Devido ao grande número de treinadores suspensos nos últimos dias entre a Gávea e Cidade Jardim por conta de doping, esta semana o tema do nosso CERCA MÓVEL será sobre as drogas e os cavalos que acabam se viciando. Na foto ao lado, os leitores podem observar o olho arregalado e vermelho de um cavalo que está dopado, bem como a narina como está vermelha. É de assustar!
Entrevistamos quatro personagens, que deixaram relatos surpreendentes e pediram para suas identidades serem preservadas.
“Eu tinha uma alimentação balanceada e nunca me interessei por drogas, até o dia que peguei um forte resfriado. Foi preciso tomar alguns analgésicos e me senti muito bem. Fiquei curado do resfriado, mas não consigo ficar sem tomar um broncodilatador desde então. Fico inseguro em entrar na raia e não estar sob o efeito do remédio. Corro e sinto que estou ficando sem ar. Não sei o que fazer para me curar”, disse o potro de 2 anos.
“Estava me sentindo muito gorda, pesando entre 490kg e 540kg. Sou vaidosa e não queria seguir uma balofa. Conversando com algumas éguas das cocheiras vizinhas, descobri que o Clenbuterol, além de ajudar na respiração, também emagrecia. Até atrizes de Hollywood estavam tomando para ficarem magras. Não tive dúvidas e consegui descolar uma cartela. Desde então, não consigo mais largar o vício. Peso apenas 340kg e não posso mais competir nas carreiras. A droga acabou comigo”, relatou a égua de apenas 4 anos.
“Meu cavalariço fumava muita maconha nas proximidades da minha cocheira. O cheiro geralmente me enjoava até o dia que uma trouxinha da maconha dele caiu no meu box quando ele fazia a minha cama. Escondi com a pata e esperei ele sair para experimentar. Primeiro não senti nada, mas depois fui me sentindo mais alegre e de repente estava comendo feito um louco. Sempre que posso, ‘roubo’ mesmo dos bolsos dele ou de outro que dê mole. Não levanto mais para os treinos, tenho apanhado para ver se faço algo durante os trabalhos, mas não consigo. Virei um viciado em maconha e assaltante”, contou o cavalo de 5 anos.
“Estou em plena forma física e correndo feito louco desde que passei a misturar na minha ração a cocaína. Basta tomar duas semanas antes da corrida que passo a correr feito um desesperado. Ninguém me alcança. Sinto-me como um super-cavalo! É bem verdade que os 15 dias até a corrida sofro dentro do box, pois tenho muita vontade de fazer muita coisa, ao mesmo tempo. Fico com taquicardia, mas se eu correr antes do tempo, perco toda a ‘viagem’. Sei que é errado o que faço e que quando for pego no antidoping minha carreira estará encerrada. Sendo que não consigo ficar sem a cocaína. Nem sei se ainda sei correr sem ser sobre o efeito do pó”, pergunta-se o potro de 3 anos.
Pois bem meus amigos leitores, está um perigo a situação dos nossos corredores. Todos os nossos entrevistados sabem dos riscos que correm, mas não conseguem largar. É necessário um trabalho mais vigoroso não apenas dos veterinários, mas também dos treinadores, para inibir que tais drogas cheguem até as cocheiras.
Um comentário:
NOSSA NUNCA PENSEI QUE O SER HUMANO FOSSE CAPAZ DE ULTRAPASSAR O LIMITE DO NÃO RACIONAL.
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