A semana anterior foi repleta de assuntos no nosso turfe. Estive em Porto Alegre e observei que os cavalos puro-sangue inglês curtem correr no frio, pois até uma pequena geada surgiu durante a reunião que prestou homenagem a diversos cronistas e jornalistas do turfe nacional.
Queria agradecer publicamente à simpática Serena Dodge, que venceu o 4º páreo da programação gaúcha onde fui uma das homenageadas pelo Jockey Club do Rio Grande do Sul. Após a corrida, a filha de Dodge e Zitanic (Spend A Buck), de criação e propriedade do Haras Anderson, me falou “queria muito ganhar essa prova, pois sou uma assídua leitora do CERCA MÓVEL e um dia, quem sabe, serei notícia do blog.”
Voltando para o Rio de Janeiro na sexta-feira, acompanhei de casa o desenrolar do GP Presidente Roberto Alves de Almeida (G2-1600mA), realizado no 5º páreo da reunião de sábado, no Jockey Club de São Paulo.
Todos que assistiram a prova observaram o choque entre a favorita True Classic e Tangará, vencedora da carreira. Liguei para a campeã em seguida e quis saber o porquê do incidente de percurso, no que fui prontamente atendida pela defensora do Haras Interlagos Ltda.
“Puxa, foi uma coisa triste, mas em momento nenhum quis me chocar com a potranca True Classic. Eu larguei pela baliza 7, era a mais distante da cerca interna, então tratei de buscar a externa, pois tinha mais caminho livre. Sabia que True Classic era a ponteira, mas ela corria pela linha 1, coladinha à cerca interna.
Quando encerrou a reta oposta, avisei as minhas adversárias que iria cruzar a raia. Lembro que gritei, ‘estou fazendo a diagonal meninas’. Sendo que True Classic não deve ter ouvido, pois no mesmo momento que eu cruzava a pista, ela abria, por isso nos encontramos no meio do percurso e nos chocamos”, explica.
Depois do esbarrão, True Classic continuou mandando na prova, tendo Tangará na dupla. Sendo que a americana Swiss Lemonade também quis entrar na disputa e entrou na reta final ocupando a 2ª posição, que antes pertencia à nossa entrevistada.
“Não entendo muito o inglês equino. Sendo que percebi que Swiss Lemonade gritou para mim: ‘stop!’. Lógico que não parei, apenas dei espaço para ela ficar na minha frente. Quando ela emparelhou com True Classic, a potranquinha se assustou e diminuiu o ritmo. Isso é normal acontecer, pois ela tem apenas 2 anos, está começando agora na profissão de atleta e desde então só tinha vencido.
O choque comigo pode ter deixado ela amendrontada, mas nada que uma terapia não resolva. Aproveito, inclusive, para pedir desculpas pelo esbarrão, pois não foi de propósito. Eu até me senti meio culpada pelo baixo rendimento dela no páreo, por isso, estava até disposta a deixa-la ganhar àquela corrida, mas como ela não teve mais patas para tal, tratei de correr o que eu sei e fiquei com a vitória sobre Swiss Lemonade”, discursou Tangará, que agora só pensa em descansar.
“Acho que está na hora de parar. Tenho 4 anos e no final deste mês chegarei aos 5. Quero me dedicar à maternidade. Ser mãe, ter bons corredores, namorar. Enfim, cansei do mundo das corridas, quero relaxar”, encerra a filha de Choctaw Ridge e Tamrah (Lomond), que obteve a sua primeira vitória graduada, em 18 apresentações.
DOBRADINHA ESTRELADA
Avisei para vocês leitores que a semana estava recheada de atrativos, por isso, temos mais um assunto a ser tratado, mas serei “rapidinha”.
Domingo, 5º páreo da reunião do Jockey Club Brasileiro, fui à Gávea assistir ao GP ABCPCC (G1-1600mG), considerado o Criterium dos 2 anos. Oito competidores no campo. Sendo que antes de largar, Us Open pediu para sair.
“Queria chamar a atenção dos meus donos, pois havia avisado que não estava afim de correr àquele dia e eles não me deram ouvido. Por isso, aprontei mesmo”, revelou o jovem, que precisa ser reeducado na cocheira.
Sem Us Open, o páreo rolou com sete competidores. O favorito Trapeze fazia uma corrida impecável, sempre ponteando, quando ao entrar na reta final o jóquei Marcos Mazini perdeu o chicote.
“Também errei! Estava acostumado com Mazini e confiava completamente nele para me colocar em corrida. Fiquei esperando, esperando e nada dele me exigir. Só depois que percebi que ele estava sem o chicote, ai tentei ir por conta própria, mas já era tarde demais”, lamentou o defensor do Stud Alvarenga.
Por outro lado, Uncle Tom e Oroveso fizeram uma corrida a parte. O primeiro ficou com a vitória, mas o outro colaborou e muito para que o companheiro de cocheira vencesse.
“Devo muito ao Oroveso, pois ele brigou na frente e não deixou Trapeze escapar. Por isso, quando acelerei mais aberto, com pista livre, ficou fácil ganhar a corrida. Também o considero um campeão, pois teve fôlego para formar a dobradinha para o Stud Estrela Energia”, comemorou Uncle Tom.
Oroveso também mostrou alegria com o resultado.
“Atuei bem, tinha chance até de ficar com a vitória e deixar Uncle Tom na dupla, ou seja, inverter o resultado. Mas o criador dele estava na Gávea e era quem entregaria a premiação, então deixei Uncle Tom ter seu dia de glória. Na próxima, irei endurecer para cima dele”, ameaça, relinchando, o tordilho.
Uncle Tom é um filho de First American e Just Lucky (Spend A Buck), criado pelo Haras Santa Rita da Serra, cujo proprietário é Afonso Burlamaqui, atual presidente da ABCPCC.
Enfim amigos, deixa eu ir nessa, pois hoje é dia dos namorados e apesar do temporal que cai na cidade do Rio de Janeiro, eu quero beijar muito logo mais. Até a próxima semana, fui!
Um comentário:
Essa cavalhada anda muito estressada e arredia..mas entre "choques" e baldas,eles tem mesmo é que meter patas.
Isso me lembra das éguas que foram para Copacabana lembra? Acho que era uma boa terapia,que tal karolzinha??? Abraco!
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