quinta-feira, 20 de março de 2008

Joe Bravo dá adeus ao Brasil

“Um absurdo!”, foi dessa forma que o potro Joe Bravo respondeu quando indagado sobre a mudança da pista do GP Franciso Eduardo de Paula Machado (G1-2000mA), realizada no último domingo, no Hipódromo da Gávea.

O candidato à Coroa carioca, após ter vencido o GP Estado do Rio de Janeiro (G1-1600mG), a primeira etapa da Tríplice Coroa, ainda estava muito chateado ao conceder essa entrevista para o CERCA MÓVEL.

Cerca Móvel: Por quê você não foi apresentado na segunda etapa da Coroa carioca?
Joe Bravo: Muito simples, porquê trocaram a raia.

CM: Você rende muito pouco na areia?
JB: Corro em qualquer raia, estreei vencendo na areia, em 1.100 metros. Sendo que minha filiação (Vettori e Brave Lady, por Roi Normand) me faz render muito mais na grama.

CM: Mas você considera então que deveria ter corrido, mesmo numa raia perigosa, pois é sabido que a grama, quando muito molhada, fica escorregadia e pode causar acidente?
JB:
Sem dúvidas, concordo com você sobre os perigos da raia de grama quando molhada. Sendo que a minha chateação não tem a ver com o fato de eu não ter corrido e sim por ter viajado até o Rio de Janeiro sem necessidade.

CM: Como assim?
JB:
Simples, sai do CT Vale do Itajara na madrugada, pronto para cumprir com o compromisso e bastante confiante, pois, modéstia parte, estava voando nos treinos. Sendo que só quando cheguei na Gávea que informaram sobre a mudança de raia. Ou seja tive de enfrentar a viagem, que sempre é desgastante, à toa. Custava terem informado? Teria me poupado uma viagem.

CM: Por conta disso que você não correrá mais no Brasil?
JB:
Já estava decidido que eu iria viajar. Só correria as três etapas da Coroa para tentar o título e em seguida seguiria para os Estados Unidos, a fim de seguir campanha. Na verdade, depois da primeira etapa eu já queria ir embora, fui contra a decisão dos meus responsáveis pela minha permanência no Brasil.

CM: Por quê? Você não gosta do país em que nasceu?
JB:
Não é isso. É lógico que amo o Brasil, sendo que não gostaria de continuar campanha por aqui. O turfe lá fora é mais respeitado e organizado. Você mesmo não está vendo o absurdo da Caixa Econômica Federal tentar acabar com as transmissões pela televisão? É o fim do mundo.

CM: Sem dúvidas, também fiquei chateada com o ocorrido, não só pela grande quantidade de empregos diretos e indiretos que o turfe promove, mas principalmente pela qualidade do nosso Puro-Sangue Inglês, que em qualquer lugar do mundo, faz sucesso?
JB:
Espero poder fazer parte desse time brasileiro que divulga a qualidade da criação nacional lá fora. Estou ancioso para viajar por conta disso.

CM: Em 10 apresentações, você obteve três vitórias, sendo duas na milha, uma delas o Grupo 1. Será que não está sendo precipitada essa sua ida?
JB:
De forma alguma. Nos 1.600 metros já provei que corro muito. Aumentei a distância, sob o treinamento de Venâncio Nahid, e estou indo bem. Acredito que o treinador americano continuará com o bom trabalho e eu não devo demorar a estrear por lá. Tenho 3 anos e uma vida pela frente. Quanto mais demorar, mais tempo irei perder. Como comentei mais acima, queria ter ido logo após a primeira etapa da Coroa.

CM: Sobre a vitória de Belo Purse, na segunda etapa da Coroa, você gostou da corrida?
JB:
Estava muito chateado em ter viajado à toa, mas acabei assistindo o páreo ao vivo. É lógico que gostei da vitória do Belo Purse, afinal de contas, nos conhecemos no Vale do Itajara e ele chegou a vitória de número 201 em provas de Grupo para o Centro de Treinamento. Isso, sem dúvidas, valoriza o local e o nosso trabalho por lá.

CM: Do que sentirá mais falta do Brasil?
JB:
Do Centro de Treinamento. Lá é uma grande família. Mesmo sendo um ambiente de trabalho, todos se dão bem e se respeitam. Não existe tanta competição assim. Os treinadores se conhecem há tempos, então fica mais fácil a convivência. Não lembro de ter osbservado nenhuma briga na raia.

CM: Quando você deverá embarcar?
JB:
Minha documentação já estava pronta, então não deve demorar muito. Se não fosse por conta do feriado da semana santa, arriscaria que iria embora ainda este mês. Talvez na próxima semana. Por isso, estou tratando de me despedir de todos os amigos que fiz por aqui.

CM: Acompanhará a corrida da sua irmã?
JB:
Lógico, afinal de contas ainda estou por aqui. A Lovely Lady correrá no 7º páreo de sábado e acredito que surpreenda muita gente na areia.

4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Joe Bravo, achei mais do que certo o seu forfait e cá pra nós, a segunda prova da tríplice coroa mais pareceu uma prova especial. Sucesso pra vc nos EUA!!! Mas eu vim aqui pra falar outra coisa...um recado para os proprietários: NÃO VENDAM OS SEUS CAVALOS POR MENOS DE 1.000 REAIS. Isso mesmo, mil reais. Eles estão indo DIRETO PARA O MATADOURO perto de Varginha, MG. Mais de mil reais não compensa, então fiquem ligados, vocês não fazem idéia o quanto o cavalo SOFRE, é um matadouro clandestino, estão comprando cavalos no JCB disfarcado (como se fosse pra montaria) mas não é. É pelos cavalos que estou fazendo esse post. Valeu. NÃO VENDAM POR MENOS DE MIL!!! NUNCA!!!

Anônimo disse...

Cavalos: vida e morte repletas de sofrimentos - Paula Brugger Imprimir E-mail

“O Brasil é o 5º maior exportador mundial de carne de cavalo e tem a 2ª maior tropa eqüina do mundo, com 5,9 milhões de cabeças. Em 2005, o Brasil exportou US$ 64,1 milhões em carne eqüina para países como Bélgica, Holanda, Itália, Japão, França, Austrália e Finlândia. Embarcada sob a forma de enlatados, a carne serve ao consumo de animais domésticos, mas também são produzidos cortes especiais para consumo humano. Há, no Brasil, sete grandes abatedouros exclusivos de cavalos, todos multinacionais. A indústria frigorífica movimenta R$ 80 milhões no país e emprega mil pessoas”. Essa notícia, publicada no jornal Valor Econômico (1), nos dá um bom panorama da indústria da carne de cavalo no Brasil e é oportuna para abrir a discussão sobre o tema.
Matadouros de cavalos e outras atrocidades:

Há alguns anos a imprensa noticiou a crueldade presente em alguns matadouros de cavalos, causando comoção nacional: 12 horas antes do abate eles eram privados de água e alimento, para amaciar a carne; eram conduzidos molhados a um corredor e dali tangidos com choques elétricos de 240 volts; a seguir tomavam uma pancada na cabeça e tinham suas patas cortadas com machado, tesoura grande ou serra, de forma a esgotar todo o sangue. Os animais, ainda vivos e com esses ferimentos terríveis, eram colocados em uma estufa para suar e com isso eliminar o “mal educado” cheiro de cavalo de sua carne (2). Imagens que respaldam, pelo menos em parte, tais denúncias aparecem no documentário “Vida de cavalo”, do Instituto Nina Rosa, e na Internet (3).

Durante quase duas semanas essas imagens horrendas povoaram os pesadelos de muitos de nós, o que nos levou a entrar em contato por e-mail com um desses abatedouros. O teor dos três e-mails enviados, o primeiro em 08 de março desse ano, foi o seguinte: “Gostaríamos de saber a procedência da carne dos eqüídeos que são abatidos (por exemplo, são criados para este fim ou são provenientes de veículos de tração animal, fazendas, equitação, etc) e qual método é usado no abate - sobretudo o processo de insensibilização?”; Até o momento não houve resposta.

DO SITE http://www.svb.org.br/vegetarianismo/junho-de-2007/cavalos-vida-e-morte-repletas-de-sofrimentos-paula-br-2.html

Anônimo disse...

o link completo, após o /

/cavalos-vida-e-morte-repletas-de-sofrimentos-paula-br-2.html

Anônimo disse...

http://www.svb.org.br/
vegetarianismo/junho-de-2007/
cavalos-vida-e-morte-repletas-de-sofrimentos-
paula-br-2.html