima, pouco amigável, os competidores foram alinhados na seta dos 2.400 metros.
Tango Uno, que não gastou nenhuma energia na discussão, mostrando total concentração na prova que estava para acontecer, foi buscar a ponta logo nos metros iniciais, cruzando o disco em primeiro na primeira passagem, posição que antes pertencia ao potro Ama-Tiri.
O potro do Haras Tango seguia na frente, sem grande problema, mas escutava os ataques dos cavalos Ocho El Negro e Uruguayo di Punta. “Sai da frente moleque. Fica fácil correr levinho né? Mas estamos aqui, na sua cola. Você vai cansar”, provocava Uruguayo di Punta.
Ocho El Negro percebeu que Tango Uno diminuiu o ritmo com a provocação e resolveu entrar no clima. “Ô menino, pense que você já fez a sua parte. Pode ir parando, não ficará feio para você, afinal de contas, ainda lhe falta experiência.”
Ama-Tiri, que estava próximo do grupo, se chateou profundamente com as palavras dos cavalos e tratou de dar a volta por cima. Começou a progredir durante a curva e entrou na reta final ocupando a primeira posição. Sem esquecer de provocar. “Quem diminuirá o ritmo serão vocês. Seus velhos!”
Starman falou para Ocho El Negro. “Vamos juntos amigos, não vamos permitir esse moleque falar o que quer. Pegaremos você Ama-Tiri”, ameaçou.
Ao ouvir a ameaça, Ama-Tiri tentou disparar na reta, mas faltou patas, talvez pelo nervosismo da provocação de Starman. Foi quanto Tango Uno entrou de vez, no ritmo da prova.
“Vamos parar com isso agora. Não queria desmerecer ninguém na prova. Mas agora chega. Vocês, cavalos, são todos uns bobos. Estamos no mesmo barco. Logo eu também serei cavalo, mas não pretendo ser infantil como vocês”, e pela linha 4, com os 52kg de Waldomiro Blandi nas costas, Tango Uno passou todos sem dificuldades, cruzando o disco com fáceis 2 corpos.
Ama-Tiri ainda conseguiu manter a dupla, para formar a dobradinha dos potros. Amigo Gaúcho, único cavalo que não se meteu na discussão em momento algum, atropelou e garantiu a 3ª posição, com Uno Campione e Starman no complemento do marcador. Ocho El Negro foi o 6º colocado.
Tango Uno, um filho de Redattore e Tina Lark (Tumble Lark), de criação e propriedade do Haras Tango, provou ser potro de muita categoria e presença. Falou comigo, após o páreo, por telefone.
“Uma pena você não ter vindo, mas o ocorrido na raia hoje serviu para mostrar que o mais importante nas corridas de cavalo é se preocuparmos em correr. Esse negócio de querer desestabilizar os rivais com palavras pode funcionar às vezes. Mas a concentração é tudo. Jamais esquecerei esta corrida, pois mesmo me desconcentrando com os ataques, consegui dar a volta por cima e levar o páreo. Ganhar é bom demais!”, concluiu.
Não pude deixar de conversar com meu amigo Starman, que fez algumas das provocações e se deu mal. Porém, chegou colocado.
“Eu sabia que a prova era mais dura do que o Bento Gonçalves (G1-2400mA). Estava bem fisicamente, mas um pouco pertubado. Tive um lance muito legal com Onadine, no período que fiquei no Rio Grande do Sul. Eu ganhei a prova máxima gaúcha e no mesmo dia ela venceu o clássico das fêmeas. Comemoramos juntos no dia, mas nossa relação era para ser algo escondido, pois estávamos nos conhecendo. Sendo que um cavalo saiu espalhando vários boatos pela vila hípica.
Enfim, o resultado foi que viajei para o Paraná sem ao menos ter a chance de me explicar e sei muito bem que os comentários desse indivíduo chegaram ao Rio de Janeiro. Com certeza, minhas chances com Ranger Girl foram por água abaixo. Mas ainda espero rever Onadine. Tudo isso na minha cabeça e no meu coração atrapalharam meu desempenho aqui, por isso fui grosso com os potros e os provoquei durante a carreira. Peço desculpas aos mesmos. A dobradinha de Tango Uno e Ama-Tiri foi mais que merecida”, encerrou meu amigo Starman, mais apaixonado do que nunca.
RANGER GIRL DÁ VOLTA POR CIMA
As expectativas de Starman de quê os boatos tinham ultrapassado os muros da Vila Hípica gaúcha se concretizaram no dia seguinte ao GP Paraná, quando na segunda-feira Ranger Girl entrou na raia do Hipódromo da Gávea.
Enfrentando um campo misto, com 10 competidores, onde apenas ela e La Nacha representavam a equipe feminina, a defensora do Stud Amigos da Barra não quis saber de brincadeira e venceu, sob o comando preciso de Marcelo Almeida.
“Starman é uma criança ainda. Não tivemos nada sério, até porquê me interesso por cavalos mais experientes. Correr em páreo misto é ótimo para mim, não sei porquê, mas meus adversários se preocupam mais em me ver correndo na frente do que em me ultrapassar”, falou inocentemente a ‘traseiruda da Gávea’. Aliás, corre boato solto que Ranger Girl e o colega de cocheira, Light of Loose, estão sendo vistos juntos mais que o normal.
Seria ele o cavalo experiente que anda deixando a cobiçada filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) interessada? Assim que obtiver a resposta, os leitores do CERCA MÓVEL saberão em primeira mão, afinal de contas, ultrapassamos os 6 mil acessos graças a todos vocês.
Obrigada, fui!
Acompanhei a festa do Jockey Club do Paraná pela televisão, mas não pude deixar de observar o pega que aconteceu durante a realização da prova central da reunião. Os cavalos passaram no cânter reclamando muito dos potros.
“Assim é mole! Carregar apenas 52kg sobre o dorso, por isso é o favorito. Devia correr logo sem ninguém conduzindo”, disse Starman, o primeiro a reclamar por ter de carregar 59kg do número 1 do mundo, Jorge Ricardo.
Uno Campione comprou a briga de Starman e emendou. “Pode crer. Vamos atuar no mesmo percurso e eles têm 7kg a menos sobre o corpo. Eu acabei de completar 4 anos. Merecia ao menos um diferencial”, sugeriu.
Ama-Tiri, um dos quatro potros anotados no Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA) e escolhido favorito da carreira, mesmo estreando no Tarumã com João Moreira, fez pouco caso. “Vocês querem comparar a experiência de vocês com a nossa? Nós potros estamos encarando um desafio difícil, por correr contra vocês. Starman, por exemplo, você já venceu duas vezes o GP Bento Gonçalves (G1-2400mA) e ainda será conduzido por Jorge Ricardo. Vocês reclamam demais”, resumiu, recebendo o apoio de Hiper Pet e Madrileño. Tango Uno, também potro, preferiu nada falar.
Nesse clima, pouco amigável, os competidores foram alinhados na seta dos 2.400 metros.
Tango Uno, que não gastou nenhuma energia na discussão, mostrando total concentração na prova que estava para acontecer, foi buscar a ponta logo nos metros iniciais, cruzando o disco em primeiro na primeira passagem, posição que antes pertencia ao potro Ama-Tiri.
O potro do Haras Tango seguia na frente, sem grande problema, mas escutava os ataques dos cavalos Ocho El Negro e Uruguayo di Punta. “Sai da frente moleque. Fica fácil correr levinho né? Mas estamos aqui, na sua cola. Você vai cansar”, provocava Uruguayo di Punta.
Ocho El Negro percebeu que Tango Uno diminuiu o ritmo com a provocação e resolveu entrar no clima. “Ô menino, pense que você já fez a sua parte. Pode ir parando, não ficará feio para você, afinal de contas, ainda lhe falta experiência.”
Ama-Tiri, que estava próximo do grupo, se chateou profundamente com as palavras dos cavalos e tratou de dar a volta por cima. Começou a progredir durante a curva e entrou na reta final ocupando a primeira posição. Sem esquecer de provocar. “Quem diminuirá o ritmo serão vocês. Seus velhos!”
Starman falou para Ocho El Negro. “Vamos juntos amigos, não vamos permitir esse moleque falar o que quer. Pegaremos você Ama-Tiri”, ameaçou.
Ao ouvir a ameaça, Ama-Tiri tentou disparar na reta, mas faltou patas, talvez pelo nervosismo da provocação de Starman. Foi quanto Tango Uno entrou de vez, no ritmo da prova.
“Vamos parar com isso agora. Não queria desmerecer ninguém na prova. Mas agora chega. Vocês, cavalos, são todos uns bobos. Estamos no mesmo barco. Logo eu também serei cavalo, mas não pretendo ser infantil como vocês”, e pela linha 4, com os 52kg de Waldomiro Blandi nas costas, Tango Uno passou todos sem dificuldades, cruzando o disco com fáceis 2 corpos.
Ama-Tiri ainda conseguiu manter a dupla, para formar a dobradinha dos potros. Amigo Gaúcho, único cavalo que não se meteu na discussão em momento algum, atropelou e garantiu a 3ª posição, com Uno Campione e Starman no complemento do marcador. Ocho El Negro foi o 6º colocado.
Tango Uno, um filho de Redattore e Tina Lark (Tumble Lark), de criação e propriedade do Haras Tango, provou ser potro de muita categoria e presença. Falou comigo, após o páreo, por telefone.
“Uma pena você não ter vindo, mas o ocorrido na raia hoje serviu para mostrar que o mais importante nas corridas de cavalo é se preocuparmos em correr. Esse negócio de querer desestabilizar os rivais com palavras pode funcionar às vezes. Mas a concentração é tudo. Jamais esquecerei esta corrida, pois mesmo me desconcentrando com os ataques, consegui dar a volta por cima e levar o páreo. Ganhar é bom demais!”, concluiu.
Não pude deixar de conversar com meu amigo Starman, que fez algumas das provocações e se deu mal. Porém, chegou colocado.
“Eu sabia que a prova era mais dura do que o Bento Gonçalves (G1-2400mA). Estava bem fisicamente, mas um pouco pertubado. Tive um lance muito legal com Onadine, no período que fiquei no Rio Grande do Sul. Eu ganhei a prova máxima gaúcha e no mesmo dia ela venceu o clássico das fêmeas. Comemoramos juntos no dia, mas nossa relação era para ser algo escondido, pois estávamos nos conhecendo. Sendo que um cavalo saiu espalhando vários boatos pela vila hípica.
Enfim, o resultado foi que viajei para o Paraná sem ao menos ter a chance de me explicar e sei muito bem que os comentários desse indivíduo chegaram ao Rio de Janeiro. Com certeza, minhas chances com Ranger Girl foram por água abaixo. Mas ainda espero rever Onadine. Tudo isso na minha cabeça e no meu coração atrapalharam meu desempenho aqui, por isso fui grosso com os potros e os provoquei durante a carreira. Peço desculpas aos mesmos. A dobradinha de Tango Uno e Ama-Tiri foi mais que merecida”, encerrou meu amigo Starman, mais apaixonado do que nunca.
RANGER GIRL DÁ VOLTA POR CIMA
As expectativas de Starman de quê os boatos tinham ultrapassado os muros da Vila Hípica gaúcha se concretizaram no dia seguinte ao GP Paraná, quando na segunda-feira Ranger Girl entrou na raia do Hipódromo da Gávea.
Enfrentando um campo misto, com 10 competidores, onde apenas ela e La Nacha representavam a equipe feminina, a defensora do Stud Amigos da Barra não quis saber de brincadeira e venceu, sob o comando preciso de Marcelo Almeida.
“Starman é uma criança ainda. Não tivemos nada sério, até porquê me interesso por cavalos mais experientes. Correr em páreo misto é ótimo para mim, não sei porquê, mas meus adversários se preocupam mais em me ver correndo na frente do que em me ultrapassar”, falou inocentemente a ‘traseiruda da Gávea’. Aliás, corre boato solto que Ranger Girl e o colega de cocheira, Light of Loose, estão sendo vistos juntos mais que o normal.
Seria ele o cavalo experiente que anda deixando a cobiçada filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) interessada? Assim que obtiver a resposta, os leitores do CERCA MÓVEL saberão em primeira mão, afinal de contas, ultrapassamos os 6 mil acessos graças a todos vocês.
Obrigada, fui!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Cavalos entram no ritmo do forró nordestino
Olha eu aqui leitores, atrasada por um motivo para lá de compreensivo. Ontem, quarta-feira, dia 3, foi aniversário do meu amigo Matungo (o que é multi-funcional e humano, lembram?), então caímos na esbórnia e estou, aos poucos, recuperando a forma. Me animei bastante com o papo que tive, por telefone, com os cavalos que estarão participando, no domingo próximo, de uma grande festa no Nordeste.
Hoje não vou falar sobre a festa paranaense, mas sim do Grande Prêmio Bento Magalhães (2400mA), que assim como o GP Paraná (G1-2400mA), também ocorrerá no domingo, dia 7 de dezembro, sendo que no Hipódromo da Madalena, no Recife.
A prova máxima do turfe pernambucano está marcada para o 7º páreo da programação de domingo, às 17h. Os dez competidores anotados só pensam numa coisa: onde curtir após cruzar o disco?
“Estou adorando o calor do Nordeste. Quem disser que cavalo puro-sangue inglês só gosta do frio é porquê não nos escuta. Quero dar o máximo no domingo, ainda mais tendo sobre o dorso a beldade Josiane Gulart. Seremos atrações assim que entrarmos na raia”, falou Caro King.
Com campanha para lá de favorável, Always Mars quase levou a Prova Especial Dark Brown (2400mA), no mês de novembro, em Cidade Jardim. Estreando no calor pernambucano, o filho de Reve Dore e Tontura (Ken Graf) está confiante numa boa exibição.
“Vacilei em São Paulo. Diminui o ritmo e fui ultrapassado por Blessed Mustang nos metros finais. Ele (Blessed Mustang) foi encarar o GP Paraná (G1-2400mA) e torço para que faça uma boa corrida. Também poderia ter ido para Curitiba, mas preferi, e muito, vim para o Recife, curtir essa cidade maravilhosa próximo dos meus donos, do São José dos Bastiões. Sinto que posso colocar meu nome na lista dos vencedores da carreira”, falou confiante Always Mars.
Kicoração não quis falar muito sobre sua estréia, ele que corre em parelha com Always Mars. Mas deixou um recado. “Tenho sete vitórias na campanha. Mereço um ponto nobre.”
Guerigueri, Hi Society, Recompensado e Mandado já estão fazendo campanha no Recife e recebem os estreantes com muita animação.
“Muitos já são conhecidos nossos, em atuações em Cidade Jardim, principalmente. Mas correr na Madalena tem um quê a mais. O hipódromo é pequeno, comparado à Gávea e a São Paulo, porém muito aconchegante.
Assim como fomos recebidos de braços abertos, procuramos fazer o mesmo com eles. Sendo que teremos de dar uma aula para os estreantes, pois já sabemos dançar o frevo e o forró nordestino”, discursou Hi Society, o mais animado da turma e vencedor do Bentão 2007.
Impiedoso e Adeus Amigo adoraram a idéia do forró, mas foram contra o frevo. “Forró tudo bem, pois tem de ficar juntinho da égua, podendo inclusive pintar um clima depois. Mas frevo, sem chance! Meus boletos doem só de pensar em ficar pulando, descendo e subindo. Não sou cavalo de hípica e sim de prado”, falou, impiedosamente, Impiedoso, contando com a aprovação de Adeus Amigo.
No meio de relinchos e muita descontração, atentei que Istambul ainda não tinha se manisfetado. O cavalo do Stud Silver Blue Star anda preocupado, com a possibilidade de não participar da carreira.
“Tive uma baixa nas minhas hemácias e ando desanimado. Mas sei do que sou capaz e espero poder melhorar para correr no domingo. Não tenho muita vontade de comer a ração que me dão, estou achando um pouco ruim. Prefiro me alimentar no pasto apenas. Estava engordando muito e sendo vítima de grosserias dos meus rivais.
Devo passar por mais um exame para atestar a minha possibilidade de atuar no GP Bento Magalhães. Sei que meus adversários direto, Recompensado e Hi Society, preferem que eu corra do que fique de fora”, jogou a dúvida no ar Istambul.
Prontamente, Recompensado respondeu. “Estou sem correr desde outubro, sonhando em fazer o tira-teima com você na raia da Madalena. Não me decepcione e vá para a raia, ok?”, encarou.
Hi Society, sempre mais animado e descontraído, acalmou os ânimos dos conhecidos rivais. “Pessoal, é festa! Tomara que ambos estejam na raia, pois enquanto vocês se pegam, me esquecem e eu posso buscar o bi e ser, por mais um ano, o centro das atenções. Sim, pois já sou a maior atração na hora que o forró corre solto, após as carreiras. Resta a vocês tentarem algo na raia”, encerra relinchando à toa e só pensando em festa o filho de Dark Brown e Sociedad (Restless Jet), criado pelo Haras Rosa do Sul.
É leitores, dia 7, às 17h, o bicho vai pegar na raia pernambucana e o forró correrá solto após cruzarem o disco. Não poderei participar da animação nordestina, mesmo sendo de lá (João Pessoa, capital da Paraíba, cerca de 110km de distância de Recife), pois estarei de volta ao Paraná, para observar de perto o que vai acontecer no último Grupo 1 realizado no Brasil, neste ano de 2008.
Até lá!
Hoje não vou falar sobre a festa paranaense, mas sim do Grande Prêmio Bento Magalhães (2400mA), que assim como o GP Paraná (G1-2400mA), também ocorrerá no domingo, dia 7 de dezembro, sendo que no Hipódromo da Madalena, no Recife.
A prova máxima do turfe pernambucano está marcada para o 7º páreo da programação de domingo, às 17h. Os dez competidores anotados só pensam numa coisa: onde curtir após cruzar o disco?
“Estou adorando o calor do Nordeste. Quem disser que cavalo puro-sangue inglês só gosta do frio é porquê não nos escuta. Quero dar o máximo no domingo, ainda mais tendo sobre o dorso a beldade Josiane Gulart. Seremos atrações assim que entrarmos na raia”, falou Caro King.
Com campanha para lá de favorável, Always Mars quase levou a Prova Especial Dark Brown (2400mA), no mês de novembro, em Cidade Jardim. Estreando no calor pernambucano, o filho de Reve Dore e Tontura (Ken Graf) está confiante numa boa exibição.
“Vacilei em São Paulo. Diminui o ritmo e fui ultrapassado por Blessed Mustang nos metros finais. Ele (Blessed Mustang) foi encarar o GP Paraná (G1-2400mA) e torço para que faça uma boa corrida. Também poderia ter ido para Curitiba, mas preferi, e muito, vim para o Recife, curtir essa cidade maravilhosa próximo dos meus donos, do São José dos Bastiões. Sinto que posso colocar meu nome na lista dos vencedores da carreira”, falou confiante Always Mars.
Kicoração não quis falar muito sobre sua estréia, ele que corre em parelha com Always Mars. Mas deixou um recado. “Tenho sete vitórias na campanha. Mereço um ponto nobre.”
Guerigueri, Hi Society, Recompensado e Mandado já estão fazendo campanha no Recife e recebem os estreantes com muita animação.
“Muitos já são conhecidos nossos, em atuações em Cidade Jardim, principalmente. Mas correr na Madalena tem um quê a mais. O hipódromo é pequeno, comparado à Gávea e a São Paulo, porém muito aconchegante.
Assim como fomos recebidos de braços abertos, procuramos fazer o mesmo com eles. Sendo que teremos de dar uma aula para os estreantes, pois já sabemos dançar o frevo e o forró nordestino”, discursou Hi Society, o mais animado da turma e vencedor do Bentão 2007.
Impiedoso e Adeus Amigo adoraram a idéia do forró, mas foram contra o frevo. “Forró tudo bem, pois tem de ficar juntinho da égua, podendo inclusive pintar um clima depois. Mas frevo, sem chance! Meus boletos doem só de pensar em ficar pulando, descendo e subindo. Não sou cavalo de hípica e sim de prado”, falou, impiedosamente, Impiedoso, contando com a aprovação de Adeus Amigo.
No meio de relinchos e muita descontração, atentei que Istambul ainda não tinha se manisfetado. O cavalo do Stud Silver Blue Star anda preocupado, com a possibilidade de não participar da carreira.
“Tive uma baixa nas minhas hemácias e ando desanimado. Mas sei do que sou capaz e espero poder melhorar para correr no domingo. Não tenho muita vontade de comer a ração que me dão, estou achando um pouco ruim. Prefiro me alimentar no pasto apenas. Estava engordando muito e sendo vítima de grosserias dos meus rivais.
Devo passar por mais um exame para atestar a minha possibilidade de atuar no GP Bento Magalhães. Sei que meus adversários direto, Recompensado e Hi Society, preferem que eu corra do que fique de fora”, jogou a dúvida no ar Istambul.
Prontamente, Recompensado respondeu. “Estou sem correr desde outubro, sonhando em fazer o tira-teima com você na raia da Madalena. Não me decepcione e vá para a raia, ok?”, encarou.
Hi Society, sempre mais animado e descontraído, acalmou os ânimos dos conhecidos rivais. “Pessoal, é festa! Tomara que ambos estejam na raia, pois enquanto vocês se pegam, me esquecem e eu posso buscar o bi e ser, por mais um ano, o centro das atenções. Sim, pois já sou a maior atração na hora que o forró corre solto, após as carreiras. Resta a vocês tentarem algo na raia”, encerra relinchando à toa e só pensando em festa o filho de Dark Brown e Sociedad (Restless Jet), criado pelo Haras Rosa do Sul.
É leitores, dia 7, às 17h, o bicho vai pegar na raia pernambucana e o forró correrá solto após cruzarem o disco. Não poderei participar da animação nordestina, mesmo sendo de lá (João Pessoa, capital da Paraíba, cerca de 110km de distância de Recife), pois estarei de volta ao Paraná, para observar de perto o que vai acontecer no último Grupo 1 realizado no Brasil, neste ano de 2008.
Até lá!
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Starman, pronto para uma nova batalha
“Quando você me vê, eu vejo acender, outra vez, aquela chama. Então, para quê se esconder, eu preciso saber, o quanto me ama...”. Olá leitores, desculpem pelo atraso desta, mas ontem estive no show da Preta Gil (sim, a filha do ex-ministro e sempre artista Gilberto Gil) na companhia do empolgado Matungo Aurélio Ribeiro (gostaram) e mais quem manda aqui em casa. Foi perfeito, uma ótima opção de entretenimento.
Mas vamos ao que interessa, que é falar dos cavalos. Mostrarei à vocês, mais um episódio na vida do meu amigo Starman. Depois de ganhar, pela segunda vez, o Grande Prêmio Bento Gonçalves (G1-2400mA), Starman não pensa em outra coisa que não seja o GP Paraná 2008. E foi numa cocheira do prado paranaense, que consegui essa exclusiva, por telefone, que conto para vocês.
“Como estão vocês leitores do CERCA MÓVEL? Estou muito empolgado com mais uma oportunidade que os meus responsáveis me ofereceram, pois além de adorar desafios, sempre tive muita vontade de conhecer o Jockey Club do Paraná, afinal de contas, nasci nesse estado e está sendo muito bom poder voltar a sentir o vento frio e inconfundível de Curitiba”, falou o filho de Trempolino e Sweet Mind (Baligh), criado pelo Haras São José da Serra, no município de São José dos Pinhais, no Paraná.
Antes que ele se empolgasse e falasse apenas na prova futura, solicitei ao defensor de Aluizio Ribeiro que relembrasse a noite em que ele entrou para a história do Bento Gonçalves, tornando-se bicampeão da carreira.
“Foi um momento mágico. Jorge Ricardo chegou da Argentina e foi direto na cocheira onde eu já estava recebendo os mimos do meu treinador Dulcino Guignoni, bem como do Leandro. O ‘número 1 do mundo’ me olhou nos olhos e perguntou se eu estava pronto para ser bicampeão. Não sei ao certo se ele entendeu, mas respondi com um relincho que sim.
A emoção foi completamente diferente do ano anterior. A começar que em 2007, corri com a luz do sol. Também estava me acostumando com o Ricardinho e era a minha primeira viagem tão longa. Era tudo novidade.
Agora não, as pessoas da cocheira me conheciam e me respeitavam. Passeei pela vila hípica e fui muito cumprimentado, bem como paquerado por éguas interessantes (relincha). Umas, te garanto, não deviam em nada à cobiçada Ranger Girl. Mas, estava ali a trabalho, não para diversão.
Quando entrei na raia do Hipódromo do Cristal, escutei as crianças fazendo algazarras, gritando meu nome e do Jorge Ricardo. Apesar dos comentários favoráveis ao Jaguanum, eu era o astro da noite. Durante o cânter, passei pelo lado firme da raia e decidi qual o melhor caminho para tentar o bi.
Na hora do alinhamento, juro que me senti o próprio Seabiscuit, largando à bandeira e com todos os espectadores afoitos pela largada. Estava tão concentrado, que cheguei a escutar as batidas do meu coração. Largou e vi Jaguanum desesperado indo para a ponta, eu ficava em 4º, só no galope. Apenas na reta oposta que fui posicionado mais próximo, aguardando a reta final.
Na última curva, eu e Ricardinho estávamos atrás apenas de Jaguanum, que continuava ponteando. Então mostrei para meu piloto que estava na hora da verdade, o mesmo me entendeu perfeitamente e deu rédeas. Pronto, entrei na reta final livre, escolhendo o melhor caminho e ultrapassei sem muita luta Jaguanum. Só parei de correr quando já tinha cruzado o disco e ouvido a vibração das pessoas na arquibancada, em especial das crianças. Foi uma noite perfeita!”, detalhou Starman.
Quis saber do cavalo, que está com 5 anos, quais os planos futuros.
“Primeiro, quero vencer o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA). Estou me sentindo no melhor da forma física. Queria ter corrido essa prova em 2007, mas ainda estava, digamos que, verde para tal. Este ano não abria mão. Tenho uma filiação régia e uma equipe fantástica. Respeito todos os meus adversários, mas saibam que quem quiser vencer, terá de me ultrapassar”, garantiu.
Além dele, o campo da prova máxima paranaense, que será realizada no domingo, dia 7 de dezembro, está formado por Sib Danzig, Honorifique, Madrileno, Uruguayo di Punta, Finger Print, Ama-Tiri, Forever Friends, Tango Uno, Blessed Mustang, Amigo Gaúcho, Hiper Pet, Ocho El Negro e Uno Campione.
Para não atrapalhar os trabalhos de Starman, já dava como encerrada a entrevista quando o mesmo fez questão em deixar um recado.
“Quero aproveitar esse espaço no CERCA MÓVEL, onde sei que tanto os cavalos, quanto os humanos, passam por aqui para nos entendermos melhor, para demonstrar meu apoio ao treinador Dulcino Guignoni. Se hoje sou um vencedor de provas tradicionais, devo a ele e sua equipe. Vou me esforçar ao máximo para ganhar a taça do GP Paraná 2008, para que Guignoni a coloque num espaço reservado entre as tantas outras que já tem.
Também sei que cada vitória obtida por nós, pensionistas dele, é transformada em presentes para o Natal das crianças da cidade de Recreio, local onde ele nasceu e nunca abandonou. Por você Guignoni, ganharei mais uma prova graduada”, prometeu Starman.
É amigos, agora é esperar para ver se a promessa será cumprida, mas garanto a vocês que nunca vi meu amigo tão empolgado. Só sei de uma coisa: não perco a festa paranaense por nada. Até lá!
Mas vamos ao que interessa, que é falar dos cavalos. Mostrarei à vocês, mais um episódio na vida do meu amigo Starman. Depois de ganhar, pela segunda vez, o Grande Prêmio Bento Gonçalves (G1-2400mA), Starman não pensa em outra coisa que não seja o GP Paraná 2008. E foi numa cocheira do prado paranaense, que consegui essa exclusiva, por telefone, que conto para vocês.
“Como estão vocês leitores do CERCA MÓVEL? Estou muito empolgado com mais uma oportunidade que os meus responsáveis me ofereceram, pois além de adorar desafios, sempre tive muita vontade de conhecer o Jockey Club do Paraná, afinal de contas, nasci nesse estado e está sendo muito bom poder voltar a sentir o vento frio e inconfundível de Curitiba”, falou o filho de Trempolino e Sweet Mind (Baligh), criado pelo Haras São José da Serra, no município de São José dos Pinhais, no Paraná.
Antes que ele se empolgasse e falasse apenas na prova futura, solicitei ao defensor de Aluizio Ribeiro que relembrasse a noite em que ele entrou para a história do Bento Gonçalves, tornando-se bicampeão da carreira.
“Foi um momento mágico. Jorge Ricardo chegou da Argentina e foi direto na cocheira onde eu já estava recebendo os mimos do meu treinador Dulcino Guignoni, bem como do Leandro. O ‘número 1 do mundo’ me olhou nos olhos e perguntou se eu estava pronto para ser bicampeão. Não sei ao certo se ele entendeu, mas respondi com um relincho que sim.
A emoção foi completamente diferente do ano anterior. A começar que em 2007, corri com a luz do sol. Também estava me acostumando com o Ricardinho e era a minha primeira viagem tão longa. Era tudo novidade.
Agora não, as pessoas da cocheira me conheciam e me respeitavam. Passeei pela vila hípica e fui muito cumprimentado, bem como paquerado por éguas interessantes (relincha). Umas, te garanto, não deviam em nada à cobiçada Ranger Girl. Mas, estava ali a trabalho, não para diversão.
Quando entrei na raia do Hipódromo do Cristal, escutei as crianças fazendo algazarras, gritando meu nome e do Jorge Ricardo. Apesar dos comentários favoráveis ao Jaguanum, eu era o astro da noite. Durante o cânter, passei pelo lado firme da raia e decidi qual o melhor caminho para tentar o bi.
Na hora do alinhamento, juro que me senti o próprio Seabiscuit, largando à bandeira e com todos os espectadores afoitos pela largada. Estava tão concentrado, que cheguei a escutar as batidas do meu coração. Largou e vi Jaguanum desesperado indo para a ponta, eu ficava em 4º, só no galope. Apenas na reta oposta que fui posicionado mais próximo, aguardando a reta final.
Na última curva, eu e Ricardinho estávamos atrás apenas de Jaguanum, que continuava ponteando. Então mostrei para meu piloto que estava na hora da verdade, o mesmo me entendeu perfeitamente e deu rédeas. Pronto, entrei na reta final livre, escolhendo o melhor caminho e ultrapassei sem muita luta Jaguanum. Só parei de correr quando já tinha cruzado o disco e ouvido a vibração das pessoas na arquibancada, em especial das crianças. Foi uma noite perfeita!”, detalhou Starman.
Quis saber do cavalo, que está com 5 anos, quais os planos futuros.
“Primeiro, quero vencer o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA). Estou me sentindo no melhor da forma física. Queria ter corrido essa prova em 2007, mas ainda estava, digamos que, verde para tal. Este ano não abria mão. Tenho uma filiação régia e uma equipe fantástica. Respeito todos os meus adversários, mas saibam que quem quiser vencer, terá de me ultrapassar”, garantiu.
Além dele, o campo da prova máxima paranaense, que será realizada no domingo, dia 7 de dezembro, está formado por Sib Danzig, Honorifique, Madrileno, Uruguayo di Punta, Finger Print, Ama-Tiri, Forever Friends, Tango Uno, Blessed Mustang, Amigo Gaúcho, Hiper Pet, Ocho El Negro e Uno Campione.
Para não atrapalhar os trabalhos de Starman, já dava como encerrada a entrevista quando o mesmo fez questão em deixar um recado.
“Quero aproveitar esse espaço no CERCA MÓVEL, onde sei que tanto os cavalos, quanto os humanos, passam por aqui para nos entendermos melhor, para demonstrar meu apoio ao treinador Dulcino Guignoni. Se hoje sou um vencedor de provas tradicionais, devo a ele e sua equipe. Vou me esforçar ao máximo para ganhar a taça do GP Paraná 2008, para que Guignoni a coloque num espaço reservado entre as tantas outras que já tem.
Também sei que cada vitória obtida por nós, pensionistas dele, é transformada em presentes para o Natal das crianças da cidade de Recreio, local onde ele nasceu e nunca abandonou. Por você Guignoni, ganharei mais uma prova graduada”, prometeu Starman.
É amigos, agora é esperar para ver se a promessa será cumprida, mas garanto a vocês que nunca vi meu amigo tão empolgado. Só sei de uma coisa: não perco a festa paranaense por nada. Até lá!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Com som de Bingo, gatinha apavora fantasma
Como vão leitores! Espero que todos bem. Sei que a maioria de vocês está aguardando meu bate-papo com o meu amigo Starman, que na última quinta-feira conseguiu ser bicampeão do Grande Prêmio Bento Gonçalves (G1-2400mA), pois saibam que a “exclusiva” fica para a próxima semana.
O motivo é uma denúncia (devidamente checada) que o CERCA MÓVEL recebeu do potro Olympic Gatsby, que atuou no último domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim. O episódio é tão absurdo, que Starman concordou na mesma hora em adiarmos a sua matéria. Mas, vamos à história.
Olympic Gatsby alinhou para o 9º páreo da reunião paulista, na seta dos 1.600 metros da pista de grama, tendo pela primeira vez Josiane Gulart sobre o dorso. O defensor do Haras Regina dava claros sinais de quê estava nervoso, desde o cânter, e explicou o motivo.
“Quando entrei na raia, olhei para cima da Tribuna Social e me admirei, pois nunca tinha observado um salão social tão movimentado, pensei até que a tarde de domingo era de Grande Prêmio São Paulo, tamanha a agitação no prado paulista. Para se ter uma idéia, das quatro vezes que atuei no Hipódromo da Gávea, todos foram em dias comuns, por isso poucas pessoas estiveram presentes. Além disso, também estava empolgado em ser conduzido, pela primeira vez, pela joqueta Josiane Gulart, que só conhecia através da televisão. Ela é realmente uma gatinha”, suspira o potro, que fez um cânter meio tímido.
Quando estava indo em direção ao partidor, o filho de Roi Normand e Iasmin Edge (Ghadeer), criado pelo Haras Santa Ana do Rio Grande, não escondeu o quanto estava chateado e fechou a cara por completo.
“Não estou acreditando no que estou vendo. Todas aquelas pessoas não vieram ao Jockey Club de São Paulo para observar a nós, cavalos de corrida, e sim para acompanhar um bingo. É verdade isso Olympic Blue?”, perguntou indignado o potro, no que o companheiro de cocheira, também estreante em São Paulo, respondeu. “Foi o que me contaram, mas pode ser brincadeira.”
Com a dúvida na cabeça, os dois defensores do Haras Regina, bem como mais nove competidores, foram alinhar para a corrida.
Iniciado o páreo,visivelmente pertubado, Olympic Gatsby nem parecia participar da carreira, pois enquanto Armal e Capricho sairam disputando a ponta, o nosso entrevistado ficava na frente de apenas três corredores. “Estou nervoso com essa gatinha no meu dorso e apreensivo com a idéia de quê um Bingo seja melhor que nós, cavalos de corrida. Não posso acreditar”, desconcentrava-se o corredor.
Enquanto Olympic Gatsby ficava para trás, no final da reta oposta Capricho conseguia assumir a ponta, trazendo na cola Diamond Black, Olympic Blue, Armal e Iamwhatiam. Ao entrar na reta final, Diamond Black forçou e assumiu a dianteira, porém Capricho continuou próximo e começava a desvencilhar Iamwhatiam, que bem tocado por João Moreira, o “fantasma” de Cidade Jardim, passou a pontear a carreira nos últimos 250 metros. Nesse instante, Olympic Gatsby já estava bem adaptado com Josiane Gulart, mas tinha cerca de 3 corpos para o ponteiro.
“A minha atenção estava voltada para a algazarra do salão social. Escutei, pelos alto-falantes do hipódromo, o som de 37, foi quando percebi que na verdade não era o narrador Casela quem estava no som e sim o bingueiro, pois meu número era o 3 e quem estava ponteando a carreira era o número 4.
A chateação que sentia foi me transformando por dentro, pois não queria acreditar que um jogo de cartela poderia ser mais emocionante que a nossa atuação na raia de grama, foi quando ouvi o número 49 ser falado no alto-falante. Fiquei muito ‘P’ da vida e quis acabar logo com aquilo. Estava distante de Iamwhatiam cerca de 3 corpos nos últimos 50 metros, mas senti que a gatinha estava disposta também a assustar o fantasma e juntos fomos alcança-lo e ultrapassa-lo, cruzando o disco com cabeça de vantagem. Fiz questão de sair da raia gritando 55, que foi o quanto eu rateei aos turfistas que confiaram em mim 10 reais”, relembrou.
Mesmo alcançando a vitória na estréia paulista e somando a segunda conquista da campanha, Olympic Gatsby continuava chateado com a situação. “O pior foi o que soube depois do páreo. Cada cartela do ‘Bingo da Social’ custava R$ 10,00 (dez reais) e algumas rodadas pagaram prêmios mairores do que o que vou receber pela minha vitória. Isso sem falar nos gastos da minha viagem de Teresópolis até São Paulo. No Rio, estava acostumado a ouvir a transmissão da minha atuação e não pedras de Bingo”, comparou, para emendar em seguida. “Ao menos, escapei dos chatos discursos que outros amigos já presenciaram.”
Apesar de tudo, quis saber do potro o que de bom ele levará na bagagem para o estado do Rio de Janeiro. “Sem dúvida, a foto da vitória que tirei com a gatinha Josiane, pois todos os competidores do Regina são fãs dela. Os que estão no Centro de Treinamento Verde e Preto têm menos contato, mas sonham em ser, um dia, conduzidos pela gatinha. Também aproveitarei para tirar um sarro de Olympic Castle, que não fez uma forcinha a mais para vencer quando esteve em São Paulo, na segunda-feira (10/11), com medo de ter uma foto e o pessoal da cocheira ficar comparando a beleza dela com a da gatinha”, brincou Olympic Gatsby.
Para encerrar nosso bate-papo, quis saber se o potro pretende voltar a São Paulo.
“Bem, enquanto a raia de grama da Gávea não ficar pronta, será o jeito vir para Cidade Jardim. Sendo que vou sugerir aos meus colegas, que também devem vir, para aprendermos a jogar Bingo, pois quando voltarmos em São Paulo, o pessoal do Salão desce para correr na raia e nós assumimos os lugares deles, em busca de prêmios maiores”, relinchou e encerrou o assunto Olympic Gatsby.
Torcemos para que esse mal-entendido entre o ‘Bingo da Social’ e os cavalos de corrida não volte a se repetir e que os corredores possam continuar ouvindo, da raia, a voz do locutor Roberto Casela.
Até a próxima!
O motivo é uma denúncia (devidamente checada) que o CERCA MÓVEL recebeu do potro Olympic Gatsby, que atuou no último domingo, no Hipódromo de Cidade Jardim. O episódio é tão absurdo, que Starman concordou na mesma hora em adiarmos a sua matéria. Mas, vamos à história.
Olympic Gatsby alinhou para o 9º páreo da reunião paulista, na seta dos 1.600 metros da pista de grama, tendo pela primeira vez Josiane Gulart sobre o dorso. O defensor do Haras Regina dava claros sinais de quê estava nervoso, desde o cânter, e explicou o motivo.
“Quando entrei na raia, olhei para cima da Tribuna Social e me admirei, pois nunca tinha observado um salão social tão movimentado, pensei até que a tarde de domingo era de Grande Prêmio São Paulo, tamanha a agitação no prado paulista. Para se ter uma idéia, das quatro vezes que atuei no Hipódromo da Gávea, todos foram em dias comuns, por isso poucas pessoas estiveram presentes. Além disso, também estava empolgado em ser conduzido, pela primeira vez, pela joqueta Josiane Gulart, que só conhecia através da televisão. Ela é realmente uma gatinha”, suspira o potro, que fez um cânter meio tímido.
Quando estava indo em direção ao partidor, o filho de Roi Normand e Iasmin Edge (Ghadeer), criado pelo Haras Santa Ana do Rio Grande, não escondeu o quanto estava chateado e fechou a cara por completo.
“Não estou acreditando no que estou vendo. Todas aquelas pessoas não vieram ao Jockey Club de São Paulo para observar a nós, cavalos de corrida, e sim para acompanhar um bingo. É verdade isso Olympic Blue?”, perguntou indignado o potro, no que o companheiro de cocheira, também estreante em São Paulo, respondeu. “Foi o que me contaram, mas pode ser brincadeira.”
Com a dúvida na cabeça, os dois defensores do Haras Regina, bem como mais nove competidores, foram alinhar para a corrida.
Iniciado o páreo,visivelmente pertubado, Olympic Gatsby nem parecia participar da carreira, pois enquanto Armal e Capricho sairam disputando a ponta, o nosso entrevistado ficava na frente de apenas três corredores. “Estou nervoso com essa gatinha no meu dorso e apreensivo com a idéia de quê um Bingo seja melhor que nós, cavalos de corrida. Não posso acreditar”, desconcentrava-se o corredor.
Enquanto Olympic Gatsby ficava para trás, no final da reta oposta Capricho conseguia assumir a ponta, trazendo na cola Diamond Black, Olympic Blue, Armal e Iamwhatiam. Ao entrar na reta final, Diamond Black forçou e assumiu a dianteira, porém Capricho continuou próximo e começava a desvencilhar Iamwhatiam, que bem tocado por João Moreira, o “fantasma” de Cidade Jardim, passou a pontear a carreira nos últimos 250 metros. Nesse instante, Olympic Gatsby já estava bem adaptado com Josiane Gulart, mas tinha cerca de 3 corpos para o ponteiro.
“A minha atenção estava voltada para a algazarra do salão social. Escutei, pelos alto-falantes do hipódromo, o som de 37, foi quando percebi que na verdade não era o narrador Casela quem estava no som e sim o bingueiro, pois meu número era o 3 e quem estava ponteando a carreira era o número 4.
A chateação que sentia foi me transformando por dentro, pois não queria acreditar que um jogo de cartela poderia ser mais emocionante que a nossa atuação na raia de grama, foi quando ouvi o número 49 ser falado no alto-falante. Fiquei muito ‘P’ da vida e quis acabar logo com aquilo. Estava distante de Iamwhatiam cerca de 3 corpos nos últimos 50 metros, mas senti que a gatinha estava disposta também a assustar o fantasma e juntos fomos alcança-lo e ultrapassa-lo, cruzando o disco com cabeça de vantagem. Fiz questão de sair da raia gritando 55, que foi o quanto eu rateei aos turfistas que confiaram em mim 10 reais”, relembrou.
Mesmo alcançando a vitória na estréia paulista e somando a segunda conquista da campanha, Olympic Gatsby continuava chateado com a situação. “O pior foi o que soube depois do páreo. Cada cartela do ‘Bingo da Social’ custava R$ 10,00 (dez reais) e algumas rodadas pagaram prêmios mairores do que o que vou receber pela minha vitória. Isso sem falar nos gastos da minha viagem de Teresópolis até São Paulo. No Rio, estava acostumado a ouvir a transmissão da minha atuação e não pedras de Bingo”, comparou, para emendar em seguida. “Ao menos, escapei dos chatos discursos que outros amigos já presenciaram.”
Apesar de tudo, quis saber do potro o que de bom ele levará na bagagem para o estado do Rio de Janeiro. “Sem dúvida, a foto da vitória que tirei com a gatinha Josiane, pois todos os competidores do Regina são fãs dela. Os que estão no Centro de Treinamento Verde e Preto têm menos contato, mas sonham em ser, um dia, conduzidos pela gatinha. Também aproveitarei para tirar um sarro de Olympic Castle, que não fez uma forcinha a mais para vencer quando esteve em São Paulo, na segunda-feira (10/11), com medo de ter uma foto e o pessoal da cocheira ficar comparando a beleza dela com a da gatinha”, brincou Olympic Gatsby.
Para encerrar nosso bate-papo, quis saber se o potro pretende voltar a São Paulo.
“Bem, enquanto a raia de grama da Gávea não ficar pronta, será o jeito vir para Cidade Jardim. Sendo que vou sugerir aos meus colegas, que também devem vir, para aprendermos a jogar Bingo, pois quando voltarmos em São Paulo, o pessoal do Salão desce para correr na raia e nós assumimos os lugares deles, em busca de prêmios maiores”, relinchou e encerrou o assunto Olympic Gatsby.
Torcemos para que esse mal-entendido entre o ‘Bingo da Social’ e os cavalos de corrida não volte a se repetir e que os corredores possam continuar ouvindo, da raia, a voz do locutor Roberto Casela.
Até a próxima!
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Campeão do Derby Paulista afina a gaita pensando na Argentina
Olá leitores, aqui estamos nós mais uma vez. Vale destacar que o atraso da coluna foi de propósito, pois queria voltar ao aeroporto do Galeão, aguardar o embarque para Porto Alegre para cobrir mais um Bento Gonçalves (G1-2400mA) e colocar no ar mais um CERCA MÓVEL fresquinho para vocês.
Foi neste local que no ano anterior a primeira coluna entrou no ar. Ou seja, lá se vão 12 meses e 55 estórias neste espaço cibernético-democrático em que os cavalos falam e eu os traduzo para todos vocês se entenderem.
Bem, ando viajando mais que o presidente do nosso país, sendo que com uma diferença: eu trabalho mesmo! Na semana anterior, estive em São Paulo para assistir o festival do Derby Paulista (G1-2400mG).
Antes de entrar na raia, senti Negro da Gaita muito afoito. Não o conhecia ainda, só havia visto algumas de suas corridas, mas ele foi super-simpático quando passou por mim, desejando-me boa sorte no trabalho. Agradeci e acendi meu radar de que alguma coisa estava por vir, tamanha a confiança que o potro da Coudelaria Jéssica passava.
Não nego aos leitores que a minha atenção principal estava em Flymetothemoon e Rutini, pois acreditava que daquele embate poderia sair o vencedor. Mas percebi os dois mais calmos em São Paulo. Acho que o clima paulista amenou os ânimos dos dois pensionistas de Venâncio Nahid.
Mas voltemos ao Derby...
Todos alinhados e de repente Urubu Malandro faz jus ao nome. Derruba Bruno Reis e passa por baixo do partidor, atrasando a largada. Quando ele foi pego pelo punga, em frente ao disco, olhou para mim e disse.
“Pronto, consegui o que queria. Cruzei o disco em primeiro”, e voltou ao partidor às gargalhadas. É um brincalhão o competidor do Stud Estrela Energia.
Enquanto Urubu Malandro fazia seu show pessoal, todos os outros 17 competidores continuavam dentro do partidor. Alguns começaram a se irritar, como Flymetothemoon. “Essa joça abre ou não hoje?”, bradava o potro.
Bem, depois de Urubu Malandro entrar novamente no box, ai sim foi permitida a largada.
Ângulo Certo aproveitou bem a baliza um e saiu na frente, mas correndo e gritando feito um doido vinha Quick Wind. “Pode parar, eu quem faço o train”, e assumia a liderança da prova.
Um empurra-empurra rolou durante a primeira curva, onde eu só escutava, ‘cuidado com meu pé’; ‘sai pra lá’; ‘pára de jogar areia na minha cara’.
Quick Wind sofreu com a perseguição de Nuestro Hermano, que de irmão não tinha nada. “Cuidado heim, tô pertinho de você”, ameaçava o pensionista de João Macedo. Flymetothemoon corria em 9º e foi então que observei na frente dele os potros Hot Six (6º) e Negro da Gaita (7º) calados, só correndo e ouvindo os outros competidores ofegantes.
Leitores, ao entrar na reta final, juro que não acreditei no que eu ouvi. Negro da Gaita começou a assobiar. Sim, assobiar como se tivesse uma gaita na boca. E foi nesse mesmo momento que Marcelo Cardoso, que estava sobre o dorso do cavalo, levou para linha 4 e iniciou a atropelada.
Juntos chegaram a abrir cerca de quatro corpos sobre os outros competidores. Foi quando Negro da Gaita parou de assobiar e nos 200 metros finais Hot Six começou a correr como se tivesse largado dali. Deu trabalho, mas Negro da Gaita conseguiu manter cabeça de vantagem sobre o rival.
Quem também avançou com grande ação, bem pertinho da cerca interna, foi Flymetothemoon, que ficou na 3ª posição. Mirassol e Nuestro Hermano completaram o partidor.
Quando voltou ao padoque, chamei Negro da Gaita para uma entrevista e o mesmo atendeu a minha solicitação, mas provocando de certo modo.
“Até que enfim vou virar notícia no CERCA MÓVEL. Tava mais do que na hora! (provocou) Brincadeiras à parte, obrigado pela atenção”, falou.
Quis saber dele qual o segredo do assobio e ele me respondeu aos relinchos.
“Muito simples, meu nome não é Negro da Gaita à toa. Toco gaita sim e assobio como poucos. Sendo que ao assobiar, além de aumentar a minha performance, também descobri que hipnotizo meus adversários. Ao entrar na reta final, apenas assobiei e comecei a voar na raia paulista, enquanto os outros começaram a diminuir o ritmo.
Quando cheguei nos 200 metros finais, parei de assobiar, pois estava com a vitória assegurada. Não me importei nem um pouco com o ataque de Hot Six, pois ainda tinha fôlego para assobiar novamente”, explicou o filho de Know Heights e Graciosa Bailarina (First American), criado pelo Stud Mega.
O castanho não nega que seus planos é mesmo atuar no GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), no próximo mês, no Hipódromo de San Isidro, na Argentina.
“Estou até ensaiando algum tango para assobiar durante o páreo. Quero ver o que eles vão fazer quando eu começar a tocar ‘por una cabeza’. Nos vemos por lá, ok?”, me convidou o vencedor do Derby Paulista, sem antes deixar um recado especial.
“Quero dedicar essa vitória ao meu pai Know Heights, que morreu há duas semanas. Convivi pouco tempo com ele, mas sempre nos falamos pelo telefone. Continuo invicto na pista de Cidade Jardim, onde corri duas vezes, mas sem dúvidas meu pai merece esta vitória e, quem sabe, a do Pellegrini também. Vou caprichar papai!”, encerrou com lágrima nos olhos o potro.
BENTO GONÇALVES
Bem leitores, eu vou embarcar para Porto Alegre, onde devo reencontrar meu amigo Starman, que, não posso esconder de vocês, está todo bobo porquê será conduzido mais uma vez por Jorge Ricardo. Mas isso, eu conto na próxima semana.
Fui!
Foi neste local que no ano anterior a primeira coluna entrou no ar. Ou seja, lá se vão 12 meses e 55 estórias neste espaço cibernético-democrático em que os cavalos falam e eu os traduzo para todos vocês se entenderem.
Bem, ando viajando mais que o presidente do nosso país, sendo que com uma diferença: eu trabalho mesmo! Na semana anterior, estive em São Paulo para assistir o festival do Derby Paulista (G1-2400mG).
Antes de entrar na raia, senti Negro da Gaita muito afoito. Não o conhecia ainda, só havia visto algumas de suas corridas, mas ele foi super-simpático quando passou por mim, desejando-me boa sorte no trabalho. Agradeci e acendi meu radar de que alguma coisa estava por vir, tamanha a confiança que o potro da Coudelaria Jéssica passava.
Não nego aos leitores que a minha atenção principal estava em Flymetothemoon e Rutini, pois acreditava que daquele embate poderia sair o vencedor. Mas percebi os dois mais calmos em São Paulo. Acho que o clima paulista amenou os ânimos dos dois pensionistas de Venâncio Nahid.
Mas voltemos ao Derby...
Todos alinhados e de repente Urubu Malandro faz jus ao nome. Derruba Bruno Reis e passa por baixo do partidor, atrasando a largada. Quando ele foi pego pelo punga, em frente ao disco, olhou para mim e disse.
“Pronto, consegui o que queria. Cruzei o disco em primeiro”, e voltou ao partidor às gargalhadas. É um brincalhão o competidor do Stud Estrela Energia.
Enquanto Urubu Malandro fazia seu show pessoal, todos os outros 17 competidores continuavam dentro do partidor. Alguns começaram a se irritar, como Flymetothemoon. “Essa joça abre ou não hoje?”, bradava o potro.
Bem, depois de Urubu Malandro entrar novamente no box, ai sim foi permitida a largada.
Ângulo Certo aproveitou bem a baliza um e saiu na frente, mas correndo e gritando feito um doido vinha Quick Wind. “Pode parar, eu quem faço o train”, e assumia a liderança da prova.
Um empurra-empurra rolou durante a primeira curva, onde eu só escutava, ‘cuidado com meu pé’; ‘sai pra lá’; ‘pára de jogar areia na minha cara’.
Quick Wind sofreu com a perseguição de Nuestro Hermano, que de irmão não tinha nada. “Cuidado heim, tô pertinho de você”, ameaçava o pensionista de João Macedo. Flymetothemoon corria em 9º e foi então que observei na frente dele os potros Hot Six (6º) e Negro da Gaita (7º) calados, só correndo e ouvindo os outros competidores ofegantes.
Leitores, ao entrar na reta final, juro que não acreditei no que eu ouvi. Negro da Gaita começou a assobiar. Sim, assobiar como se tivesse uma gaita na boca. E foi nesse mesmo momento que Marcelo Cardoso, que estava sobre o dorso do cavalo, levou para linha 4 e iniciou a atropelada.
Juntos chegaram a abrir cerca de quatro corpos sobre os outros competidores. Foi quando Negro da Gaita parou de assobiar e nos 200 metros finais Hot Six começou a correr como se tivesse largado dali. Deu trabalho, mas Negro da Gaita conseguiu manter cabeça de vantagem sobre o rival.
Quem também avançou com grande ação, bem pertinho da cerca interna, foi Flymetothemoon, que ficou na 3ª posição. Mirassol e Nuestro Hermano completaram o partidor.
Quando voltou ao padoque, chamei Negro da Gaita para uma entrevista e o mesmo atendeu a minha solicitação, mas provocando de certo modo.
“Até que enfim vou virar notícia no CERCA MÓVEL. Tava mais do que na hora! (provocou) Brincadeiras à parte, obrigado pela atenção”, falou.
Quis saber dele qual o segredo do assobio e ele me respondeu aos relinchos.
“Muito simples, meu nome não é Negro da Gaita à toa. Toco gaita sim e assobio como poucos. Sendo que ao assobiar, além de aumentar a minha performance, também descobri que hipnotizo meus adversários. Ao entrar na reta final, apenas assobiei e comecei a voar na raia paulista, enquanto os outros começaram a diminuir o ritmo.
Quando cheguei nos 200 metros finais, parei de assobiar, pois estava com a vitória assegurada. Não me importei nem um pouco com o ataque de Hot Six, pois ainda tinha fôlego para assobiar novamente”, explicou o filho de Know Heights e Graciosa Bailarina (First American), criado pelo Stud Mega.
O castanho não nega que seus planos é mesmo atuar no GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), no próximo mês, no Hipódromo de San Isidro, na Argentina.
“Estou até ensaiando algum tango para assobiar durante o páreo. Quero ver o que eles vão fazer quando eu começar a tocar ‘por una cabeza’. Nos vemos por lá, ok?”, me convidou o vencedor do Derby Paulista, sem antes deixar um recado especial.
“Quero dedicar essa vitória ao meu pai Know Heights, que morreu há duas semanas. Convivi pouco tempo com ele, mas sempre nos falamos pelo telefone. Continuo invicto na pista de Cidade Jardim, onde corri duas vezes, mas sem dúvidas meu pai merece esta vitória e, quem sabe, a do Pellegrini também. Vou caprichar papai!”, encerrou com lágrima nos olhos o potro.
BENTO GONÇALVES
Bem leitores, eu vou embarcar para Porto Alegre, onde devo reencontrar meu amigo Starman, que, não posso esconder de vocês, está todo bobo porquê será conduzido mais uma vez por Jorge Ricardo. Mas isso, eu conto na próxima semana.
Fui!
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Proprietário pertuba cabeça de Jujuy
Olá leitores! As provas mais importantes na raia de areia brasileira estão no ponto de acontecer. Na próxima semana, no Rio Grande do Sul ocorrerá um duelo emocionante entre Jaguanum e Starman, na busca pelo Bento Gonçalves (G1-2400mA) 2008. Enquanto em dezembro, as atenções estarão voltadas para o Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA), que será realizado no Hipódromo do Tarumã.
Escrevo tudo isso, porque o nosso entrevistado da semana é o potro Jujuy e o defensor do Haras São José dos Bastiões deixou claro o que pretende para o futuro, conversando com o CERCA MÓVEL após obter mais uma conquista na campanha.
Primeiramente, quis saber do filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, sobre como foi a vitória no último sábado, na abertura da reunião no Hipódromo da Gávea, no que fui prontamente atendida.
“Primeiro tenho de confessar que estava ansioso no padoque, pois quem passou por mim e disse que eu era um potro muito do bonito foi a ‘traseiruda’ da Ranger Girl, égua que tem seus dotes físicos muito bem distribuidos, diga-se de passagem (relinchou) e que também atuaria na tarde carioca.
Após um elogio daqueles, o brio de qualquer potro, quase cavalo, não tem como não animar. Então, esqueci do fato de carregar, pela primeira vez, 58kg sobre o lombo e voltei a me concentrar na corrida.
Meu box estava ao lado do Paul Garden, o ‘favoritinho’ dos turfistas, e o cabra veio me provocar antes da largada. Ele disse ‘garoto, hora de quebrar a seqüência de vitória’. Fiquei muito macho, que papo é esse de me chamar de garoto. Ele tem 4 anos e eu tenho 3. Qualidade não se mede com a idade.
Abriu o partidor, eu tava com toda ‘moléstia’ (carrega no sotaque nordestino, que pegou com a convivência com os proprietários pernambucanos), mas deixei Quilibet sair na frente e mantive sempre Paul Garden atrás de mim.
Quando entramos na reta final, não é que o ‘cabra’ queria me passar. Há, mas ele viu o ‘garoto’ correr. A luta foi dura, o pau comeu no duelo dos corredores dos santos (fez alusão ao fato dele defender o São José dos Bastiões e Paul Garden o São Francisco da Serra). Sendo que ele esqueceu de um detalhe importantíssimo: eu e o Cardoso (Marcelo) estamos invictos juntos na areia da Gávea. Portanto, o meu jóquei deu rédeas na hora certa e cruzei o disco na frente. Nem quis provocar o filho de Crimson Tide, mas fiquei P da vida com ele, pois a disputa foi tão acirrada, que precisei tomar uma chicotada para não desistir da vitória.
Uma pena o Marcelo Cardoso não escutar o que eu falo como você, pois com certeza falaria para nem me bater, porquê não desistiria daquela vitória por nada nesse mundo”, reclama Jujuy.
Após dar boas gargalhadas com a forma que Jujuy relatou a corrida, o que me fez lembrar bastante meus familiares em João Pessoa (por causa do sotaque), voltei ao trabalho e quis saber do potro o que achava da campanha traçada para ele.
“Mas ‘homi’ me lembre disso não que eu tô ficando nervoso. Não basta meus responsáveis manterem esse meu nome que é meio você sabe o quê, os danados não querem deixar eu viajar. Sacanagem né! Trabalho direitinho, peguei bem a distância dos 1.900 metros, o VP (treinador Victor Paim) tem me mostrado o caminho para chegar nos 2.400 metros e eu vou ter de ficar só no Rio de Janeiro.
Alô, eu quero viajar! O Serginho Paiva, um dos meus donos, o que mais faz é viajar. Uma semana São Paulo, na outra Gávea, já soube que vai para Porto Alegre, isso sem falar em Brasília, e, o pior de tudo, nem corre. Enquanto isso, a única viagem que conheço é entre a minha cocheira no centro de treinamento Vale do Marmelo e o Hipódromo da Gávea. Maldade, você não acha?”, me indagou, mas preferi não responder, afinal de contas, eles que se entendam.
Procurei extrair do Jujuy, então, o que ele pretende fazer.
“Lógico que irei correr direito. Meu próximo desafio será uma prova da esfera clássica do Jockey Club Brasileiro. Me saí bem no último Pesos Especiais, mesmo sendo potro, dei vantagem aos mais velhos. Estou realmente pronto para voar mais alto.
Vou alegrar o ‘patrão’, ganhar um ‘canequinho’ para ele e, quem sabe, ao invés de correr um Grupo 2 na Gávea em dezembro, ele mexe no bolso e me carrega para o Hipódromo do Tarumã, onde eu possa disputar os R$ 30 mil em prêmios do Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA).
Dizem que as éguas paranaenses são muito lindas, basta observarem a Ranger Girl, que confirma bem o que acabo de dizer. Que traseiro”, suspira aos relinchos, dando por encerrado o bate papo.
Mas, não nego que depois do que ele falou, fiz questão de ir observar a filiação de Ranger Girl, e não é que a filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) nasceu mesmo nos campos paranaenses do Haras Pirassununga.
Adorei papear com Jujuy, que vem fazendo uma campanha muito interessante na Gávea, pois das seis corridas, ganhou três consecutivas, sem nunca ter saído do marcador. É potro que fará muita festa para os proprietários do Stud São José dos Bastiões e que será presença constante no CERCA MÓVEL.
DERBY PAULISTA
É leitores, nesse final de semana, estarei em São Paulo, pronta para cobrir mais um importante Derby Paulista (G1-2400mG). Assim como vocês, estou chateada com o forfait antecipado do Sorrentino, sendo que a carreira promete muitas emoções, a começar pela presença de Flymetothemoon e Rutini, os potros treinados pelo Venâncio Nahid e que estão em pé de guerra.
Vou levar na bagagem algumas garrafas de maracujina e conto para vocês, na próxima semana, tudo o que rolou por lá. Abraços, fui!
Escrevo tudo isso, porque o nosso entrevistado da semana é o potro Jujuy e o defensor do Haras São José dos Bastiões deixou claro o que pretende para o futuro, conversando com o CERCA MÓVEL após obter mais uma conquista na campanha.
Primeiramente, quis saber do filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, sobre como foi a vitória no último sábado, na abertura da reunião no Hipódromo da Gávea, no que fui prontamente atendida.
“Primeiro tenho de confessar que estava ansioso no padoque, pois quem passou por mim e disse que eu era um potro muito do bonito foi a ‘traseiruda’ da Ranger Girl, égua que tem seus dotes físicos muito bem distribuidos, diga-se de passagem (relinchou) e que também atuaria na tarde carioca.
Após um elogio daqueles, o brio de qualquer potro, quase cavalo, não tem como não animar. Então, esqueci do fato de carregar, pela primeira vez, 58kg sobre o lombo e voltei a me concentrar na corrida.
Meu box estava ao lado do Paul Garden, o ‘favoritinho’ dos turfistas, e o cabra veio me provocar antes da largada. Ele disse ‘garoto, hora de quebrar a seqüência de vitória’. Fiquei muito macho, que papo é esse de me chamar de garoto. Ele tem 4 anos e eu tenho 3. Qualidade não se mede com a idade.
Abriu o partidor, eu tava com toda ‘moléstia’ (carrega no sotaque nordestino, que pegou com a convivência com os proprietários pernambucanos), mas deixei Quilibet sair na frente e mantive sempre Paul Garden atrás de mim.
Quando entramos na reta final, não é que o ‘cabra’ queria me passar. Há, mas ele viu o ‘garoto’ correr. A luta foi dura, o pau comeu no duelo dos corredores dos santos (fez alusão ao fato dele defender o São José dos Bastiões e Paul Garden o São Francisco da Serra). Sendo que ele esqueceu de um detalhe importantíssimo: eu e o Cardoso (Marcelo) estamos invictos juntos na areia da Gávea. Portanto, o meu jóquei deu rédeas na hora certa e cruzei o disco na frente. Nem quis provocar o filho de Crimson Tide, mas fiquei P da vida com ele, pois a disputa foi tão acirrada, que precisei tomar uma chicotada para não desistir da vitória.
Uma pena o Marcelo Cardoso não escutar o que eu falo como você, pois com certeza falaria para nem me bater, porquê não desistiria daquela vitória por nada nesse mundo”, reclama Jujuy.
Após dar boas gargalhadas com a forma que Jujuy relatou a corrida, o que me fez lembrar bastante meus familiares em João Pessoa (por causa do sotaque), voltei ao trabalho e quis saber do potro o que achava da campanha traçada para ele.
“Mas ‘homi’ me lembre disso não que eu tô ficando nervoso. Não basta meus responsáveis manterem esse meu nome que é meio você sabe o quê, os danados não querem deixar eu viajar. Sacanagem né! Trabalho direitinho, peguei bem a distância dos 1.900 metros, o VP (treinador Victor Paim) tem me mostrado o caminho para chegar nos 2.400 metros e eu vou ter de ficar só no Rio de Janeiro.
Alô, eu quero viajar! O Serginho Paiva, um dos meus donos, o que mais faz é viajar. Uma semana São Paulo, na outra Gávea, já soube que vai para Porto Alegre, isso sem falar em Brasília, e, o pior de tudo, nem corre. Enquanto isso, a única viagem que conheço é entre a minha cocheira no centro de treinamento Vale do Marmelo e o Hipódromo da Gávea. Maldade, você não acha?”, me indagou, mas preferi não responder, afinal de contas, eles que se entendam.
Procurei extrair do Jujuy, então, o que ele pretende fazer.
“Lógico que irei correr direito. Meu próximo desafio será uma prova da esfera clássica do Jockey Club Brasileiro. Me saí bem no último Pesos Especiais, mesmo sendo potro, dei vantagem aos mais velhos. Estou realmente pronto para voar mais alto.
Vou alegrar o ‘patrão’, ganhar um ‘canequinho’ para ele e, quem sabe, ao invés de correr um Grupo 2 na Gávea em dezembro, ele mexe no bolso e me carrega para o Hipódromo do Tarumã, onde eu possa disputar os R$ 30 mil em prêmios do Grande Prêmio Paraná (G1-2400mA).
Dizem que as éguas paranaenses são muito lindas, basta observarem a Ranger Girl, que confirma bem o que acabo de dizer. Que traseiro”, suspira aos relinchos, dando por encerrado o bate papo.
Mas, não nego que depois do que ele falou, fiz questão de ir observar a filiação de Ranger Girl, e não é que a filha de Midnight Tiger e Barbiera (Pleasant Variety) nasceu mesmo nos campos paranaenses do Haras Pirassununga.
Adorei papear com Jujuy, que vem fazendo uma campanha muito interessante na Gávea, pois das seis corridas, ganhou três consecutivas, sem nunca ter saído do marcador. É potro que fará muita festa para os proprietários do Stud São José dos Bastiões e que será presença constante no CERCA MÓVEL.
DERBY PAULISTA
É leitores, nesse final de semana, estarei em São Paulo, pronta para cobrir mais um importante Derby Paulista (G1-2400mG). Assim como vocês, estou chateada com o forfait antecipado do Sorrentino, sendo que a carreira promete muitas emoções, a começar pela presença de Flymetothemoon e Rutini, os potros treinados pelo Venâncio Nahid e que estão em pé de guerra.
Vou levar na bagagem algumas garrafas de maracujina e conto para vocês, na próxima semana, tudo o que rolou por lá. Abraços, fui!
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Ptvalentine ganha outra e provoca Light of Loose
Olha eu aqui, atrasada, mais presente! Que joguinho pífio o do meu Flamengo na Bahia, fazer o quê? O importante é que em fevereiro eu estarei em Salvador para curtir o carnaval. Portanto, os cavalos terão uma trégua das minhas entrevistas (será?). Bem, mas vamos ao que interessa (hoje tô que tô).
Leitores, Ptvalentine me cedeu uma entrevista após a corrida de domingo que me deixou assustada. O cavalo do Stud Palura garantiu que Light of Loose não ganha mais dele.
“Karol, é um prazer estar no CERCA MÓVEL, estava na hora do meu nome ser lembrado (me provoca). Mas, o importante é ser o destaque dessa semana tão especial, quando a tua coluna completa 1 ano de sucesso. Saiba que sempre leio, desde que descobri”, começou o filho de P.T.Indy e Devil’s Sweetheart (Devil’s Bag), criado pelo Haras Ponta Porã.
Agradeci a lembrança e solicitei que o mesmo falasse sobre a conquista na Prova Especial Heitor de Lima e Silva (1200mA), realizada no 8º páreo da reunião do último domingo, no Hipódromo da Gávea.
“Foi mais uma corrida tranqüila, onde pude comprovar minha força nas provas de velocidade na areia carioca. Larguei e permiti que Ranger Girl corresse na minha frente, pois a danada tem um traseiro maravilhoso e eu sou um ‘gentleman’, tenho de deixar as fêmeas passarem na frente no começo. Mas quando saímos da variante e entramos na reta final, não podia brincar né.
Parei de me deliciar com a vista e tratei de entrar em corrida. Bruno Reis, que muito me conhece, apenas me deixou a vontade, não me contrariou hora alguma, e eu fugi para o disco sem ser importunado por ninguém. Por isso, quem achou que veria um tira-teima com Light of Loose, favor esqueçam, o cavalo do Stud Amigos da Barra não ganha mais de mim. Eu garanto!”, falou com desdenha.
Quis saber o que lhe trazia tanta certeza, pois, querendo ou não, Light of Loose soma 20 conquistas na campanha e merece ser respeitado. Ele, inclusive, já conversou conosco aqui no CERCA MÓVEL há algum tempo.
Ptvalentine explicou. “A fase do Light of Loose já passou. Ele tem 7 anos, enquanto eu tenho 4. Estou no auge da minha forma e o tenho como exemplo. Pretendo também chegar às 20 conquistas da campanha e, para isso, não vou permitir que ele passe na minha frente novamente. Afinal de contas, estou com sete conquistas, portanto ainda tenho 13 a vencer”, encerrou, sem querer ser ofensivo com o filho de Dodge e La Heaven (Piece of Heaven).
Sem dúvidas, Ptvalentine terá que ser mantido a pão de ló na cocheira de Manoel Renato Lopes para cumprir o que aqui garantiu. Veremos!
Cara nova e método antigo
Hoje é dia de festa para mim, Karol Loureiro, jornalista-fotógrafa-editora que vos escreve e que sempre está disposta a escutar o que os nossos cavalos de corrida estão a divulgar. O motivo da alegria é simples, completamos no último dia 27 exatamente um ano de nossa coluna e mais de cinco mil acessos nesse período.
Por isso, a cara nova, mas o método antigo que inicia esta nova etapa.
Para mim, o fato de saber que temos ao menos 100 pessoas que se dispõem a ler e entender o que os nossos corredores falam e pensam é de extrema importância. Nos dá alegria e motivação para continuar com nosso projeto.
Obrigada!
Leitores, Ptvalentine me cedeu uma entrevista após a corrida de domingo que me deixou assustada. O cavalo do Stud Palura garantiu que Light of Loose não ganha mais dele.
“Karol, é um prazer estar no CERCA MÓVEL, estava na hora do meu nome ser lembrado (me provoca). Mas, o importante é ser o destaque dessa semana tão especial, quando a tua coluna completa 1 ano de sucesso. Saiba que sempre leio, desde que descobri”, começou o filho de P.T.Indy e Devil’s Sweetheart (Devil’s Bag), criado pelo Haras Ponta Porã.
Agradeci a lembrança e solicitei que o mesmo falasse sobre a conquista na Prova Especial Heitor de Lima e Silva (1200mA), realizada no 8º páreo da reunião do último domingo, no Hipódromo da Gávea.
“Foi mais uma corrida tranqüila, onde pude comprovar minha força nas provas de velocidade na areia carioca. Larguei e permiti que Ranger Girl corresse na minha frente, pois a danada tem um traseiro maravilhoso e eu sou um ‘gentleman’, tenho de deixar as fêmeas passarem na frente no começo. Mas quando saímos da variante e entramos na reta final, não podia brincar né.
Parei de me deliciar com a vista e tratei de entrar em corrida. Bruno Reis, que muito me conhece, apenas me deixou a vontade, não me contrariou hora alguma, e eu fugi para o disco sem ser importunado por ninguém. Por isso, quem achou que veria um tira-teima com Light of Loose, favor esqueçam, o cavalo do Stud Amigos da Barra não ganha mais de mim. Eu garanto!”, falou com desdenha.
Quis saber o que lhe trazia tanta certeza, pois, querendo ou não, Light of Loose soma 20 conquistas na campanha e merece ser respeitado. Ele, inclusive, já conversou conosco aqui no CERCA MÓVEL há algum tempo.
Ptvalentine explicou. “A fase do Light of Loose já passou. Ele tem 7 anos, enquanto eu tenho 4. Estou no auge da minha forma e o tenho como exemplo. Pretendo também chegar às 20 conquistas da campanha e, para isso, não vou permitir que ele passe na minha frente novamente. Afinal de contas, estou com sete conquistas, portanto ainda tenho 13 a vencer”, encerrou, sem querer ser ofensivo com o filho de Dodge e La Heaven (Piece of Heaven).
Sem dúvidas, Ptvalentine terá que ser mantido a pão de ló na cocheira de Manoel Renato Lopes para cumprir o que aqui garantiu. Veremos!
Cara nova e método antigo
Hoje é dia de festa para mim, Karol Loureiro, jornalista-fotógrafa-editora que vos escreve e que sempre está disposta a escutar o que os nossos cavalos de corrida estão a divulgar. O motivo da alegria é simples, completamos no último dia 27 exatamente um ano de nossa coluna e mais de cinco mil acessos nesse período.
Por isso, a cara nova, mas o método antigo que inicia esta nova etapa.
Para mim, o fato de saber que temos ao menos 100 pessoas que se dispõem a ler e entender o que os nossos corredores falam e pensam é de extrema importância. Nos dá alegria e motivação para continuar com nosso projeto.
Obrigada!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Giruá arruma passaporte
Olá leitores, depois do pega que ocorreu na semana passada, ainda bem que a coluna desta ficou mais tranqüila, pois conversei com um CRAQUE (em letras garrafais sim) que esteve de passagem pelo Rio de Janeiro no último domingo. Lógico que só posso estar falando de Giruá, que pela terceira vez, só este ano, tem sido nosso convidado no CERCA MÓVEL por puro merecimento.
Adianto aos leitores que não é apenas Eládio Mavignier Benevides, proprietário do tordilho, que está decidido em leva-lo para fora do país. Giruá nem consegue dormir direito pensando no harém que poderá fazer nos Emirados Árabes, como conta na entrevista a seguir.
CERCA MÓVEL: O Grande Prêmio Salgado Filho (G2-1600mG) foi a sua última corrida no Brasil?
GIRUÁ: Sem sombra de dúvidas, sim! Se depender de mim, não corro mais no Brasil. Foi um prazer vir à Gávea e conhecer os turfistas cariocas de perto, pena que nem deu para curtir uma praia, pois só peguei chuva, mas valeu a corrida.
CM: Por quê essa vontade de ir para fora do país? Não gostas do Brasil?
G: Eu amo o Brasil. Nasci em Santa Catarina, no Sul do país. Comecei a atuar na região Nordeste, vencendo a Tríplice Coroa no Hipódromo do Pici, em Fortaleza. Depois vim para o Sudeste, no Hipódromo de Cidade Jardim, onde fiz a maior parte da minha campanha. E agora, vim ao Rio, conhecer a raia de areia carioca e estou feliz com isso. Sou um dos poucos cavalos que têm o privilégio de conhecer tantos lugares belos do Brasil.
CM: Então qual o motivo de querer ir para o exterior?
G: Muito simples. Basta pegar minha campanha. Por mais que eu tenha sido imbatível nas distâncias entre 1.400 e 1.600 metros; encarado potros mais novos, que levaram vantagem de peso; além de ter enfrentado cavalos de grande categoria, não tenho nenhuma conquista em Grupo 1. Na distância que prefiro e na raia de areia, não existe Grupo 1 no Brasil. Então sou obrigado a colecionar, em 14 saídas, 13 vitórias, oito clássicas, sendo a de maior importância as de Grupo 2. Não achas errado? (me indaga)
CM: Tenho de concordar com você. Se ao menos gostasses de provas de fundo, terias como participar do GP Paraná (G1-2400mA), no Tarumã, ou do GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), no Cristal?
G: Iria gostar muito, pois conheceria mais dois lugares especiais desse nosso Brasil do turfe. Mas conheço a minha capacidade e sei que sou bom até a milha. Ainda tentei, graças ao meu treinador Mario Gosik, tentar chegar às provas de fundo. Participei em março deste ano do GP Piratininga (G2-2200mA). Cheguei na 5ª colocação, mas sem fôlego. Ou seja, não é mesmo a minha praia.
CM: Acreditas que o trânsito dos cavalos brasileiros será liberado para os Emirados Árabes e para a Europa em tempo?
G: Bem, tenho muita esperança que os dirigentes do turfe brasileiro consigam impor suas idéias junto ao Ministério da Agricultura e aprovem a nossa liberação. Nunca tive nem uma gripe, quanto mais uma doença tão séria como o mormo. Não posso pagar um preço de atrapalhar a minha campanha, por conta de barreiras sanitárias mal feitas. Olha que estive pelo Nordeste, local onde mais se encontra casos dessa doença, mas nunca sequer cheguei próximo de um eqüino com o mormo. Quero ir para Dubai e mostrar, na areia árabe, minhas qualidades. Quem sabe, ainda arrumo umas éguinhas para montar meu harém (sonha em voz alta).
CM: Mas e na hipótese de não conseguir a liberação. Quais seriam os planos do milheiro Giruá? Ficar no Brasil?
G: (Começou sorrindo, antes de responder) Esqueça a possibilidade de me ver atuando ainda no Brasil. O Salgado Filho (G2-1600mA) foi a minha última corrida e necessitava ser na Gávea. Caso o trânsito para os Emirados Árabes não seja liberado, é bom pararem de me chamar de milheiro, pois meu destino será os Estados Unidos, e por lá vou querer correr em distâncias mais curtas (as preferidas dos cavalos que lá estão). A grande vantagem é que as corridas na areia da América do Norte são o destaque, então estarei no lugar correto. Infelizmente, diferente do Brasil.
CM: Por quê a ênfase no “necessitava ser na Gávea” na resposta anterior?
G: Simples, porquê muito antes de pensar em ser embarcado para fora do país, cheguei a ouvir comentários maldosos de alguns cavalos cariocas que estiveram por São Paulo. Eles diziam que eu havia ganho o Troféu Mossoró de melhor arenático do país sem antes ter encarado a turma do Rio de Janeiro, em pleno Hipódromo da Gávea. Então nada mais justo que me despedir do Brasil em plena pista carioca, com uma vitória fácil.
CM: Giruá, no Rio de Janeiro, pelos próximos quatro meses, as provas clássicas serão na raia de areia. Não seria bom você ficar aqui na Gávea nesse tempo?
G: Isso seria uma terceira possibilidade, porém muito vaga. Apesar dos boatos maldosos, fui muito bem recebido no Hipódromo da Gávea. Estou até dando entrevista (sorri). Mas, na minha cabeça, e acredito que também na mente do meu responsável, mesmo sem poder falar com ele, existe as seguintes opções: 1º Dubai; 2º Estados Unidos; 3º Rio de Janeiro. Vale destacar que o trânsito para os Estados Unidos está liberado (aproveita para frisar).
CM: Quer falar um pouco da vitória no GP Salgado Filho (G2-1600mA), realizado no último domingo, no Jockey Club Brasileiro?
G: Com o maior prazer. Quando deu a largada, vi o cavalo Robber Danz, que estava ao meu lado no partidor, sair desembestado para assumir a ponta. A raia estava escorregadia, pois havia chovido muito naqueles dias no Rio de Janeiro. Segui em 6º, mas antes de encerrar a reta oposta, já estava posicionado em 3º, sempre dando vantagem aos rivais. Ao entrar na reta final, João Moreira me deu rédeas e, pelo meio de raia, comecei a diminuir a vantagem para os ponteiros. Quando emparelhei com Robber Danz, acharam que eu iria duelar, mas o Moreira só precisou me mostrar o chicote, alertando que estava na hora do show. Nem quis saber de mais nada, olhei para a frente e só fui parar quando meu jóquei começou a me sofrear, bem depois de ter ultrapassado o disco de chegada.
CM: O que passa na cabeça de um craque como Giruá quando se está em carreira?
G: Sinceridade, em nada! Fico em transe. Meu jóquei só precisa me mostrar o chicote, nada de me bater. Nesse momento, sei que é a hora do show, então meu corpo fala por mim, pois só desejo correr, correr, e cada vez correr mais e mais. Juro que se não me freiam, dou outra volta, lógico que com um ritmo mais baixo, pois rendo melhor até a milha.
CM: Assim como tens planos de ir embora do país, futuramente existe algum outro de retorno ao Brasil?
G: Bem, é uma pergunta difícil. Não sei o que está me esperando lá fora. Só pretendo ir e fazer o melhor de mim. Mas quem sabe não volto ao Brasil para me aposentar ou para virar garanhão. Não seria nada mal ter uma éguinhas ao meu dispor.
Após a última resposta, o cavalo filho de Bonapartiste e Ellefrance (Fast Gold), criado por Eloi José Quege foi embora, na busca pelo seu sonho, que é correr no festival dos Emirados Árabes, em março de 2009. Torcida, no Brasil todo, é que não vai faltar para o tordilho mais nacional que pintou pelas pistas brasileiras de corrida.
Até a próxima pessoal!
Adianto aos leitores que não é apenas Eládio Mavignier Benevides, proprietário do tordilho, que está decidido em leva-lo para fora do país. Giruá nem consegue dormir direito pensando no harém que poderá fazer nos Emirados Árabes, como conta na entrevista a seguir.
CERCA MÓVEL: O Grande Prêmio Salgado Filho (G2-1600mG) foi a sua última corrida no Brasil?
GIRUÁ: Sem sombra de dúvidas, sim! Se depender de mim, não corro mais no Brasil. Foi um prazer vir à Gávea e conhecer os turfistas cariocas de perto, pena que nem deu para curtir uma praia, pois só peguei chuva, mas valeu a corrida.
CM: Por quê essa vontade de ir para fora do país? Não gostas do Brasil?
G: Eu amo o Brasil. Nasci em Santa Catarina, no Sul do país. Comecei a atuar na região Nordeste, vencendo a Tríplice Coroa no Hipódromo do Pici, em Fortaleza. Depois vim para o Sudeste, no Hipódromo de Cidade Jardim, onde fiz a maior parte da minha campanha. E agora, vim ao Rio, conhecer a raia de areia carioca e estou feliz com isso. Sou um dos poucos cavalos que têm o privilégio de conhecer tantos lugares belos do Brasil.
CM: Então qual o motivo de querer ir para o exterior?
G: Muito simples. Basta pegar minha campanha. Por mais que eu tenha sido imbatível nas distâncias entre 1.400 e 1.600 metros; encarado potros mais novos, que levaram vantagem de peso; além de ter enfrentado cavalos de grande categoria, não tenho nenhuma conquista em Grupo 1. Na distância que prefiro e na raia de areia, não existe Grupo 1 no Brasil. Então sou obrigado a colecionar, em 14 saídas, 13 vitórias, oito clássicas, sendo a de maior importância as de Grupo 2. Não achas errado? (me indaga)
CM: Tenho de concordar com você. Se ao menos gostasses de provas de fundo, terias como participar do GP Paraná (G1-2400mA), no Tarumã, ou do GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), no Cristal?
G: Iria gostar muito, pois conheceria mais dois lugares especiais desse nosso Brasil do turfe. Mas conheço a minha capacidade e sei que sou bom até a milha. Ainda tentei, graças ao meu treinador Mario Gosik, tentar chegar às provas de fundo. Participei em março deste ano do GP Piratininga (G2-2200mA). Cheguei na 5ª colocação, mas sem fôlego. Ou seja, não é mesmo a minha praia.
CM: Acreditas que o trânsito dos cavalos brasileiros será liberado para os Emirados Árabes e para a Europa em tempo?
G: Bem, tenho muita esperança que os dirigentes do turfe brasileiro consigam impor suas idéias junto ao Ministério da Agricultura e aprovem a nossa liberação. Nunca tive nem uma gripe, quanto mais uma doença tão séria como o mormo. Não posso pagar um preço de atrapalhar a minha campanha, por conta de barreiras sanitárias mal feitas. Olha que estive pelo Nordeste, local onde mais se encontra casos dessa doença, mas nunca sequer cheguei próximo de um eqüino com o mormo. Quero ir para Dubai e mostrar, na areia árabe, minhas qualidades. Quem sabe, ainda arrumo umas éguinhas para montar meu harém (sonha em voz alta).
CM: Mas e na hipótese de não conseguir a liberação. Quais seriam os planos do milheiro Giruá? Ficar no Brasil?
G: (Começou sorrindo, antes de responder) Esqueça a possibilidade de me ver atuando ainda no Brasil. O Salgado Filho (G2-1600mA) foi a minha última corrida e necessitava ser na Gávea. Caso o trânsito para os Emirados Árabes não seja liberado, é bom pararem de me chamar de milheiro, pois meu destino será os Estados Unidos, e por lá vou querer correr em distâncias mais curtas (as preferidas dos cavalos que lá estão). A grande vantagem é que as corridas na areia da América do Norte são o destaque, então estarei no lugar correto. Infelizmente, diferente do Brasil.
CM: Por quê a ênfase no “necessitava ser na Gávea” na resposta anterior?
G: Simples, porquê muito antes de pensar em ser embarcado para fora do país, cheguei a ouvir comentários maldosos de alguns cavalos cariocas que estiveram por São Paulo. Eles diziam que eu havia ganho o Troféu Mossoró de melhor arenático do país sem antes ter encarado a turma do Rio de Janeiro, em pleno Hipódromo da Gávea. Então nada mais justo que me despedir do Brasil em plena pista carioca, com uma vitória fácil.
CM: Giruá, no Rio de Janeiro, pelos próximos quatro meses, as provas clássicas serão na raia de areia. Não seria bom você ficar aqui na Gávea nesse tempo?
G: Isso seria uma terceira possibilidade, porém muito vaga. Apesar dos boatos maldosos, fui muito bem recebido no Hipódromo da Gávea. Estou até dando entrevista (sorri). Mas, na minha cabeça, e acredito que também na mente do meu responsável, mesmo sem poder falar com ele, existe as seguintes opções: 1º Dubai; 2º Estados Unidos; 3º Rio de Janeiro. Vale destacar que o trânsito para os Estados Unidos está liberado (aproveita para frisar).
CM: Quer falar um pouco da vitória no GP Salgado Filho (G2-1600mA), realizado no último domingo, no Jockey Club Brasileiro?
G: Com o maior prazer. Quando deu a largada, vi o cavalo Robber Danz, que estava ao meu lado no partidor, sair desembestado para assumir a ponta. A raia estava escorregadia, pois havia chovido muito naqueles dias no Rio de Janeiro. Segui em 6º, mas antes de encerrar a reta oposta, já estava posicionado em 3º, sempre dando vantagem aos rivais. Ao entrar na reta final, João Moreira me deu rédeas e, pelo meio de raia, comecei a diminuir a vantagem para os ponteiros. Quando emparelhei com Robber Danz, acharam que eu iria duelar, mas o Moreira só precisou me mostrar o chicote, alertando que estava na hora do show. Nem quis saber de mais nada, olhei para a frente e só fui parar quando meu jóquei começou a me sofrear, bem depois de ter ultrapassado o disco de chegada.
CM: O que passa na cabeça de um craque como Giruá quando se está em carreira?
G: Sinceridade, em nada! Fico em transe. Meu jóquei só precisa me mostrar o chicote, nada de me bater. Nesse momento, sei que é a hora do show, então meu corpo fala por mim, pois só desejo correr, correr, e cada vez correr mais e mais. Juro que se não me freiam, dou outra volta, lógico que com um ritmo mais baixo, pois rendo melhor até a milha.
CM: Assim como tens planos de ir embora do país, futuramente existe algum outro de retorno ao Brasil?
G: Bem, é uma pergunta difícil. Não sei o que está me esperando lá fora. Só pretendo ir e fazer o melhor de mim. Mas quem sabe não volto ao Brasil para me aposentar ou para virar garanhão. Não seria nada mal ter uma éguinhas ao meu dispor.
Após a última resposta, o cavalo filho de Bonapartiste e Ellefrance (Fast Gold), criado por Eloi José Quege foi embora, na busca pelo seu sonho, que é correr no festival dos Emirados Árabes, em março de 2009. Torcida, no Brasil todo, é que não vai faltar para o tordilho mais nacional que pintou pelas pistas brasileiras de corrida.
Até a próxima pessoal!
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Rixa na cocheira
Leitores, desculpem pela demora em atualizar o nosso CERCA MÓVEL, mas depois de mais uma pífia partida de futebol da Seleção Brasileira, ao lado da minha casa (pois o jogo foi no Maracanã e resido em Vila Isabel), fui dormir tarde e na manhã seguinte viajei até Pedro do Rio, na região serrana do Rio de Janeiro, para conversar com o vencedor da prova de Grupo 1 realizada no último domingo, no Hipódromo da Gávea. Apesar da conquista, os ânimos não estavam nada bem por lá!
O clima esquentou na cocheira do treinador Venâncio Nahid, localizada no Centro de Treinamento Vale do Itajara, por causa dos metros decisivos do Grande Prêmio Linneo de Paula Machado (G1-2000mG). Vou contar aos leitores o que aconteceu.
O profissional Nahid tinha dois animais anotados para o Grande Criterium de potros, do domingo, eram eles: Flymetothemoon e Rutini. O primeiro levou a prova, sendo que o outro foi prejudicado nos metros decisivos e não quis saber de conversa com o vizinho de cocheira. A briga foi feia!
“Ele é louco. Só porque já havia vencido na distância, não tinha para quê me prejudicar na reta final. Todo mundo viu quando comecei a avançar pela cerca interna e o Flymetothemoon saiu da linha 4 para cruzar na minha frente. Quase derrubei meu jóquei TJ (Tiago Josué Pereira) por causa daquele tolo”, bradava Rutini, querendo ir para cima do defensor do Haras Doce Vale.
Flymetothemoon não perdeu tempo e se defendeu. “Rutini é quem está agindo como um tolo. Não sabe perder e fica inventando estórias. Eu estava com muita ação e meu movimento em nada o atrapalharia. Na dúvida, basta ver que livrei vários corpos para o 2º colocado (3 ¾ corpos).”
Ao terminar de falar, Flymetothemoon precisou abaixar a cabeça, pois Rutini jogou uma cenoura em direção ao rival e continuou a reclamar.
“Você é um sem-vergonha! Basta assistir o vídeo e verás quando me imprensastes na cerca. Se tiver dúvida, aguarde os 250 metros finais. Vergonhosa a sua atitude. Agora vem dizer que tinha muita ação e tal. Conversa! Papo para cavalo dormir. Sabe o que acontece, vou esclarecer aos leitores do CERCA MÓVEL, ele estava com muito medo da minha corrida.
Era a primeira vez que eu atuava nos dois quilômetros, porém nos treinos Flymetothemoon viu o quanto eu melhorei e tinha sim chances de lhe tomar a vitória. Sendo que o filho de Roi Normand e Onefortheroad (Ghadeer) foi cruel. Não soube fazer uma luta justa. Não nego que ele ganhou bem, mas apesar dos prejuízos, causados por ele, cheguei na 6ª posição, distante 4 ¾ corpos dele. Ou seja, numa corrida limpa, poderia ter brigado sim pela conquista”, entrega Rutini, que é um filho de Know Heights e Hurry Regina (Woodman), de criação e propriedade do Stud TNT.
Flymetothemoon rebateu as críticas do, agora, ‘inimigo’. “Só pode ser brincadeira eu estar ouvindo uma coisa dessas. Menino, vê se cresce! Você ganhou um páreo na milha, na raia de areia. Quando nos encontramos numa disputa na milha de grama, no começo do mês de agosto, você chegou quase 7 corpos depois de mim. No último domingo, completei minha terceira vitória consecutiva e logo em Grupo 1. Isso é inveja. Trabalhe que, quem sabe um dia, você conseguirá me encarar”, provocou.
Leitores, juro que não sabia que tinha tanta força, pois precisei conter Rutini, que partiu como um louco para cima de Flymetothemoon. Eu e mais dois cavalariços precisamos nos esforçar para segurar o potro de 488kg (pouca coisa maior que o rival, que tem 472kg). E ameacei não falar com nenhum dos dois e ainda interferir junto aos responsáveis de ambos se continuassem agindo como dois moleques.
Foi quando Rutini baixou a cabeça, me olhou nos olhos e disse em tom de mágoa. “Não faça isso, por favor. Os humanos precisam saber o que realmente aconteceu naquele domingo. Fui vítima de uma corrida injusta de Flymetothemoon. Nas outras conquistas dele, sempre fui o primeiro a parabeniza-lo. Torcia por ele. Sendo que amadureci e vi que podia ganhar. Custava ele ter sido justo comigo?”, indagou.
Flymetothemoon ouviu as palavras de Rutini e se desculpou. “Juro que se o prejudiquei, não foi por mal. Desculpa mesmo, não sou desse tipo de cavalo que faz de tudo para ficar com a vitória. Assim como você, ainda sou potro. Pode ser, realmente, que eu tenha me afobado demais no lance, porque sentia que tinha muita ação e queria cruzar logo o disco de chegada.
Mas juro que não queria te prejudicar. Vamos fazer o seguinte, no Grande Prêmio Derby Paulista (G1-2400mG), que será realizado no próximo mês no Jockey Club de São Paulo, topas correr em parceria comigo para apagarmos esse mal-entendido de domingo passado?”, sugeriu.
Rutini abriu um sorriso e quando pensei que tudo estava se resolvendo, o defensor do TNT falou. “Você só pode está brincando Flymetothemoon. Queres minha ajuda para ganhar do Sorrentino, o candidato à Tríplice Coroa paulista, isso sim. Pois saiba que pretendo estar alinhado e pronto para a milha e meia, sendo que eu não vou te ajudar em nada. Quero a vitória, mas se depender de mim, e caso tenha chance, vou te caçar a carreira toda. Estás avisado!”, e encerrou a conversa.
Flymetothemoon e eu ficamos boquiabertos com o que acabávamos de ouvir. Mas com certeza, só quem terá a ganhar com essa rixa dentro da cocheira de Venâncio Nahid é o Sorrentino, que terá dois rivais a menos com quê se preocupar no dia do Derby Paulista. Eu estarei lá, conferindo tudo para contar a vocês leitores. Tomara que Venâncio Nahid aplique algumas doses de maracujina nos dois potros, para acalmar os ânimos.
Abraços e até a próxima semana (que prometo publicar na quinta-feira)!
O clima esquentou na cocheira do treinador Venâncio Nahid, localizada no Centro de Treinamento Vale do Itajara, por causa dos metros decisivos do Grande Prêmio Linneo de Paula Machado (G1-2000mG). Vou contar aos leitores o que aconteceu.
O profissional Nahid tinha dois animais anotados para o Grande Criterium de potros, do domingo, eram eles: Flymetothemoon e Rutini. O primeiro levou a prova, sendo que o outro foi prejudicado nos metros decisivos e não quis saber de conversa com o vizinho de cocheira. A briga foi feia!
“Ele é louco. Só porque já havia vencido na distância, não tinha para quê me prejudicar na reta final. Todo mundo viu quando comecei a avançar pela cerca interna e o Flymetothemoon saiu da linha 4 para cruzar na minha frente. Quase derrubei meu jóquei TJ (Tiago Josué Pereira) por causa daquele tolo”, bradava Rutini, querendo ir para cima do defensor do Haras Doce Vale.
Flymetothemoon não perdeu tempo e se defendeu. “Rutini é quem está agindo como um tolo. Não sabe perder e fica inventando estórias. Eu estava com muita ação e meu movimento em nada o atrapalharia. Na dúvida, basta ver que livrei vários corpos para o 2º colocado (3 ¾ corpos).”
Ao terminar de falar, Flymetothemoon precisou abaixar a cabeça, pois Rutini jogou uma cenoura em direção ao rival e continuou a reclamar.
“Você é um sem-vergonha! Basta assistir o vídeo e verás quando me imprensastes na cerca. Se tiver dúvida, aguarde os 250 metros finais. Vergonhosa a sua atitude. Agora vem dizer que tinha muita ação e tal. Conversa! Papo para cavalo dormir. Sabe o que acontece, vou esclarecer aos leitores do CERCA MÓVEL, ele estava com muito medo da minha corrida.
Era a primeira vez que eu atuava nos dois quilômetros, porém nos treinos Flymetothemoon viu o quanto eu melhorei e tinha sim chances de lhe tomar a vitória. Sendo que o filho de Roi Normand e Onefortheroad (Ghadeer) foi cruel. Não soube fazer uma luta justa. Não nego que ele ganhou bem, mas apesar dos prejuízos, causados por ele, cheguei na 6ª posição, distante 4 ¾ corpos dele. Ou seja, numa corrida limpa, poderia ter brigado sim pela conquista”, entrega Rutini, que é um filho de Know Heights e Hurry Regina (Woodman), de criação e propriedade do Stud TNT.
Flymetothemoon rebateu as críticas do, agora, ‘inimigo’. “Só pode ser brincadeira eu estar ouvindo uma coisa dessas. Menino, vê se cresce! Você ganhou um páreo na milha, na raia de areia. Quando nos encontramos numa disputa na milha de grama, no começo do mês de agosto, você chegou quase 7 corpos depois de mim. No último domingo, completei minha terceira vitória consecutiva e logo em Grupo 1. Isso é inveja. Trabalhe que, quem sabe um dia, você conseguirá me encarar”, provocou.
Leitores, juro que não sabia que tinha tanta força, pois precisei conter Rutini, que partiu como um louco para cima de Flymetothemoon. Eu e mais dois cavalariços precisamos nos esforçar para segurar o potro de 488kg (pouca coisa maior que o rival, que tem 472kg). E ameacei não falar com nenhum dos dois e ainda interferir junto aos responsáveis de ambos se continuassem agindo como dois moleques.
Foi quando Rutini baixou a cabeça, me olhou nos olhos e disse em tom de mágoa. “Não faça isso, por favor. Os humanos precisam saber o que realmente aconteceu naquele domingo. Fui vítima de uma corrida injusta de Flymetothemoon. Nas outras conquistas dele, sempre fui o primeiro a parabeniza-lo. Torcia por ele. Sendo que amadureci e vi que podia ganhar. Custava ele ter sido justo comigo?”, indagou.
Flymetothemoon ouviu as palavras de Rutini e se desculpou. “Juro que se o prejudiquei, não foi por mal. Desculpa mesmo, não sou desse tipo de cavalo que faz de tudo para ficar com a vitória. Assim como você, ainda sou potro. Pode ser, realmente, que eu tenha me afobado demais no lance, porque sentia que tinha muita ação e queria cruzar logo o disco de chegada.
Mas juro que não queria te prejudicar. Vamos fazer o seguinte, no Grande Prêmio Derby Paulista (G1-2400mG), que será realizado no próximo mês no Jockey Club de São Paulo, topas correr em parceria comigo para apagarmos esse mal-entendido de domingo passado?”, sugeriu.
Rutini abriu um sorriso e quando pensei que tudo estava se resolvendo, o defensor do TNT falou. “Você só pode está brincando Flymetothemoon. Queres minha ajuda para ganhar do Sorrentino, o candidato à Tríplice Coroa paulista, isso sim. Pois saiba que pretendo estar alinhado e pronto para a milha e meia, sendo que eu não vou te ajudar em nada. Quero a vitória, mas se depender de mim, e caso tenha chance, vou te caçar a carreira toda. Estás avisado!”, e encerrou a conversa.
Flymetothemoon e eu ficamos boquiabertos com o que acabávamos de ouvir. Mas com certeza, só quem terá a ganhar com essa rixa dentro da cocheira de Venâncio Nahid é o Sorrentino, que terá dois rivais a menos com quê se preocupar no dia do Derby Paulista. Eu estarei lá, conferindo tudo para contar a vocês leitores. Tomara que Venâncio Nahid aplique algumas doses de maracujina nos dois potros, para acalmar os ânimos.
Abraços e até a próxima semana (que prometo publicar na quinta-feira)!
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
“Tenho o selo Interlagos com orgulho”, avisa Bubbly Jane
Curtindo um merecido descanso na cocheira de Felipe Nickel, em Campinas, Bubbly Jane ainda curte os comentários e parabéns que recebe pelas duas conquistas obtidas durante a realização da Tríplice Coroa de potrancas do Jockey Club de São Paulo e aproveita para se despedir dos amigos, pois seguirá em breve para os Estados Unidos.
Durante seu passeio diário pela vila hípica, a filha de Yagli e Built to Last (Knifebox), de criação e propriedade do Haras Interlagos, recebeu a equipe do CERCA MÓVEL para um bate-papo descontraído.
Como sei que os leitores apreciam saber o que passa pela cabeça dos cavalos (no caso dessa semana, potranca) antes, durante e depois de um páreo, com Bubbly Jane não seria diferente e a mesma foi logo nos relatando.
“Participei da segunda etapa da Coroa, o GP Henrique de Toledo Lara (G1-1800mG), no dia 6 de setembro e venci por 2 ¼ corpos. Naquela ocasião, não me sentia 100% preparada, mas o que importava era ter vencido. No último sábado (4 de outubro), a história foi bem diferente.
Sabia que estava no melhor da forma física e apesar de alguns cronistas não terem me escolhido favorita, bastou assistirem meu cânter com João Moreira para mudarem rapidinho de opinião. Resultado, fechei a pedra de apostas do GP Diana (G1-2000mG) como favorita.
Ao ser dada a largada, não me preocupei com o desespero de Ecoute Moi em ir para a ponta. Sabia que a ‘carioca-gaúcha’ correria dessa forma. Fiquei com o Moreira revesando entre as 6ª e 7ª posições, sempre na frente de Tanta Honra, que na minha opinião, seria a verdadeira rival. Não nego que cheguei a ter pena de Ecoute Moi, que foi perseguida em um momento por Never Say Noway, depois por Lucky Shot e por fim por Square Dance, então se entregou.
Nesse instante, já entrava na reta final e me preocupei quando vi Square Dance tentar fugir para o disco. João Moreira, que não me chicoteia, mas me mostra o chicote, na hora mostrou o braço. Me deu rédeas e permitiu que eu corresse a vontade, então atropelei sem susto e passei uma a uma para vencer com 1 ¼ corpos de vantagem sobre Square Dance, que conseguiu manter a dupla sobre Tanta Honra na troca de galão (pelo menos, foi o que as duas me contaram depois do páreo)”, relembrou Bubbly Jane.
Quis saber se ela ficou preocupada com as competidoras cariocas, pois seria a primeira vez que enfrentava elas, e a potranca me respondeu na lata.
“Claro que não! Se não confiar em mim mesma, em quem vou confiar?”, me desafiou, para depois continuar. “Respeito as adversárias, mas quem sabe de mim sou eu e a equipe. Trabalhei duro nos matinais, ganhei peso, amadureci mais e o principal de tudo isso: queria ganhar. Então, não tinha jeito, era o meu dia, o meu Diana.”
Quando comentei sobre a presença da família Perlman no Jockey Club de São Paulo, Bubbly Jane se emocionou.
“Puxa, agora você me pegou! (falou com a voz emocionada) Eu venci uma das seletivas da Taça de Prata e recebi o carinho da família Perlman, depois formei a dupla no GP Margarida Polak Lara (G1-1600mG). Quando ocorreu a primeira etapa da Coroa, não me sentia pronta o suficiente para encarar o desafio.
No mês seguinte (setembro), mesmo me sentindo 88% em forma, tinha dúvidas sobre a minha atuação em 1.800 metros. Mas quando venci, recebi um afago carinhoso do Marco Perlman, que representou toda a família Perlman na ocasião, mas que assim como eu, se sentiu órfão naquele dia.
Já no último sábado não. Me senti em casa, sendo recebida pelo casal Michael e Alina, com os filhos Katia, Marco e Dan, além dos netos Mirella e Max, todos Perlman. Afinal de contas, levo o verdadeiro selo Interlagos, pois meu pai (Yagli) eles importaram; minha mãe (Built to Last) eles criaram; meu avô materno (Knifebox) eles importaram; e por aí vai. Não tenho palavras para falar o quanto amo cada um deles”, derrete-se e posso jurar leitores que vi uma lágrima cair do olho da potranca.
Após uma pequena pausa para Bubbly Jane recompor-se, quis saber se a corredora estava empolgada em ir para os Estados Unidos brevemente. Vejam vocês o que ela me disse.
“Empolgada é pouco, estou amando a idéia! Quando eu era uma potranca ao pé, ouvia da minha mãe Built to Last. ‘Você é a minha primeira filha e será uma corredora e tanto. Me prometa que seguirá meus passos, sendo que ganhará muito mais corridas que eu?’. Eu prometia sem entender nada ainda, então ela já começava a falar das vitórias dela no Brasil e de como viveu bem nos Estados Unidos até voltar para o Brasil, para o Haras Interlagos, e ficar grávida de mim.
Foram dias e mais dias escutando belas histórias da minha mãe e antes de iniciar a campanha, deixei muito bem gravado na memória tudo o que ela me ensinou. Sei que por enquanto, mamãe está bem satisfeita, pois em seis corridas, ganhei quatro, sendo duas em Grupo 1. Portanto, que venha logo as pistas americanas”, sorri.
Quando dava por encerrada a entrevista, Bubbly Jane fez questão de solicitar um espaço para agradecimentos, no que permiti imediatamente.
“Queria dizer para a ‘Mimi’ que adorei quando ela acariciou meu rosto depois da minha vitória e disse que eu era muito macia. Saiba que você é muito fofa e linda, ok? E para o Max, vou fazer de tudo para continuar correndo mais que uma Ferrari”, e se despediu aos relinchos.
SURGE NOVO BLOG
Amigos, está coluna é a de número 50 e no próximo dia 27 completaremos um ano no ar. Algumas mudanças tenho em vista, bem como a parceria de alguns amigos para manter viva as “vozes” e “pensamentos” dos nossos cavalos queridos. Aguardem!
Mas enquanto a data não chega, alguns cavalos me pediram para não deixar de informar que pintou um novo blog no mundo virtual. A Picada do Aranha, cujo link vocês encontram aqui mesmo nessa página, tem vídeos onde os PSI ficam ainda mais bonitos. Vale a pena conferir!
Durante seu passeio diário pela vila hípica, a filha de Yagli e Built to Last (Knifebox), de criação e propriedade do Haras Interlagos, recebeu a equipe do CERCA MÓVEL para um bate-papo descontraído.
Como sei que os leitores apreciam saber o que passa pela cabeça dos cavalos (no caso dessa semana, potranca) antes, durante e depois de um páreo, com Bubbly Jane não seria diferente e a mesma foi logo nos relatando.
“Participei da segunda etapa da Coroa, o GP Henrique de Toledo Lara (G1-1800mG), no dia 6 de setembro e venci por 2 ¼ corpos. Naquela ocasião, não me sentia 100% preparada, mas o que importava era ter vencido. No último sábado (4 de outubro), a história foi bem diferente.
Sabia que estava no melhor da forma física e apesar de alguns cronistas não terem me escolhido favorita, bastou assistirem meu cânter com João Moreira para mudarem rapidinho de opinião. Resultado, fechei a pedra de apostas do GP Diana (G1-2000mG) como favorita.
Ao ser dada a largada, não me preocupei com o desespero de Ecoute Moi em ir para a ponta. Sabia que a ‘carioca-gaúcha’ correria dessa forma. Fiquei com o Moreira revesando entre as 6ª e 7ª posições, sempre na frente de Tanta Honra, que na minha opinião, seria a verdadeira rival. Não nego que cheguei a ter pena de Ecoute Moi, que foi perseguida em um momento por Never Say Noway, depois por Lucky Shot e por fim por Square Dance, então se entregou.
Nesse instante, já entrava na reta final e me preocupei quando vi Square Dance tentar fugir para o disco. João Moreira, que não me chicoteia, mas me mostra o chicote, na hora mostrou o braço. Me deu rédeas e permitiu que eu corresse a vontade, então atropelei sem susto e passei uma a uma para vencer com 1 ¼ corpos de vantagem sobre Square Dance, que conseguiu manter a dupla sobre Tanta Honra na troca de galão (pelo menos, foi o que as duas me contaram depois do páreo)”, relembrou Bubbly Jane.
Quis saber se ela ficou preocupada com as competidoras cariocas, pois seria a primeira vez que enfrentava elas, e a potranca me respondeu na lata.
“Claro que não! Se não confiar em mim mesma, em quem vou confiar?”, me desafiou, para depois continuar. “Respeito as adversárias, mas quem sabe de mim sou eu e a equipe. Trabalhei duro nos matinais, ganhei peso, amadureci mais e o principal de tudo isso: queria ganhar. Então, não tinha jeito, era o meu dia, o meu Diana.”
Quando comentei sobre a presença da família Perlman no Jockey Club de São Paulo, Bubbly Jane se emocionou.
“Puxa, agora você me pegou! (falou com a voz emocionada) Eu venci uma das seletivas da Taça de Prata e recebi o carinho da família Perlman, depois formei a dupla no GP Margarida Polak Lara (G1-1600mG). Quando ocorreu a primeira etapa da Coroa, não me sentia pronta o suficiente para encarar o desafio.
No mês seguinte (setembro), mesmo me sentindo 88% em forma, tinha dúvidas sobre a minha atuação em 1.800 metros. Mas quando venci, recebi um afago carinhoso do Marco Perlman, que representou toda a família Perlman na ocasião, mas que assim como eu, se sentiu órfão naquele dia.
Já no último sábado não. Me senti em casa, sendo recebida pelo casal Michael e Alina, com os filhos Katia, Marco e Dan, além dos netos Mirella e Max, todos Perlman. Afinal de contas, levo o verdadeiro selo Interlagos, pois meu pai (Yagli) eles importaram; minha mãe (Built to Last) eles criaram; meu avô materno (Knifebox) eles importaram; e por aí vai. Não tenho palavras para falar o quanto amo cada um deles”, derrete-se e posso jurar leitores que vi uma lágrima cair do olho da potranca.
Após uma pequena pausa para Bubbly Jane recompor-se, quis saber se a corredora estava empolgada em ir para os Estados Unidos brevemente. Vejam vocês o que ela me disse.
“Empolgada é pouco, estou amando a idéia! Quando eu era uma potranca ao pé, ouvia da minha mãe Built to Last. ‘Você é a minha primeira filha e será uma corredora e tanto. Me prometa que seguirá meus passos, sendo que ganhará muito mais corridas que eu?’. Eu prometia sem entender nada ainda, então ela já começava a falar das vitórias dela no Brasil e de como viveu bem nos Estados Unidos até voltar para o Brasil, para o Haras Interlagos, e ficar grávida de mim.
Foram dias e mais dias escutando belas histórias da minha mãe e antes de iniciar a campanha, deixei muito bem gravado na memória tudo o que ela me ensinou. Sei que por enquanto, mamãe está bem satisfeita, pois em seis corridas, ganhei quatro, sendo duas em Grupo 1. Portanto, que venha logo as pistas americanas”, sorri.
Quando dava por encerrada a entrevista, Bubbly Jane fez questão de solicitar um espaço para agradecimentos, no que permiti imediatamente.
“Queria dizer para a ‘Mimi’ que adorei quando ela acariciou meu rosto depois da minha vitória e disse que eu era muito macia. Saiba que você é muito fofa e linda, ok? E para o Max, vou fazer de tudo para continuar correndo mais que uma Ferrari”, e se despediu aos relinchos.
SURGE NOVO BLOG
Amigos, está coluna é a de número 50 e no próximo dia 27 completaremos um ano no ar. Algumas mudanças tenho em vista, bem como a parceria de alguns amigos para manter viva as “vozes” e “pensamentos” dos nossos cavalos queridos. Aguardem!
Mas enquanto a data não chega, alguns cavalos me pediram para não deixar de informar que pintou um novo blog no mundo virtual. A Picada do Aranha, cujo link vocês encontram aqui mesmo nessa página, tem vídeos onde os PSI ficam ainda mais bonitos. Vale a pena conferir!
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Dúvida cruel: Porto Alegre ou Recife?
Como vão leitores! Desculpem o atraso na atualização do CERCA MÓVEL desta semana, mas outros compromissos, também importantes, ocasionaram este pequeno problema. Mas vamos ao que interessa, que é saber o que se passa na cabeça dos nossos corredores.
Esta semana, estive conversando com o potro Jujuy, que decidiu nos ajudar com a pronúncia exata do seu nome.
“Escreve-se Jujuy, mas pronuncia-se Rurrúi. O i sai mais suave, o u tem som agudo (ú) e em nenhum momento tem som de J em meu nome”, diverte-se o filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, cujo nome refere-se a uma pequena província argentina, perto da fronteira com a Bolívia (informação de um Matungo que também conversa comigo).
Quis saber do Rurrúi, ou melhor, Jujuy, sobre a sua vitória na Prova Especial Itajara (1900mA), realizada no 7º páreo da programação do último sábado, no Hipódromo da Gávea, aqui no Rio de Janeiro. O defensor do Stud São José dos Bastiões não perdeu tempo em responder.
“Homi (ele tem sotaque, acreditem. Talvez seja a convivência com seus proprietários do Recife) foi melhor do que esperava. Meu ‘chefe’ Serginho Paiva só pode ser leitor do CERCA MÓVEL, pois no padoque, chegou no meu ouvido e disse ‘corra bem que terás uma surpresa boa’. Ele só sabe que eu o entendo porque ler sua coluna.
Não quis decepcionar o ‘chefe’, afinal de contas, tinha vindo do calor do Recife, a capital Pernambucana, para tomar banho de chuva no Rio de Janeiro, que ultimamente tem deixado de ser 40º graus, e assistir a minha corrida ao vivo.
Dada a largada, sai da linha 6 e vi quando os três que largaram mais próximos à cerca interna, Strong Hero, Lignon’s Hero e Casagrande, na ordem, foram para a ponta. Como sou ligeiro, logo era 4º e antes de fazer a primeira curva, 3º, atrás apenas de Strong Hero e Lignon’s Hero.
Durante a reta oposta, fiquei mais próximo dos ponteiros, que eram irmãos paternos, filhos do Crimson Tide e nascidos no Stud São Francisco da Serra. Eles papeavam tranqüilos e nem se deram conta da minha presença.
Um dizia para o outro, ‘cuidado que logo o Roberto Alberto se aproxima’, e o outro respondia, ‘tudo bem, estou prestando atenção’, enquanto isso, eu continuava ignorado. Deixei os dois continuarem na ponta até a entrada da reta final.
Dando vantagem, pois sempre corri pela linha 3, senti o Marcelo Cardoso, que voltava ao meu dorso após vencermos no final de setembro, se mexer. Obedeci de prontidão e passei fácil pelos dois ponteiros. Cheguei a escutar o locutor Marco Aurélio Ribeiro dizer que Roberto Alberto iniciava uma atropelada.
Sendo que eu estava galopando tão tranqüilo na frente, que pouco me importei com o que acontecia. Pensei, ‘isso é problema para quem está atrás de mim’, e cruzei o disco com 3 ½ corpos, levando um baita tapa do Cardoso (essa mania dele é de doer, mas fica bonito na foto), marcando 2’01”53 numa pista totalmente desfavorável.
Quando voltei ao padoque, fui recebido por diversos torcedores, além do meu treinador Victor Paim e do ‘chefe’ Serginho, que representava a família. Fiquei muito P da vida com ele, inclusive, porque saiu todo apressado para receber o troféu da minha conquista e não me contou a tal ‘surpresa’”, reclama o campeão Jujuy.
Assim como o nosso entrevistado, também fiquei chateada por não saber o que era a surpresa e pensei que essa matéria sairia sem essa resposta, desde que o Jujuy não decepcionou e me contou, com exclusividade.
“Antes de voltar para Recife, o ‘chefe’ Serginho foi até o caminhão que me levaria de volta ao Centro de Treinamento Vale do Marmelo. Momentos antes de eu embarcar, mais uma vez ele chegou perto do meu ouvido e perguntou: ‘você prefere Porto Alegre ou Recife?’
Nem respondi na hora, porquê fiquei tão atônito com a pergunta. E também nem saberia dizer se ele entenderia a minha resposta. Só o vi rindo e pegando o seu caminho para o aeroporto, enquanto eu viajava para a serra fluminense.
Já em casa, ouvi quando o treinador Paim comentou com os funcionários da cocheira. ‘É pessoal. Será que o Jujuy prefere correr no GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), em Porto Alegre, ou o GP Bento Magalhães (2400mA), no Recife?’, foi então que entendi o que o Serginho Paiva queria me dizer.
Mas te juro, estou na dúvida. Tenho saudades do frio gaúcho, pois nasci no Rio Grande do Sul, mas também queria muito pegar um bronze no calor nordestino. Eita dúvida da peste! Vou deixar essa decisão nas mãos dos meus responsáveis, é o jeito”, encerrou o nosso papo Jujuy.
Então leitores, iria propor de fazermos uma enquete para ajudar o Jujuy a definir onde ele correrá. A vantagem de correr no Hipódromo do Cristal é porque a corrida será transmitida ao vivo e quem não estiver em Porto Alegre, poderá ver mais uma atuação do alazão. Por outro lado, atuar no Hipódromo da Madalena fará com que os proprietários do potro façam uma baita festa em casa, animando ainda mais os nordestinos.
Sinceridade, a dúvida do Jujuy também chegou até a mim.
Abraços e até a próxima!
Foto: Gerson Martins (divulgação JCB)
Esta semana, estive conversando com o potro Jujuy, que decidiu nos ajudar com a pronúncia exata do seu nome.
“Escreve-se Jujuy, mas pronuncia-se Rurrúi. O i sai mais suave, o u tem som agudo (ú) e em nenhum momento tem som de J em meu nome”, diverte-se o filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, cujo nome refere-se a uma pequena província argentina, perto da fronteira com a Bolívia (informação de um Matungo que também conversa comigo).
Quis saber do Rurrúi, ou melhor, Jujuy, sobre a sua vitória na Prova Especial Itajara (1900mA), realizada no 7º páreo da programação do último sábado, no Hipódromo da Gávea, aqui no Rio de Janeiro. O defensor do Stud São José dos Bastiões não perdeu tempo em responder.
“Homi (ele tem sotaque, acreditem. Talvez seja a convivência com seus proprietários do Recife) foi melhor do que esperava. Meu ‘chefe’ Serginho Paiva só pode ser leitor do CERCA MÓVEL, pois no padoque, chegou no meu ouvido e disse ‘corra bem que terás uma surpresa boa’. Ele só sabe que eu o entendo porque ler sua coluna.
Não quis decepcionar o ‘chefe’, afinal de contas, tinha vindo do calor do Recife, a capital Pernambucana, para tomar banho de chuva no Rio de Janeiro, que ultimamente tem deixado de ser 40º graus, e assistir a minha corrida ao vivo.
Dada a largada, sai da linha 6 e vi quando os três que largaram mais próximos à cerca interna, Strong Hero, Lignon’s Hero e Casagrande, na ordem, foram para a ponta. Como sou ligeiro, logo era 4º e antes de fazer a primeira curva, 3º, atrás apenas de Strong Hero e Lignon’s Hero.
Durante a reta oposta, fiquei mais próximo dos ponteiros, que eram irmãos paternos, filhos do Crimson Tide e nascidos no Stud São Francisco da Serra. Eles papeavam tranqüilos e nem se deram conta da minha presença.
Um dizia para o outro, ‘cuidado que logo o Roberto Alberto se aproxima’, e o outro respondia, ‘tudo bem, estou prestando atenção’, enquanto isso, eu continuava ignorado. Deixei os dois continuarem na ponta até a entrada da reta final.
Dando vantagem, pois sempre corri pela linha 3, senti o Marcelo Cardoso, que voltava ao meu dorso após vencermos no final de setembro, se mexer. Obedeci de prontidão e passei fácil pelos dois ponteiros. Cheguei a escutar o locutor Marco Aurélio Ribeiro dizer que Roberto Alberto iniciava uma atropelada.
Sendo que eu estava galopando tão tranqüilo na frente, que pouco me importei com o que acontecia. Pensei, ‘isso é problema para quem está atrás de mim’, e cruzei o disco com 3 ½ corpos, levando um baita tapa do Cardoso (essa mania dele é de doer, mas fica bonito na foto), marcando 2’01”53 numa pista totalmente desfavorável.
Quando voltei ao padoque, fui recebido por diversos torcedores, além do meu treinador Victor Paim e do ‘chefe’ Serginho, que representava a família. Fiquei muito P da vida com ele, inclusive, porque saiu todo apressado para receber o troféu da minha conquista e não me contou a tal ‘surpresa’”, reclama o campeão Jujuy.
Assim como o nosso entrevistado, também fiquei chateada por não saber o que era a surpresa e pensei que essa matéria sairia sem essa resposta, desde que o Jujuy não decepcionou e me contou, com exclusividade.
“Antes de voltar para Recife, o ‘chefe’ Serginho foi até o caminhão que me levaria de volta ao Centro de Treinamento Vale do Marmelo. Momentos antes de eu embarcar, mais uma vez ele chegou perto do meu ouvido e perguntou: ‘você prefere Porto Alegre ou Recife?’
Nem respondi na hora, porquê fiquei tão atônito com a pergunta. E também nem saberia dizer se ele entenderia a minha resposta. Só o vi rindo e pegando o seu caminho para o aeroporto, enquanto eu viajava para a serra fluminense.
Já em casa, ouvi quando o treinador Paim comentou com os funcionários da cocheira. ‘É pessoal. Será que o Jujuy prefere correr no GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), em Porto Alegre, ou o GP Bento Magalhães (2400mA), no Recife?’, foi então que entendi o que o Serginho Paiva queria me dizer.
Mas te juro, estou na dúvida. Tenho saudades do frio gaúcho, pois nasci no Rio Grande do Sul, mas também queria muito pegar um bronze no calor nordestino. Eita dúvida da peste! Vou deixar essa decisão nas mãos dos meus responsáveis, é o jeito”, encerrou o nosso papo Jujuy.
Então leitores, iria propor de fazermos uma enquete para ajudar o Jujuy a definir onde ele correrá. A vantagem de correr no Hipódromo do Cristal é porque a corrida será transmitida ao vivo e quem não estiver em Porto Alegre, poderá ver mais uma atuação do alazão. Por outro lado, atuar no Hipódromo da Madalena fará com que os proprietários do potro façam uma baita festa em casa, animando ainda mais os nordestinos.
Sinceridade, a dúvida do Jujuy também chegou até a mim.
Abraços e até a próxima!
Foto: Gerson Martins (divulgação JCB)
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Categoria para dar e vender
Mais um CERCA MÓVEL saindo fresquinho do forno para os nossos leitores fiéis e alguns outros possíveis novos visitantes. Esta semana fizemos uma pequena conferência com cavalos de qualidade, não necessariamente clássicos, mas que quando em ação, dá gosto de ver. Como todos sabem que esse é o local virtual onde os cavalos têm voz, vocês serão brindados com as presenças de Giruá, Light of Loose e Granizo.
Vamos começar com o clássico Giruá, o tordilho que todo mundo aprendeu a gostar e a apreciar (até os rivais), tamanha a qualidade do filho de Bonapartiste e Ellefrance (Fast Gold), criado por Eloi José Quege, em Santa Catarina.
“Fico até envaidecido pelas palavras tão cativantes, pois apenas faço o que mais gosto: correr na raia de areia. Na Prova Especial Ciro Frare (1500mA), realizada no 6º páreo da reunião de sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, alinhei com a certeza que conquistaria minha 12ª conquista.
Assim que vi Objetivo escapar no alinhamento, senti que as coisas seriam mais fáceis, pois percebi que meus adversários estavam meio que assustados com a minha presença. Dada a ordem da largada, assisti quando Ponte Cannet e Shark Boy forçaram para assumirem o train de carreira. Pouco me importei e continuei quieto, correndo em 3º, junto aos paus.
Fiquei apreensivo quando, na curva, Southampton se colocou ao meu lado e avisou que não daria brecha para a minha atropelada. Nem me dei ao trabalho de responder, pois já tinha em mente o que fazer: atropelar assim que entrasse na reta, passando entre Ponte Cannet e Shark Boy.
Mas ao iniciar minha atropelada, Southampton gritou para os ponteiros fecharem a porta, pois eu estaria passando. Apesar de chateado, senti que o jóquei F. Leandro, pela primeira vez me conduzindo, também se assustou no lance e tentou me sofrear. Não permiti, levantei a cabeça e encontrei uma pequena brecha pela cerca interna, que foi por onde me lancei.
Depois, foi só dar adeus aos adversários e cruzar o disco fácil, garantindo a minha 9ª vitória em São Paulo, sem esquecer minhas outras três no Nordeste. Meu proprietário Eládio Mavignier Benevides me presenteou com muitas cenouras, enquanto Mario Gosik, meu treinador, também prometeu levar algumas maçãs para minha cocheira. Acho que vou engordar desse jeito”, brincou o tordilho, que em 13 atuações entre São Paulo e Fortaleza, ganhou 12. O cavalo de 4 anos só perdeu ao atuar em 2.200 metros, no Hipódromo Paulistano.
No domingo, quem aprecia acompanhar o simulcasting, ficou de olho no 4º páreo da programação do Hipódromo da Gávea, pois estava anotado Light of Loose.
Aos 7 anos de idade, o filho de Dodge e La Heaven (Piece of Heaven), criado pelo Haras Treis Pinheiros, no Paraná, ensinou que idade não é documento. Mesmo carregando 61kg de Ilson Correa, entre 9 e 6 quilos a mais que os adversários, o defensor do Stud Amigos da Barra conseguiu a 20ª vitória da campanha.
“Fiquei muito satisfeito com o resultado obtido. Não nego que cheguei a me chatear por ter sido a terceira força da prova, mas analisando com calma a diferença de peso dos meus concorrentes, percebi o porquê da dúvida de alguns turfistas.
Quando larguei da seta dos 1.300 metros, vi Patota do Cosme e Senhor Manolo forçando tudo para fazer a diagonal e assumirem as duas primeiras posições. Para não tomar muita areia na cara dos dois competidores, preferi ficar em 3º, com uns dois corpos distantes.
Foi uma vantagem necessária, pois quando entrei na reta, além de não ter nenhum torrão de areia na cara, tive espaço suficiente para escolher por onde iniciar minha atropelada. Como Patota do Cosme e Senhor Manolo duelavam com ardor e começavam a se jogar mais para a cerca interna, não tive dúvidas, me posicionei pelo meio de raia e dei adeus aos adversários ‘levinhos’.
Cruzei o disco com 3 corpos de vantagem e garanti mimos extras na cocheira do João Coutinho Filho, afinal de contas, 20 vitórias, são 20 vitórias não é?”, desafiou o castanho, que apesar da idade e da quantidade excessiva de conquistas, garante que não pensa em parar.
“Parar? Esse verbo não existe no meu vocabulário eqüino”, relinchou, mostrando experiência e bom-humor.
Na segunda-feira, foi dia dos turfistas pegarem a ponte-aérea e ficarem ligados no 8º páreo da reunião do Jockey Club de São Paulo, pois o valente Granizo estava alinhado no partidor. Sem gostar de brincadeira, o filho de Ibero e Glorious Magee (Spend A Buck), criado pelo Stud Raça, no Paraná, largou e acabou com mais uma carreira, mantendo-se invicto na raia de areia.
“Eu gosto de duas coisas: viajar e raia de areia. Atuei 8 vezes em toda a minha campanha e só perdi quando corri na pista de grama. Aliás, depois daquela prova em 2006, precisei ficar parado para me recuperar e só retornei aos trabalhos esse ano, na pista de Alegrete. Depois de vencer provas por lá, segui para o Tarumã e ganhei as duas corridas em que atuei.
Agora que estou de volta à Cidade Jardim, não podia decepcionar meus torcedores, por isso, tratei de vencer logo a segunda corrida consecutiva em São Paulo. Sendo que não posso negar, está na hora de viajar novamente e espero que o meu treinador Lucas Quintana leia essa coluna do CERCA MÓVEL para arrumar minhas malas. Se aceitar sugestão, Dubai seria um bom destino, se o ‘mormo’ não atrapalhar”, falou o defensor do Stud Vintage Thoroughbred, que com 5 anos, corre como um garoto (basta perguntar ao Altair Domingos, que o conduziu nas duas conquistas em São Paulo).
Pois bem leitores, os três entrevistados dessa semana juntos somam 40 vitórias. Ou seja, fizeram a festa de muitos turfistas, proprietários, jóqueis e treinadores, por isso merecem ser sempre reverenciados, seja em provas clássicas, ou em páreos de turma.
Rei de Ponta Grossa
O cavalo Hey Willie não foi localizado, mas também merece ser lembrado no CERCA MÓVEL, afinal de contas, desde os 3 anos que leva na bagagem o troféu do Grande Prêmio Cidade de Ponta Grossa (2100mA). Aos 8 anos, não decepcionou e se tornou pentacampeão da carreira, realizada no último dia 14 de setembro, no Hipódromo de Ponta Grossa. Apenas em 2007 não ganhou o troféu.
Fotos: Paulo Bezerra Jr (JCSP) e Gerson Martins (JCB)
Vamos começar com o clássico Giruá, o tordilho que todo mundo aprendeu a gostar e a apreciar (até os rivais), tamanha a qualidade do filho de Bonapartiste e Ellefrance (Fast Gold), criado por Eloi José Quege, em Santa Catarina.
“Fico até envaidecido pelas palavras tão cativantes, pois apenas faço o que mais gosto: correr na raia de areia. Na Prova Especial Ciro Frare (1500mA), realizada no 6º páreo da reunião de sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, alinhei com a certeza que conquistaria minha 12ª conquista.
Assim que vi Objetivo escapar no alinhamento, senti que as coisas seriam mais fáceis, pois percebi que meus adversários estavam meio que assustados com a minha presença. Dada a ordem da largada, assisti quando Ponte Cannet e Shark Boy forçaram para assumirem o train de carreira. Pouco me importei e continuei quieto, correndo em 3º, junto aos paus.
Fiquei apreensivo quando, na curva, Southampton se colocou ao meu lado e avisou que não daria brecha para a minha atropelada. Nem me dei ao trabalho de responder, pois já tinha em mente o que fazer: atropelar assim que entrasse na reta, passando entre Ponte Cannet e Shark Boy.
Mas ao iniciar minha atropelada, Southampton gritou para os ponteiros fecharem a porta, pois eu estaria passando. Apesar de chateado, senti que o jóquei F. Leandro, pela primeira vez me conduzindo, também se assustou no lance e tentou me sofrear. Não permiti, levantei a cabeça e encontrei uma pequena brecha pela cerca interna, que foi por onde me lancei.
Depois, foi só dar adeus aos adversários e cruzar o disco fácil, garantindo a minha 9ª vitória em São Paulo, sem esquecer minhas outras três no Nordeste. Meu proprietário Eládio Mavignier Benevides me presenteou com muitas cenouras, enquanto Mario Gosik, meu treinador, também prometeu levar algumas maçãs para minha cocheira. Acho que vou engordar desse jeito”, brincou o tordilho, que em 13 atuações entre São Paulo e Fortaleza, ganhou 12. O cavalo de 4 anos só perdeu ao atuar em 2.200 metros, no Hipódromo Paulistano.
No domingo, quem aprecia acompanhar o simulcasting, ficou de olho no 4º páreo da programação do Hipódromo da Gávea, pois estava anotado Light of Loose.
Aos 7 anos de idade, o filho de Dodge e La Heaven (Piece of Heaven), criado pelo Haras Treis Pinheiros, no Paraná, ensinou que idade não é documento. Mesmo carregando 61kg de Ilson Correa, entre 9 e 6 quilos a mais que os adversários, o defensor do Stud Amigos da Barra conseguiu a 20ª vitória da campanha.
“Fiquei muito satisfeito com o resultado obtido. Não nego que cheguei a me chatear por ter sido a terceira força da prova, mas analisando com calma a diferença de peso dos meus concorrentes, percebi o porquê da dúvida de alguns turfistas.
Quando larguei da seta dos 1.300 metros, vi Patota do Cosme e Senhor Manolo forçando tudo para fazer a diagonal e assumirem as duas primeiras posições. Para não tomar muita areia na cara dos dois competidores, preferi ficar em 3º, com uns dois corpos distantes.
Foi uma vantagem necessária, pois quando entrei na reta, além de não ter nenhum torrão de areia na cara, tive espaço suficiente para escolher por onde iniciar minha atropelada. Como Patota do Cosme e Senhor Manolo duelavam com ardor e começavam a se jogar mais para a cerca interna, não tive dúvidas, me posicionei pelo meio de raia e dei adeus aos adversários ‘levinhos’.
Cruzei o disco com 3 corpos de vantagem e garanti mimos extras na cocheira do João Coutinho Filho, afinal de contas, 20 vitórias, são 20 vitórias não é?”, desafiou o castanho, que apesar da idade e da quantidade excessiva de conquistas, garante que não pensa em parar.
“Parar? Esse verbo não existe no meu vocabulário eqüino”, relinchou, mostrando experiência e bom-humor.
Na segunda-feira, foi dia dos turfistas pegarem a ponte-aérea e ficarem ligados no 8º páreo da reunião do Jockey Club de São Paulo, pois o valente Granizo estava alinhado no partidor. Sem gostar de brincadeira, o filho de Ibero e Glorious Magee (Spend A Buck), criado pelo Stud Raça, no Paraná, largou e acabou com mais uma carreira, mantendo-se invicto na raia de areia.
“Eu gosto de duas coisas: viajar e raia de areia. Atuei 8 vezes em toda a minha campanha e só perdi quando corri na pista de grama. Aliás, depois daquela prova em 2006, precisei ficar parado para me recuperar e só retornei aos trabalhos esse ano, na pista de Alegrete. Depois de vencer provas por lá, segui para o Tarumã e ganhei as duas corridas em que atuei.
Agora que estou de volta à Cidade Jardim, não podia decepcionar meus torcedores, por isso, tratei de vencer logo a segunda corrida consecutiva em São Paulo. Sendo que não posso negar, está na hora de viajar novamente e espero que o meu treinador Lucas Quintana leia essa coluna do CERCA MÓVEL para arrumar minhas malas. Se aceitar sugestão, Dubai seria um bom destino, se o ‘mormo’ não atrapalhar”, falou o defensor do Stud Vintage Thoroughbred, que com 5 anos, corre como um garoto (basta perguntar ao Altair Domingos, que o conduziu nas duas conquistas em São Paulo).
Pois bem leitores, os três entrevistados dessa semana juntos somam 40 vitórias. Ou seja, fizeram a festa de muitos turfistas, proprietários, jóqueis e treinadores, por isso merecem ser sempre reverenciados, seja em provas clássicas, ou em páreos de turma.
Rei de Ponta Grossa
O cavalo Hey Willie não foi localizado, mas também merece ser lembrado no CERCA MÓVEL, afinal de contas, desde os 3 anos que leva na bagagem o troféu do Grande Prêmio Cidade de Ponta Grossa (2100mA). Aos 8 anos, não decepcionou e se tornou pentacampeão da carreira, realizada no último dia 14 de setembro, no Hipódromo de Ponta Grossa. Apenas em 2007 não ganhou o troféu.
Fotos: Paulo Bezerra Jr (JCSP) e Gerson Martins (JCB)
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Eqüinos se rebelam contra o mormo
Como vão leitores fiéis. Esta semana, meu celular e minha caixa de e-mails ficaram abarrotados de mensagens e notícias. O motivo é simples, a revolta dos cavalos de corrida brasileiros com o caso de mormo que apareceu no Sudeste.
“Estão de sacanagem comigo. Estava ansioso com a minha ida para Dubai, em dezembro, e me vem um cavalinho qualquer, lá no ABC paulista, atrapalhar meus planos. Que país é este que não sabe nem fazer uma barreira sanitária digna de nos proteger quanto a casos como esse”, reclamou Snack Bar, potro de 3 anos que venceu o GP Presidente da República (G1-1600mG) no último mês de agosto, no Hipódromo da Gávea.
O filho de Signal Tap e Magma Rock (Jules), criado pelo Haras Santa Maria de Araras, ainda foi mais além. “Tive de usar todo o meu charme no leilão de treinamento, no começo do mês de agosto, para ser adquirido pelo Haras Regina, pois já havia escutado, na cocheira, que o titular da coudelaria levaria alguns cavalos de sua propriedade para os Emirados Árabes.
Por isso corri feito um louco na milha internacional, para comprovar o acerto do meu novo chefe e carimbar meu passaporte. Estava sonhando acordado com o harém que pretendia ter na arábia. Que chato!”, discursou Snack Bar, que em cinco atuações, venceu quatro corridas, sendo as duas últimas na esfera nobre.
Se o castanho do Haras Regina mostrou revolta, quem também estava totalmente cabisbaixo com a possibilidade de não viajar para Dubai foi o potro Embalo.
“Karol, só aqui no CERCA MÓVEL posso falar sobre a minha decepção. Aliás, se os turfistas forem um pouco mais atentos, devem ter percebido que a minha corrida no GP Ricardo Lara Vidigal (G3-2000mA) foi atípica já por conta disso.
Quando ouvi os boatos na cocheira do Tolú dando conta de que os cavalos brasileiros não poderiam ser exportados para a Europa, nem para os Emirados Árabes, me bateu uma tristeza tremenda. Estou me sentindo muito bem, sendo que fui comprado para ir fazer sucesso em Dubai.
Quero receber os petrodólares e virar uma celebridade por lá. Eu mereço. Conheço meu potencial na raia de areia. Só corri abaixo do que sou capaz no último sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, porque estava muito chateado. Mas vamos esperar para ver se algo de novo acontece”, torce o filho de Boatman e Shirley Purple (Purple Mountain), criado pelo Haras Santa Verônica.
Se os cavalos que tinham chance de ir para os Emirados Árabes estavam chateado com a grande possibilidade da não participarem do Carnival, em janeiro de 2010, outros que tinham em mente atuar em países vizinhos também estão descontentes.
“Só pode ser uma piada de mal gosto esse caso de mormo encontrado no começo desse mês em Santo André. Eu moro no Centro de Treinamento Porto Feliz, distante mais de 100km do local. Não pretendo passar nem perto de onde encontraram o tal cavalo com a doença. Sei que o mesmo foi sacrificado assim que diagnosticaram a enfermidade, mas o que eu tenho com isso?
O que não pode acontecer é eu ser impedido de ir à Argentina participar do GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), em dezembro, no Hipodromo de San Isidro. Desde corri o GP Brasil (G1-2400mG), onde mais uma vez sofri com os percalços do caminho, que só penso na prova máxima portenha.
Seja conduzido por Jorge Ricardo, ou com Altair Domingos, ou com qualquer um, quero ir para a Argentina, pois sei que vou vencer a carreira. O que não pode acontecer é eu ficar de fora por conta do governo brasileiro que não sabe utilizar uma barreira sanitária correta e prejudica cavalos da raça puro-sangue inglês que estão em campanha”, desabafou o filho de Jules e Jamaica Road (Ghadeer), nascido nos campos do Haras Santa Maria de Araras e que soma cinco vitórias na campanha, sendo quatro em Grupo 1.
Se por um lado Quick Road mostra sua revolta, no box ao lado, o companheiro de cocheira Top Hat nem dá bola.
“Esse caso de mormo será uma boa desculpa para os corredores de outros países desistirem de me enfrentar em março no GP Latinoamericano (G1-2000mG), no Hipódromo de Cidade Jardim. Não estou nem um pouco preocupado quanto a isso. Sou o recordista da distância no Jockey Club de São Paulo.
Não quero desmerecer nenhum adversário, mas se pensam que pelo fato de estar com 6 anos eu não assusto, tenho dó deles. Aliás, basta que eles assistam a minha vitória no Grande Prêmio Brasil 2008 (G1-2400mG) para entenderem do que estou falando.
Estou descansando para no próximo mês iniciar os trabalhos. Quero estar 100% pronto para encerrar a minha campanha com mais uma vitória em prova de Grupo 1, afinal de contas, das minhas 11 conquistas, apenas três foram de Grupo 1. Mereço fechar com chave de ouro”, falou tranqüilo o defensor do Stud JCM, que é filho de Royal Academy e Tavira (Effervescing), criado pelo Haras São José da Serra.
Ao menos, alguém precisava mostrar tranqüilidade com o horror que está causando esse caso de mormo brasileiro. Até a próxima!
“Estão de sacanagem comigo. Estava ansioso com a minha ida para Dubai, em dezembro, e me vem um cavalinho qualquer, lá no ABC paulista, atrapalhar meus planos. Que país é este que não sabe nem fazer uma barreira sanitária digna de nos proteger quanto a casos como esse”, reclamou Snack Bar, potro de 3 anos que venceu o GP Presidente da República (G1-1600mG) no último mês de agosto, no Hipódromo da Gávea.
O filho de Signal Tap e Magma Rock (Jules), criado pelo Haras Santa Maria de Araras, ainda foi mais além. “Tive de usar todo o meu charme no leilão de treinamento, no começo do mês de agosto, para ser adquirido pelo Haras Regina, pois já havia escutado, na cocheira, que o titular da coudelaria levaria alguns cavalos de sua propriedade para os Emirados Árabes.
Por isso corri feito um louco na milha internacional, para comprovar o acerto do meu novo chefe e carimbar meu passaporte. Estava sonhando acordado com o harém que pretendia ter na arábia. Que chato!”, discursou Snack Bar, que em cinco atuações, venceu quatro corridas, sendo as duas últimas na esfera nobre.
Se o castanho do Haras Regina mostrou revolta, quem também estava totalmente cabisbaixo com a possibilidade de não viajar para Dubai foi o potro Embalo.
“Karol, só aqui no CERCA MÓVEL posso falar sobre a minha decepção. Aliás, se os turfistas forem um pouco mais atentos, devem ter percebido que a minha corrida no GP Ricardo Lara Vidigal (G3-2000mA) foi atípica já por conta disso.
Quando ouvi os boatos na cocheira do Tolú dando conta de que os cavalos brasileiros não poderiam ser exportados para a Europa, nem para os Emirados Árabes, me bateu uma tristeza tremenda. Estou me sentindo muito bem, sendo que fui comprado para ir fazer sucesso em Dubai.
Quero receber os petrodólares e virar uma celebridade por lá. Eu mereço. Conheço meu potencial na raia de areia. Só corri abaixo do que sou capaz no último sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, porque estava muito chateado. Mas vamos esperar para ver se algo de novo acontece”, torce o filho de Boatman e Shirley Purple (Purple Mountain), criado pelo Haras Santa Verônica.
Se os cavalos que tinham chance de ir para os Emirados Árabes estavam chateado com a grande possibilidade da não participarem do Carnival, em janeiro de 2010, outros que tinham em mente atuar em países vizinhos também estão descontentes.
“Só pode ser uma piada de mal gosto esse caso de mormo encontrado no começo desse mês em Santo André. Eu moro no Centro de Treinamento Porto Feliz, distante mais de 100km do local. Não pretendo passar nem perto de onde encontraram o tal cavalo com a doença. Sei que o mesmo foi sacrificado assim que diagnosticaram a enfermidade, mas o que eu tenho com isso?
O que não pode acontecer é eu ser impedido de ir à Argentina participar do GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), em dezembro, no Hipodromo de San Isidro. Desde corri o GP Brasil (G1-2400mG), onde mais uma vez sofri com os percalços do caminho, que só penso na prova máxima portenha.
Seja conduzido por Jorge Ricardo, ou com Altair Domingos, ou com qualquer um, quero ir para a Argentina, pois sei que vou vencer a carreira. O que não pode acontecer é eu ficar de fora por conta do governo brasileiro que não sabe utilizar uma barreira sanitária correta e prejudica cavalos da raça puro-sangue inglês que estão em campanha”, desabafou o filho de Jules e Jamaica Road (Ghadeer), nascido nos campos do Haras Santa Maria de Araras e que soma cinco vitórias na campanha, sendo quatro em Grupo 1.
Se por um lado Quick Road mostra sua revolta, no box ao lado, o companheiro de cocheira Top Hat nem dá bola.
“Esse caso de mormo será uma boa desculpa para os corredores de outros países desistirem de me enfrentar em março no GP Latinoamericano (G1-2000mG), no Hipódromo de Cidade Jardim. Não estou nem um pouco preocupado quanto a isso. Sou o recordista da distância no Jockey Club de São Paulo.
Não quero desmerecer nenhum adversário, mas se pensam que pelo fato de estar com 6 anos eu não assusto, tenho dó deles. Aliás, basta que eles assistam a minha vitória no Grande Prêmio Brasil 2008 (G1-2400mG) para entenderem do que estou falando.
Estou descansando para no próximo mês iniciar os trabalhos. Quero estar 100% pronto para encerrar a minha campanha com mais uma vitória em prova de Grupo 1, afinal de contas, das minhas 11 conquistas, apenas três foram de Grupo 1. Mereço fechar com chave de ouro”, falou tranqüilo o defensor do Stud JCM, que é filho de Royal Academy e Tavira (Effervescing), criado pelo Haras São José da Serra.
Ao menos, alguém precisava mostrar tranqüilidade com o horror que está causando esse caso de mormo brasileiro. Até a próxima!
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
A bronca do Bain Douche
Olá leitores amigos. Para os mais próximos, aviso que continuo medicada, pois descobri que tenho uma sinusite. Mesmo gastando muito dinheiro com remédios, parece que começo a melhorar. Sendo que independente de estar doente ou não, o CERCA MÓVEL não pode parar e, por conta disso, estivemos em São Paulo, mas precisamente em Porto Feliz, para escutar a bronca do cavalo Bain Douche após a realização do Clássico Prefeito do Município de São Paulo (L.-1400mG), no último domingo, em Cidade Jardim.
“Uma vergonha o que aconteceu! Queriam me ver no chão. Não deixaram eu correr”, reclamava o filho de Know Heights e Uaiasol (Choctaw Ridge), criado pelo Haras Europa, e continuou. “Já não permitem que eu corra com a blusa do meu criador e proprietário, que é o Europa. E quando estou em ação, fica claro a perseguição dos outros competidores”, concluiu.
Pedi para Bain Douche, que mesmo já na cocheira, no Centro de Treinamento Porto Feliz continuava indócil, falar sobre o que aconteceu durante a corrida.
“Larguei pela baliza 10 e busquei a linha 3. Estava na frente de United Forces apenas, correndo quase ao lado de Mestre Feiticeiro. Quando entrei na reta final, Universal Killer cruzou na minha frente e quase que eu derrubei meu jóquei no lance.
Mestre Feiticeiro acho pouco e também veio para ajudar no meu cerco, com o competidor Diego A também na minha frente. Eu avisei ‘calma pessoal, estou com ação para passar’. Apesar do meu pedido, de propósito Diego A e Mestre Feiticeiro continuaram fechando a porta, não permitindo que eu avançasse, pois Universal Killer também não permitia que eu abrisse um pouco mais para iniciar minha atropelada.
Enquanto isso, ouvi quando United Forces, colado à cerca interna, gritou ‘segura mais um pouco, que vou sair agora’. Fiquei muito irado, pois percebi que os três competidores que atrapalhavam meu desempenho estavam ajudando, de propósito, United Forces.
Já pensava em desistir da competição, quando Mestre Feiticeiro começou a avançar e deixou uma brecha para a minha escapada, mas nesse instante, United Forces saiu da cerca interna e pegou a minha linha, fazendo com que eu diminuisse um pouco o ritmo, para não passar por cima do competidor.
Sem espaço, realmente quase parei e sai da disputa depois de tantos percalços, mas ouvi quando United Forces passou pelo Mestre Feiticeiro e falou. ‘Obrigado amigo, agora vamos fazer uma dobradinha e deixar o RECLAMÃO passar vergonha lá atrás’. Aquelas palavras mexeram com meu brio e, mesmo cansado, fiz com que Altair Domingos continuasse tocando com vontade sobre o meu dorso.
Não alcancei United Forces, mas joguei Mestre Feiticeiro para a 3ª posição, pois eu fiquei com a dupla. Mas foi uma corrida vergonhosa. Todos viram, menos a Comissão de Corridas, o quanto eu fui prejudicado. E se algum dos comissários tivessem o dom de ouvir os cavalos, teriam escutado que foi tudo planejado e não lances normais de corrida”, discursou Bain Douche.
Quis saber dele sobre as posições dos outros dois competidores que se envolveram na trama de persegui-lo.
“Uma vergonha o que aconteceu! Queriam me ver no chão. Não deixaram eu correr”, reclamava o filho de Know Heights e Uaiasol (Choctaw Ridge), criado pelo Haras Europa, e continuou. “Já não permitem que eu corra com a blusa do meu criador e proprietário, que é o Europa. E quando estou em ação, fica claro a perseguição dos outros competidores”, concluiu.
Pedi para Bain Douche, que mesmo já na cocheira, no Centro de Treinamento Porto Feliz continuava indócil, falar sobre o que aconteceu durante a corrida.
“Larguei pela baliza 10 e busquei a linha 3. Estava na frente de United Forces apenas, correndo quase ao lado de Mestre Feiticeiro. Quando entrei na reta final, Universal Killer cruzou na minha frente e quase que eu derrubei meu jóquei no lance.
Mestre Feiticeiro acho pouco e também veio para ajudar no meu cerco, com o competidor Diego A também na minha frente. Eu avisei ‘calma pessoal, estou com ação para passar’. Apesar do meu pedido, de propósito Diego A e Mestre Feiticeiro continuaram fechando a porta, não permitindo que eu avançasse, pois Universal Killer também não permitia que eu abrisse um pouco mais para iniciar minha atropelada.
Enquanto isso, ouvi quando United Forces, colado à cerca interna, gritou ‘segura mais um pouco, que vou sair agora’. Fiquei muito irado, pois percebi que os três competidores que atrapalhavam meu desempenho estavam ajudando, de propósito, United Forces.
Já pensava em desistir da competição, quando Mestre Feiticeiro começou a avançar e deixou uma brecha para a minha escapada, mas nesse instante, United Forces saiu da cerca interna e pegou a minha linha, fazendo com que eu diminuisse um pouco o ritmo, para não passar por cima do competidor.
Sem espaço, realmente quase parei e sai da disputa depois de tantos percalços, mas ouvi quando United Forces passou pelo Mestre Feiticeiro e falou. ‘Obrigado amigo, agora vamos fazer uma dobradinha e deixar o RECLAMÃO passar vergonha lá atrás’. Aquelas palavras mexeram com meu brio e, mesmo cansado, fiz com que Altair Domingos continuasse tocando com vontade sobre o meu dorso.
Não alcancei United Forces, mas joguei Mestre Feiticeiro para a 3ª posição, pois eu fiquei com a dupla. Mas foi uma corrida vergonhosa. Todos viram, menos a Comissão de Corridas, o quanto eu fui prejudicado. E se algum dos comissários tivessem o dom de ouvir os cavalos, teriam escutado que foi tudo planejado e não lances normais de corrida”, discursou Bain Douche.
Quis saber dele sobre as posições dos outros dois competidores que se envolveram na trama de persegui-lo.
“A maior prova que ambos só estavam ali para me prejudicar é que depois que fizeram o que quiseram comigo, nem tentaram avançar. Universal Killer e Diego A chegaram nas últimas colocações, com mais de dez corpos atrás do 7º colocado. No total, 17 e 17 ½ corpos respectivamente para o dito vencedor United Forces. Eu ter chegado em 2º, com apenas 2 corpos do defensor do Stud Água Fria, foi uma vitória. Aliás, ele quem defende a Água Fria, mas o banho frio quem tomou fui eu”, ironiza.
Ele era o favorito do público apostador com méritos, após a bela atuação no GP Presidente da República (G1-1600mG), realizado em agosto, no Rio de Janeiro, por isso pedi que Bain Douche deixasse um recado para os apostadores que o escolheram.
“Quero dizer aos turfistas, através do CERCA MÓVEL, que continuem confiando no meu potencial. Tinha totais condições de vencer àquela carreira com 5 corpos de vantagem. Dei o meu máximo, mas a corrida, com 9 competidores, quatro agiram apenas para me prejudicar, por isso que não confirmei a esperança dos apostadores.
Quero também dizer que a Comissão de Corridas paulista está brincando conosco, cavalos de categoria que abrilhantamos as pistas. Por mim, não corro mais em São Paulo até que os comissários sejam trocados!”, encerrou o castanho de 4 anos.
Eu leitores, só tenho uma coisa a escrever: durma-se com um barulho desses.
4 MIL
Apesar dos atrasos das últimas colunas, quero agradecer a paciência dos leitores que continuam prestigiando o CERCA MÓVEL e agradecer pelos mais de 4 mil acessos.
Foto: Imagem da chegada de United Forces e Bain Douche retirada do site www.jockeysp.com.br
Ele era o favorito do público apostador com méritos, após a bela atuação no GP Presidente da República (G1-1600mG), realizado em agosto, no Rio de Janeiro, por isso pedi que Bain Douche deixasse um recado para os apostadores que o escolheram.
“Quero dizer aos turfistas, através do CERCA MÓVEL, que continuem confiando no meu potencial. Tinha totais condições de vencer àquela carreira com 5 corpos de vantagem. Dei o meu máximo, mas a corrida, com 9 competidores, quatro agiram apenas para me prejudicar, por isso que não confirmei a esperança dos apostadores.
Quero também dizer que a Comissão de Corridas paulista está brincando conosco, cavalos de categoria que abrilhantamos as pistas. Por mim, não corro mais em São Paulo até que os comissários sejam trocados!”, encerrou o castanho de 4 anos.
Eu leitores, só tenho uma coisa a escrever: durma-se com um barulho desses.
4 MIL
Apesar dos atrasos das últimas colunas, quero agradecer a paciência dos leitores que continuam prestigiando o CERCA MÓVEL e agradecer pelos mais de 4 mil acessos.
Foto: Imagem da chegada de United Forces e Bain Douche retirada do site www.jockeysp.com.br
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Pensionistas de Venâncio Nahid ensinam o caminho do sucesso em São Paulo
Olá leitores. Desculpem o atraso desta coluna, mas estou acometida de uma gripe tremenda, além de seguir em trânsito entre Porto Alegre (GP Protetora do Turfe) e São Paulo (Quádrupla Coroa de potros e Tríplice Coroa de potrancas), portanto, a correria está enorme e as farmácias que seguem se dando bem, pois a bolsa de remédios cada vez aumenta mais.
Mas vamos ao que interessa, que é saber dos cavalos de corrida o que anda acontecendo pelo nosso turfe nacional. Assim como o CERCA MÓVEL é nacional, os pensionistas do treinador Venâncio Nahid também o são.
Em maio último, Jeune-Turc, que recebe os cuidados do profissional, saiu do CT Vale do Itajara, no Rio de Janeiro, foi até o Hipódromo de Cidade Jardim e levou o GP São Paulo (G1-2400mG). Na época, o defensor do Stud Ced conversou conosco (quem quiser relembrar, basta fazer uma pesquisa em nossos arquivos).
Pois bem, no último domingo, foi a vez das potrancas Lucky Shot e Rainha Celina também sairem do Itajara com destino ao Hipódromo Paulistano para enfrentarem o GP Paulo José da Costa (G3-1900mA), no 5º páreo da programação paulista.
Mesmo defendendo interesses distintos, as duas corredores ensinaram a muita gente em como atuar em equipe.
Na largada, Carly foi para a ponta e Rainha Celina tratou de ir atrás dela, com Lucky Shot na terceira posição. Quando Carly tentou abrir ainda mais vantagem, Lucky Shot deu o alerta a companheira de cocheira.
“Deixa ela ir Rainha Celina. Vamos seguir nosso ritmo”, falou.
E assim foi até chegarem na última curva, quando Rainha Celina cobrou de Lucky Shot mais empenho.
“Está na hora. Você vem ou não?”, exigiu a defensora do Stud TNT.
No mesmo instante, sob o comando de Tiago Josué Pereira, Lucky Shot emparelhou na ponta com Rainha Celina e Carly.
Ao entrar na reta final, as duas potrancas já mostravam superioridade e Rainha Celina tomou a ponta.
“Hoje sou eu quem levarei a melhor”, ameaçou Rainha Celina, quando na mesma hora Lucky Shot retrucou. “Desculpa amiga, mas esse páreo é meu.”
As duas travaram uma bela disputa durante toda a reta final e num determinado momento, ficou claro que só existiam na prova Lucky Shot e Rainha Celina, tamanha a vantagem que tinham sobre as outras competidoras.
Ao cruzar o disco, no final dos 1.900 metros, Lucky Shot, defensora do Stud Ced, manteve ¾ corpos sobre Rainha Celina, enquanto Dúvida Dúvida, a terceira colocada, só cruzou o disco após 20 ¾ corpos depois.
Voltando ao padoque, para a foto da vitória, quis saber de Lucky Shot como ela tinha tanta certeza que venceria Rainha Celina, visto que ambas estavam em grande forma física e atuaram de igual para igual.
“Foi simples. Tenho a vantagem de defender o Stud Ced, portanto sou da equipe de Jeune-Turc, que mesmo tendo atuado na raia de grama paulista, em maio, observou alguns trechos da pista de areia e conversou com outros cavalos paulistas. Depois, me deu todas as dicas de onde eu deveria atuar, buscando o melhor terreno. Essas informações foram fundamentais para o meu desempenho nessa prova.
Sendo que não posso esquecer que devo essa minha conquista também a atuação de Rainha Celina. Pois sempre mantivemos um ritmo parecido, para não cansarmos, igual trabalhamos no CT Vale do Itajara, e isso também ajudou a minha corrida. Ela me deu um susto no final”, assume a filha de First American e Hunter’s Dream.
Rainha Celina, por sua vez, mesmo chegando em 2º, comemorou a atuação.
“Queria ter vencido, é lógico, mas Lucky Shot tinha um pouco mais de ação que eu, além de quê, fui conduzida por Vagner Leal, que apesar de saber os melhores trechos em São Paulo, não me conhecia direito, enquanto ela estava com Tiago Josué Pereira. Enfim, o importante é que formamos uma bela dobradinha para o nosso treinador Venâncio Nahid”, finalizou a defensora do Stud TNT.
E depois dessas explicações das competidoras, fico por aqui, pois logo mais estarei no Hipódromo do Cristal e ainda preciso tomar mais alguns remédios (espero que para jornalista não exista exame anti-doping). Depois trago mais novidades para vocês e conto como foi o bate-papo com o garanhão Redattore.
Fui!
Foto: Paulo Bezerra Jr. (Pica Pau)
Mas vamos ao que interessa, que é saber dos cavalos de corrida o que anda acontecendo pelo nosso turfe nacional. Assim como o CERCA MÓVEL é nacional, os pensionistas do treinador Venâncio Nahid também o são.
Em maio último, Jeune-Turc, que recebe os cuidados do profissional, saiu do CT Vale do Itajara, no Rio de Janeiro, foi até o Hipódromo de Cidade Jardim e levou o GP São Paulo (G1-2400mG). Na época, o defensor do Stud Ced conversou conosco (quem quiser relembrar, basta fazer uma pesquisa em nossos arquivos).
Pois bem, no último domingo, foi a vez das potrancas Lucky Shot e Rainha Celina também sairem do Itajara com destino ao Hipódromo Paulistano para enfrentarem o GP Paulo José da Costa (G3-1900mA), no 5º páreo da programação paulista.
Mesmo defendendo interesses distintos, as duas corredores ensinaram a muita gente em como atuar em equipe.
Na largada, Carly foi para a ponta e Rainha Celina tratou de ir atrás dela, com Lucky Shot na terceira posição. Quando Carly tentou abrir ainda mais vantagem, Lucky Shot deu o alerta a companheira de cocheira.
“Deixa ela ir Rainha Celina. Vamos seguir nosso ritmo”, falou.
E assim foi até chegarem na última curva, quando Rainha Celina cobrou de Lucky Shot mais empenho.
“Está na hora. Você vem ou não?”, exigiu a defensora do Stud TNT.
No mesmo instante, sob o comando de Tiago Josué Pereira, Lucky Shot emparelhou na ponta com Rainha Celina e Carly.
Ao entrar na reta final, as duas potrancas já mostravam superioridade e Rainha Celina tomou a ponta.
“Hoje sou eu quem levarei a melhor”, ameaçou Rainha Celina, quando na mesma hora Lucky Shot retrucou. “Desculpa amiga, mas esse páreo é meu.”
As duas travaram uma bela disputa durante toda a reta final e num determinado momento, ficou claro que só existiam na prova Lucky Shot e Rainha Celina, tamanha a vantagem que tinham sobre as outras competidoras.
Ao cruzar o disco, no final dos 1.900 metros, Lucky Shot, defensora do Stud Ced, manteve ¾ corpos sobre Rainha Celina, enquanto Dúvida Dúvida, a terceira colocada, só cruzou o disco após 20 ¾ corpos depois.
Voltando ao padoque, para a foto da vitória, quis saber de Lucky Shot como ela tinha tanta certeza que venceria Rainha Celina, visto que ambas estavam em grande forma física e atuaram de igual para igual.
“Foi simples. Tenho a vantagem de defender o Stud Ced, portanto sou da equipe de Jeune-Turc, que mesmo tendo atuado na raia de grama paulista, em maio, observou alguns trechos da pista de areia e conversou com outros cavalos paulistas. Depois, me deu todas as dicas de onde eu deveria atuar, buscando o melhor terreno. Essas informações foram fundamentais para o meu desempenho nessa prova.
Sendo que não posso esquecer que devo essa minha conquista também a atuação de Rainha Celina. Pois sempre mantivemos um ritmo parecido, para não cansarmos, igual trabalhamos no CT Vale do Itajara, e isso também ajudou a minha corrida. Ela me deu um susto no final”, assume a filha de First American e Hunter’s Dream.
Rainha Celina, por sua vez, mesmo chegando em 2º, comemorou a atuação.
“Queria ter vencido, é lógico, mas Lucky Shot tinha um pouco mais de ação que eu, além de quê, fui conduzida por Vagner Leal, que apesar de saber os melhores trechos em São Paulo, não me conhecia direito, enquanto ela estava com Tiago Josué Pereira. Enfim, o importante é que formamos uma bela dobradinha para o nosso treinador Venâncio Nahid”, finalizou a defensora do Stud TNT.
E depois dessas explicações das competidoras, fico por aqui, pois logo mais estarei no Hipódromo do Cristal e ainda preciso tomar mais alguns remédios (espero que para jornalista não exista exame anti-doping). Depois trago mais novidades para vocês e conto como foi o bate-papo com o garanhão Redattore.
Fui!
Foto: Paulo Bezerra Jr. (Pica Pau)
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