Como vão leitores! Desculpem o atraso na atualização do CERCA MÓVEL desta semana, mas outros compromissos, também importantes, ocasionaram este pequeno problema. Mas vamos ao que interessa, que é saber o que se passa na cabeça dos nossos corredores.
Esta semana, estive conversando com o potro Jujuy, que decidiu nos ajudar com a pronúncia exata do seu nome.
“Escreve-se Jujuy, mas pronuncia-se Rurrúi. O i sai mais suave, o u tem som agudo (ú) e em nenhum momento tem som de J em meu nome”, diverte-se o filho de First American e Endagada (Right Off), criado pelo Haras Santa Amélia, cujo nome refere-se a uma pequena província argentina, perto da fronteira com a Bolívia (informação de um Matungo que também conversa comigo).
Quis saber do Rurrúi, ou melhor, Jujuy, sobre a sua vitória na Prova Especial Itajara (1900mA), realizada no 7º páreo da programação do último sábado, no Hipódromo da Gávea, aqui no Rio de Janeiro. O defensor do Stud São José dos Bastiões não perdeu tempo em responder.
“Homi (ele tem sotaque, acreditem. Talvez seja a convivência com seus proprietários do Recife) foi melhor do que esperava. Meu ‘chefe’ Serginho Paiva só pode ser leitor do CERCA MÓVEL, pois no padoque, chegou no meu ouvido e disse ‘corra bem que terás uma surpresa boa’. Ele só sabe que eu o entendo porque ler sua coluna.
Não quis decepcionar o ‘chefe’, afinal de contas, tinha vindo do calor do Recife, a capital Pernambucana, para tomar banho de chuva no Rio de Janeiro, que ultimamente tem deixado de ser 40º graus, e assistir a minha corrida ao vivo.
Dada a largada, sai da linha 6 e vi quando os três que largaram mais próximos à cerca interna, Strong Hero, Lignon’s Hero e Casagrande, na ordem, foram para a ponta. Como sou ligeiro, logo era 4º e antes de fazer a primeira curva, 3º, atrás apenas de Strong Hero e Lignon’s Hero.
Durante a reta oposta, fiquei mais próximo dos ponteiros, que eram irmãos paternos, filhos do Crimson Tide e nascidos no Stud São Francisco da Serra. Eles papeavam tranqüilos e nem se deram conta da minha presença.
Um dizia para o outro, ‘cuidado que logo o Roberto Alberto se aproxima’, e o outro respondia, ‘tudo bem, estou prestando atenção’, enquanto isso, eu continuava ignorado. Deixei os dois continuarem na ponta até a entrada da reta final.
Dando vantagem, pois sempre corri pela linha 3, senti o Marcelo Cardoso, que voltava ao meu dorso após vencermos no final de setembro, se mexer. Obedeci de prontidão e passei fácil pelos dois ponteiros. Cheguei a escutar o locutor Marco Aurélio Ribeiro dizer que Roberto Alberto iniciava uma atropelada.
Sendo que eu estava galopando tão tranqüilo na frente, que pouco me importei com o que acontecia. Pensei, ‘isso é problema para quem está atrás de mim’, e cruzei o disco com 3 ½ corpos, levando um baita tapa do Cardoso (essa mania dele é de doer, mas fica bonito na foto), marcando 2’01”53 numa pista totalmente desfavorável.
Quando voltei ao padoque, fui recebido por diversos torcedores, além do meu treinador Victor Paim e do ‘chefe’ Serginho, que representava a família. Fiquei muito P da vida com ele, inclusive, porque saiu todo apressado para receber o troféu da minha conquista e não me contou a tal ‘surpresa’”, reclama o campeão Jujuy.
Assim como o nosso entrevistado, também fiquei chateada por não saber o que era a surpresa e pensei que essa matéria sairia sem essa resposta, desde que o Jujuy não decepcionou e me contou, com exclusividade.
“Antes de voltar para Recife, o ‘chefe’ Serginho foi até o caminhão que me levaria de volta ao Centro de Treinamento Vale do Marmelo. Momentos antes de eu embarcar, mais uma vez ele chegou perto do meu ouvido e perguntou: ‘você prefere Porto Alegre ou Recife?’
Nem respondi na hora, porquê fiquei tão atônito com a pergunta. E também nem saberia dizer se ele entenderia a minha resposta. Só o vi rindo e pegando o seu caminho para o aeroporto, enquanto eu viajava para a serra fluminense.
Já em casa, ouvi quando o treinador Paim comentou com os funcionários da cocheira. ‘É pessoal. Será que o Jujuy prefere correr no GP Bento Gonçalves (G1-2400mA), em Porto Alegre, ou o GP Bento Magalhães (2400mA), no Recife?’, foi então que entendi o que o Serginho Paiva queria me dizer.
Mas te juro, estou na dúvida. Tenho saudades do frio gaúcho, pois nasci no Rio Grande do Sul, mas também queria muito pegar um bronze no calor nordestino. Eita dúvida da peste! Vou deixar essa decisão nas mãos dos meus responsáveis, é o jeito”, encerrou o nosso papo Jujuy.
Então leitores, iria propor de fazermos uma enquete para ajudar o Jujuy a definir onde ele correrá. A vantagem de correr no Hipódromo do Cristal é porque a corrida será transmitida ao vivo e quem não estiver em Porto Alegre, poderá ver mais uma atuação do alazão. Por outro lado, atuar no Hipódromo da Madalena fará com que os proprietários do potro façam uma baita festa em casa, animando ainda mais os nordestinos.
Sinceridade, a dúvida do Jujuy também chegou até a mim.
Abraços e até a próxima!
Foto: Gerson Martins (divulgação JCB)
5 comentários:
Prezada Amiga,
Inicialmente, parafraseando Capiba (compositor pernambucano- ele compôs uma música onde fala que tem saudade do bj que nunca havia dado), estou com saudade do chopp que nunca tomamos.
Quero dizer que morri de rir com a entrevista do Jujuy, mas como vc é "de casa", a imparcialidade fica carinhosamente comprometida!
Obrigado por tudo mais uma vez e, te adianto, de 1a mão, que pro Recife ele não vem, mas assim que resolvermos seu destino, vc será a 1a a saber.
A foto e a matéria estão ótimas, como sempre, assim como o site/blog em geral.
Bjs,
Serginho Paiva
Fala Karol,
Se esbaldou lá no show do Totonho né? Tava demais mesmo. Para variar, a coluna tá show. Também escrevi sobre ele no Matungão. Bom trabalho em Sampa e volte logo.
Fui
Te espero em Porto Alegre irmazinha...cuidaremos bem do jujuy se o destino assim quiser...abracos!!
Aeee... conheci o famoso blog!!!
Show de bolaaa!!! Beijos, Micha.
Em 1o lugar, quero parabenizar este blog, p/ mim o mais criativo de todos. Só muita sensibilidade e amor pelos cavalos PSI poderiam tornar real uma entrevista com os nossos queridos animais!
No caso específico do JUJUY
(sou adepto da grafia em português), "craque promissor", vou dar O meu palpite, uma vez que a decisão é coletiva (Eu, meu irmão Paulo, meu filho Serginho e nosso amigo e treinador V. Paim): acho que ele deva seguir sua evolução com calma, sem viagens desgastantes no momento. Lembremos que ele tem recém-completados 3 anos e, se DEUS quiser, uma longa campanha pela frente.
Um beijo
Sérgio Paiva (o Pai)
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