Os leitores já devem ter percebido que na maioria das vezes eu procuro dar mais atenção aos eqüinos clássicos. Pois bem, apesar das provas de Grupo 1 e 2 e das demais Provas Especiais realizadas no último final de semana, irei dedicar o Blog desta semana a Tastro, um potro de 3 anos que vem correndo páreo de turma na Gávea.
Na última segunda-feira, estive no Hipódromo da Gávea para presenciar a corrida da égua Xoema, do amigo jornalista-locutor-editor, enfim, do multimídia Marco Aurélio Cardoso Ribeiro, para mim o craque "Matungo", mas para a minha surpresa, a noturna carioca prometia muitas emoções e decepções!
Corrido o 1º páreo, Zap Girl saiu da raia me cumprimentando e cobrando mais a minha presença no prado. A 6 anos do Stud Dom Luluca estava satisfeita em voltar a vencer.
Acompanhei de perto a entrada de Tastro para o 2º páreo. Mesmo ele sabendo que não sou de jogar, comentou comigo. "Hoje você pode brincar de que joga muito. Manda 100 pratas em mim que não tem erro, voltará para casa com o mesmo valor."
Sem dúvidas, era impossível não marcar o filho de Kahyasin e Queen’s Special (Emmson), criado pelo Haras Garcez Castellano. Na estréia no Rio, não venceu por detalhe, mas com o aumento da distância, era impossível perder.
Não sei se tem mais gente que escuta os eqüinos, mas depois que Tastro confidenciou que estava em grande forma, a pule dele ficou abaixo de R$ 1,00.
Dada a largada, Portainer foi para a ponta, seguido de Holgorio, com Tastro, sem fazer força, em 3º. O potro avisava aos rivais. "Não fechem a porta, que estou próximo de vocês."
Na variante, o defensor do Haras Verde e Preto já emparelhava com o ponteiro Portainer. "E ai amigo, quer que eu corra agora ou daqui a pouco?", desafiava Tastro, que sabia da sua ótima condição física.
Ao entrar na reta, de galope, Tastro dominou a situação. "Hoje eu marco o primeiro ponto na Gávea. Faltam poucos metros e estou tinindo", eu lia nos lábios do alazão.
Quando o locutor avisou que Portainer voltava a atacar pela liderança, Tastro tratou de falar para o jóquei Acedenir Gulart, que o conduzia. "Vamos, hora de você afrouxar as rédeas e deixar eu partir. Faltam menos de 300 metros para o disco."
O potro falou, mas o jóquei não escutou. Quando menos se espera, o rival emparelha com Tastro.
"Eu quero correr, assim não vale. Larga a rédea", gritava desesperado o pensionista de C. Oliveira, sem ser atendido por Gulart.
"Tudo bem, já vi que você não me escuta mesmo, paciência, assim não dá para continuar", desistia da corrida Tastro. Porém, após soltar essa frase, o alazão viu Acedenir começar a lhe pedir para entrar em carreira, sendo que faltavam menos de 100 metros para o disco e o franco favorito do público turfista, mesmo obedecendo a tardia chamada do jóquei, perdeu o páreo por pescoço.
"Saia já de cima de mim. Vou subir em você e te mostrar como se conduz. Estás de sacanagem! Tinha 400 metros de reta para me colocar em carreira e você me aguarda os 100 finais para me chicotear, fala sério!", reclamava o potro do jóquei ao sair da raia.
Fui ao encontro de Tastro minutos depois do páreo e o mesmo continuava revoltado.
"Se esse tal de Gulart voltar ao meu dorso na minha próxima inscrição, pode anotar ai Karol, irei derruba-lo na cerca. Das duas uma: ou ele estava de sacanagem comigo hoje, ou pensando na morte da bezerra. Como me prejudica assim em um páreo que eu ganharia até de olho fechado? É o tipo de jóquei que nós, cavalos, temos de derrubar na largada, para que o mesmo não atrapalhe nosso desempenho", filosofou o alazão.
Nada acalmava o potro, nem mesmo saber que Acedenir tinha sido suspenso logo após o páreo pela Comissão de Corridas do Jockey Club Brasileiro. De fato, o profissional acabou pegando 60 dias de suspensão, mas o maior prejudicado, sem dúvida, foi o potro Tastro.
"Ele tem de ficar é longe de mim! Não quero mais vê-lo. Se aparecer no meu box, levará um coice. Onde já se viu. Treinei muito, para sair da raia com a vitória e me vem esse Gulart atrapalhar meus planos. É revoltante!", ainda bradava Tastro, seguindo para o caminhão que o levaria para o CT Verde e Preto.
SELIM NOVO PARA XOEMA
A égua Xoema correu bem no 6º páreo da noturna carioca. Ponteou a maior parte do percurso de 1.100 metros, na raia de areia, mas acabou chegando na 3ª posição.
Depois da corrida, a filha de Dancer Man e Pennsylvania Road (Nindiano), criada pelo Haras Truc, conversou comigo.
"Puxa, tô chateada! Queria vencer nem muito por mim, mas principalmente para o Marco Aurélio, que é um proprietário dedicado e vem me ver toda semana. Estava com o páreo dominado, mas meu selim quebrou e o Rodrigo Lepre Santos (jóquei) não tinha como se equilibrar direito. Na próxima, com selim novo, não irei vacilar", avisou a castanha.
Sendo que antes de nos despedir, Xoema aproveitou para alfinetar o treinador V. S. Pedersen.
"Eu até tenho minhas convicções de como quebrou o meu selim. Foram os gatos da cocheira. Algum ou alguns deles deveriam estar dormindo dentro do meu selim, ou usaram o mesmo para brincar de cabo de guerra, por isso arrebentou na carreira. Se algum aparecer no meu box essa semana, será expulso!"
2 comentários:
Karol, elogiar o blog já está se tornando repetitivo. Apenas quero fazer dois registros: primeiro que o selim era novo e este tipo de acidente acontece mesmo. O segundo é que os gatos estão preparando uma manifestação, com cartazes de protesto e estarão na porta da revista na próxima semana. Segundo eles, você foi injusta ao acusá-los. Hehehehe. Mengo neles!
aaaaffff...segunda foi um dia esquisito mesmo no JCB! adorei o post. abraço!
Postar um comentário