segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

No embalo do amor




Prezados leitores, desculpem-me pelo atraso em colocar esta coluna no ar, porém compromissos inadiáveis e uma viagem distante me deixaram sem, acreditem, internet para que eu conseguisse publica-la. No mundo de hoje, onde até os cavalos se comunicam, não ter internet é, sem dúvidas, um caso inesperado, mas não vamos perder tempo e voltemos às minhas estórias.

Alguns de vocês devem estar lembrado do caso de amor entre Be Fair e Super Power, revelado pela jovem Be So Fair, filha da égua. Pois bem, nas últimas semanas, também no Hipódromo da Gávea, fui testemunha de um lindo momento amoroso.

No dia 24 de novembro, sábado, abrindo o programa carioca, três potros e três potrancas entraram na raia de grama para enfrentarem o quilômetro. Durante a apresentação dos mesmos, observei que Gran Moro passava cabisbaixo, assim como a tordilha Ritmo de Festa.

Pude escutar que o potro do Stud Barone pensava, em voz alta, “Ela não me quer mais, sou um bobo, mas não mereço isso. De hoje em diante, não vou mais amar ninguém e irei me dedicar exclusivamente ao trabalho.”

Instantes depois, uma bonita tordilha, de olhos marejados, deixava claro para mim que tinha escutado o que Gran Moro estava pensando. Como? Eu não sei leitores.

No decorrer da disputa, o potro filho de Monsieur Renoir e Chabeli (Señor Pete), de criação do Haras Campestre, não quis saber de nada. Foi para frente, encarou um forte duelo com Ptangel, que lhe provocava.

“Tu já era rapaz, a garota está me dando mole. Pode parar de correr atrás dela, que esse páreo eu já ganhei”, desdenhava o defensor do Stud Palura, para pertubar ainda mais a cabeça do jovem apaixonado.

Mesmo triste, Gran Moro não desistiu. “Pode ser que ela tenha desistido de mim, porém ainda a amo. Tentarei esquece-la e vou deixa-la em paz, mas vou torcer para que Ritmo de Festa consiga alguém melhor que você!”

Dito isso ao rival, tratou de dominar a corrida e, mesmo com a fisonomia triste, seguiu firme para disco de chegada, determinado a cumprir com seu objetivo: vencer a corrida e acabar logo com aquilo, pois trocaria de turma e não mais encontraria Ritmo de Festa.

Enquanto isso, acompanhava o train dos potros, em terceiro, a potranca Ritmo de Festa, que ouviu o diálogo dos ponteiros. “Eu o amo sim, ele é um bobo, mas o quero assim mesmo. Não posso abrir mão do que sinto”, ela pensava e corria ao mesmo tempo.

Faltando 300 metros para o disco, Gran Moro continuava pensando em voz alta. “Vou parar de amar, eu preciso! Não agüento mais sofrer. Quando a alazã lá da cocheira me olhar novamente, vou partir com tudo para cima dela. Tenho de me valorizar. Adeus Ritmo de Festa, agora eu não te quero mais!”, e disparou, pronto para obter a conquista e esquecer a sua amada de vez.

Sendo que caiu a ficha de Ritmo de Festa, que tratou de ir atrás de seu amado.

“Pare meu amor, eu te quero mais que tudo. Também fui uma boba em te tratar mal. Temos de parar com as brigas e viver o nosso romance com todas as nossas forças”, ela gritava e corria desesperada.

Mas Gran Moro não queria acreditar e permanecia firme na ponta, sem querer a aproximação da sua amada, foi quando ela deu um ultimato.

“Enquanto você pensava em voz alta, eu escutei tudo e compreendi que nada teria sentido sem você”, e numa atropelada sensacional, a tordilha emparelha com o amado e cruzam o disco empatados. Fizeram a alegria de diversos apostadores e saíram da raia muito mais apaixonados e prontos para continuarem com sua estória de amor.

Vale destacar que Gran Moro era favorito, enquanto Ritmo de Festa, filha de Patio de Naranjos e Ri à Toa (Hang Ten), criada pela Agropecuária e Haras Roll Ltda., era pule de R$ 8,60.

Os leitores devem estar se perguntando o por quê da briga do casal, correto?

Pois bem, a defensora do Stud Chico City II fez questão de explicar, antes de voltar para as cocheiras de W. Garcia Jr.

“Ele estava achando que eu andava saindo com PTangel. Na verdade, conversei com o potro uma ou duas vezes, por aqui, na Gávea, mas nunca tivemos nada. Gran Moro não queria acreditar em mim e isso me irritava profundamente, pois nunca dei motivo para tamanha desconfiança. Perdoei ele, porque vi o PTangel inventando estórias e também porque ainda o amo”, declarou a tordilha, que fez festa naquela tarde, com o seu amor.

ARGENTINA – Na próxima coluna, como estarei na Argentina, tentarei uma exclusiva com os brasileiros que tentam vencer o GP Carlos Pellegrini (G1-2400mG), são eles Mr.Universo e Meu Rei. Aguardem!
Foto: Gerson Martins

3 comentários:

Marco Aurélio Ribeiro disse...

Vá amar assim lá nos campos de Bagé. Terminaram "empatados". Isso é que amor, o resto é...
Só você Karol, para escutar coisas eqüinas tão românticas.

Boa viagem e Bom trabalho. Te vás con Dios!

Anônimo disse...

Fico aqui imaginando quando a Karol vai ouvir dos equinos as "barbadas"...só de amor ninguém vive!!

Filipe Cerolim disse...

Vou entregar daonde saiu essa idéia hein auhauhauhauh

haja criatividade neh

temos que criar isso na revista tb auhauhauhauah

to brincando

ou não?

té segunda

antepenúltimo dia de trab (pra mim) no ano uahauhauhauha