Acredito que pedir desculpas hoje aos leitores pelo atraso da coluna seria muito pouco para os verdadeiros fãs do CERCA MÓVEL, mas motivos diversos fizeram com que a coluna não fosse atualizada em tempo. Alguns profissionais, outros pessoais, mas enfim, continuamos vivos, fortes e torcendo pela companhia de vocês.
O último dia 6 de janeiro serviu para comprovar, por mais um ano, que o turfe do Uruguai não pára de crescer. O Hipódromo de Maroñas recebeu lotação máxima, os ingressos para o grande dia do Ramirez acabaram antes mesmo do alinhamento para a prova máxima.
Desde que o prado uruguaio ressurgiu das cinzas, como uma verdadeira fênix, que os cavalos brasileiros estão por lá. Apesar disso, não acreditava que nossos competidores, nascidos em nossa terra, pudessem ser os grandes astros do dia mais importante do turfe de Maroñas.
Um verdadeiro show demos por lá, mas prefiro, e acredito que os leitores também, que os nossos astros eqüinos contem como foi!
“Fiquei chateado com o que houve com Pedra de Ouro (fez forfait da prova), mas sabia que tinha capacidade de me dar bem no GP Maroñas (G2-1000mA). Apesar do campo complicado, tinha receio de outro brasileiro: Indovinajo, principalmente pelo que sua mãe, La Garufa, já havia feito tempos atrás no mesmo prado uruguaio. Sendo que me senti um potro quando entrei na reta final. Me senti voando e fiquei muito satisfeito em ter aberto o meeting internacional marcando ponto para o Brasil”, resumiu Adiacent, um cavalo brasileiro, de 5 anos, filho de Midnight Tiger e Jambalaia Blues (Tokatee), criado por Gelso Luiz Cima e defensor das cores do Stud Luc Luc, que marcou 58”05 para o quilômetro.
Indovinajo, que contava com uma forte torcida gaúcha em Maroñas, lamentou um pouco não ter vencido a prova. “Se por um lado fico chateado em não ter vencido, por outro, fico extremamente satisfeito por fazer a dobradinha brasileira. Ainda posso tentar levar essa prova no próximo ano, para satisfazer não só meu pai Dodge, mas especialmente minha mãe La Garufa, que fez ótima campanha nessa raia.”
Para quem já teve como representante Necessaire na pista de Maroñas, que ganhou em 2004 e 2006 o título de melhor égua do prado uruguaio, não tem como não se sentir órfão no GP Ciudad de Montevideu (G1-2000mA). Relamente, o Brasil não teve nenhuma representante alinhada para a grande prova. Enfim, parabéns a Essa Fragancia, que levou a carreira.
No 12º páreo, alinharam os competidores para o GP José Pedro Ramirez (G1-2400mA), a prova central da programação. Nem o mais otimista dos brasileiros poderia sugerir o ótimo resultado: dobradinha nacional.
O adorado Relento fez jus à sua torcida e cruzou na frente, enquanto Bucaneer mais uma vez mostrou seu talento e com Antonio Queiroz formou a dupla. Jujuy decepcionou e fechou raia.
“Fiquei muito chateado com meu resultado. Até a última curva, sentia que levaria a carreira. Mas, do nada, não senti mais as minhas patas. Cansei de repente e não pude chegar em melhor posição. Queria ter dado essa alegria aos meus responsáveis, que me trouxeram até aqui, mas o importante é que estou recuperado e pronto para novos desafios”, declarou Jujuy, que está satisfeito em continuar campanha no Uruguai.
Bucaneer lamentava o resultado. “Parece brincadeira. Em 2008, perdi a corrida por desleixo do meu jóquei. Agora, me deram um piloto melhor, mas competir com Relento é sacanagem.O cavalo parece que toma combustível, ao invés de água, pois consegue manter o ritmo até cruzar o disco. Enfim, ao menos espero conseguir a vaga para o Latinoamericano, pois quero rever os amigos brasileiros.”
Relento, que nasceu no Brasil, mas depois de 6 meses foi levado para o Uruguai, pouco fala o português, mas foi simpático na entrevista. “Posso ter nascido no Paraná, mas meu coração é uruguaio. Pensei que iria ter a chance de correr no país em que nasci, mas meus responsáveis preferem que eu siga campanha no hemisfério norte, então estarei fora do Latinoamericano 2009.”
Bem, se estava tudo a mil maravilhas, não podia encerrar melhor o meeting internacional. No GP Pedro Pineyrua (G1-1600mA), um brasileiro surpreendeu ao vencer o último dos clássicos. Alcorano fechou com chave de ouro a participação nacional em Maroñas.
“Não tenho palavras para falar o que sinto nesse momento. Sem dúvida, as atenções estavam todas para É Uma Pintura, principalmente por tudo que ele fez durante suas últimas atuações. Mas corridas, são corridas e hoje (dia 6, terça-feira) era meu dia. Meu criador (Cirne Lima), meu proprietário (Ulisses Carneiro), meu treinador (Ivo Pereira) e meu jóquei (Everton Rodrigues), todos são brasileiros como eu, então conseguimos obter uma verdadeira conquista extremamente brasileira. Só quero saber de comemorar”, vibrava ao voltar da raia com o êxito Alcorano.
Enfim leitores, para mim foi mais uma grande alegria ter podido estar em Maroñas, a convite dos organizadores, e vivenciar toda a emoção das vitórias obtidas pelos nossos corredores. A casa cheia serviu ainda para sonhar que, quem sabe um dia, também possamos voltar a ter em nossos hipódromos cerca de 16 mil pessoas vibrando com o esporte dos reis.
2009 está apenas começando e sonhar não custa nada!
Fotos: Karol Loureiro
2 comentários:
Aeeeee!!!
Essa eu tava esperando... fiquei triste e feliz pelo meu amigo Indovinajo. Torci pela vitória dele, afinal, eu conheço este guri desde a barriga da mãe!!! AHUAHAUAHUA!
Show a festa brasileira, não adianta... a nossa criação bombaa!
Um beijo!
Fala Karol,
É bom te ver de volta, já estava ficando preocupado com o desaparecimento. Mas, como você viaja mais que o Lula...
Foi à posse do Obama? Prepara o gás que o carnaval tá chegando.
Bjs
Fui
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