quinta-feira, 13 de março de 2008

A perda de uma Coroa, mas a vitória por manter-se viva

Olá leitores, novamente peço desculpas pela demora em colocar este blog no ar, mas após o ocorrido no GP Diana (G1-2000mG) realizado no último domingo, no Hipódromo da Gávea, precisava conversar com Rubia Del Rio (na foto em seu último cânter, com Carlos Lavor), o grande destaque da coluna de hoje, e tive algum trabalho para encontra-la.

Após ligar para o Centro de Treinamento do Haras Santa Maria de Araras, em Teresópolis, descobri que a filha de Put it Back e Rupiana (Falcon Jet), estava alojada na cocheira da coudelaria, no Hipódromo da Gávea.

Após perder alguns minutos no trânsito de Vila Isabel para o prado carioca, fui conversar com Rubia Del Rio na cocheira. Juntas, assistimos a corrida pelo dvd e Rubia Del Rio começou a falar sobre o que realmente aconteceu.

“Muita gente achou que eu sofri uma fratura nos metros finais, mas não foi bem assim. Observe que na reta oposta, eu sinto e acabo abrindo, logo sendo ajustada por Carlos Lavor, que ao perceber algo diferente em minha passada, ficou mais cauteloso. Na verdade, eu dei um grito de dor, pena que ele não escutou”, fala a potranca.

Indaguei porquê ela continuou correndo, já que estava sentido dor, no que ela prontamente respondeu. “Simples, eu queria a vitória! Era a candidata ao título, favorita absoluta, sou filha de Put it Back, neta do grande Falcon Jet, enfim meu coração correu mais do que as minhas patas”.

Realmente, assistindo com atenção o vídeo da corrida, Rubia Del Rio sente pouco antes da metade da reta oposta, com mais de 1.200 metros ainda para percorrer. Quando entra na reta final, faltando 350 metros, ela e Lavor iniciaram uma atropelada fulminante, mas o agravamento da lesão falou mais alto e a potranca precisou ser parada pelo jóquei.

“Eu queria correr, Lavor, ao mesmo tempo que eu sentia dores, sabia que estava disposta a tudo. Sendo que ele é um profissional magnífico. Quando eu desloquei de vez o tendão do curvilhão, ele me sofreou para que nada de mais grave viesse a ocorrer. Na hora fiquei chateada, pois acreditava que poderia vencer, mas bastou cruzar o disco e o corpo esfriar para sentir o quanto estava doendo todo o meu lado direito”, falou Rubia.

Logo após a corrida, em que venceu Right Idea, também criada pelo Haras Santa Maria de Araras, Rubia Del Rio foi analisada pela veterinária Bianca Cascardo.

“Ela é uma profissional fascinante. Não sofri nenhuma fratura e sim lesões. Houve o deslocamento do tendão do curvilhão e, em vez de voltar para Teresópolis, acabei ficando aqui na Gávea. A Dra. Bianca vem me visitar de 3 a 4 vezes ao dia. Estou sendo muito mimada, isso sim!”, sorriu a potranca.

Como não pode sair da cocheira nem para caminhar, Rubia Del Rio faz outras tarefas, para passar o tempo. “Devo ficar por aqui pelo menos os próximos 3 meses. Apesar de todos os cuidados da Dra. Bianca Cascardo, não posso negar que é um saco. Porém, preciso ser bem observada e comer nas horas certas. Estou fazendo uma dieta especial para que não seja vitimada por cólicas. Quem sabe daqui a 4 meses eu já não esteja no haras no Rio Grande do Sul, para ser coberta, sim porquê para a função reprodutiva estou em ótima forma. Para passar o tempo aqui, fico pensando com qual garanhão irei me relacionar primeiro.”

Sobre o ocorrido no domingo, a potranca pretende esquecer. “Olhando novamente o páreo, só tenho a agradecer que nada de mais grave tenha ocorrido. O principal é que estou viva e com todas as minhas patas. Ainda bem que era o Carlos Lavor sobre meu dorso, pois mesmo eu querendo correr, ele fez questão de me parar, para que nada de mais grave viesse a ocorrer. Também vou ficar curtindo os mimos da Dra. Bianca por esse tempo. Viver é a melhor coisa do mundo e tenho que estar feliz por isso.”

Rubia Del Rio comentou sobre a última etapa da Tríplice Coroa, o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (G1-2400mG), marcada para o dia 6 de abril.

“Sou do Araras dos ‘pés’ à cabeça, então espero que Right Idea e Really Winner façam ótimas corridas e que uma das duas cruze o disco na primeira posição para a coudelaria. Estarei aqui na cocheira torcendo por elas!”, encerrou.

3 comentários:

Marco Aurélio Ribeiro disse...

Bem Karol, emocionante esta sua última "entrevista". Além de craque a nossa Rubia tem muita sensibilidade. Para evitar que vc me cobre (como sempre), já altualizei o blog do matungo. A coluna, que vc já antecipou antes até de mim, só chega em abril. Bjs.

Júlio Ponte disse...

MUITO BOA A MATÉRIA KAROL.

Anônimo disse...

ALma de campeã tinha a Rubia..com certeza transmitirá isto as futuras gerações!!