Correr, os cavalos puro-sangue inglês já provaram que adoram. Sendo que descobri, na última semana, que os mesmos também são chegados a um carinho, comprovando a minha tese que eles não só falam como são parecidos como nós, seres humanos.
Inicio a coluna desta semana indagando sobre esse tema de carinho porque presenciei, in loco, o quanto essa atitude faz diferença quando se trata de um corredor, no caso do personagem dessa estória: corredora.
No domingo, minutos antes das potrancas alinharem para o Grande Prêmio Diana (G1-1900mA), uma competidora em especial vivia um momento de tranquilidade. Quem era ela? Justamente, Smile Jenny.
A candidata ao título de tríplice coroada após ter vencido o GP Henrique Possolo (G1-1600mA) tinha diversas atenções voltadas para a sua corrida. Pensei que a encontraria tensa, devido a tanto assédio, mas a mesma agiu de forma completamente diferente.
Após fazer o cânter do páreo, se afastou das adversárias e ficou próxima a cerca externa, onde eu estava posicionada para fotografar a chegada. Não queria desconcentra-la, por isso fiquei quieta, mas a mesma tratou de puxar conversa.
O primeiro assunto que a defensora do Stud Torna Surriento tratou foi sobre a matéria do começo de março (De volta ao batente), quando a entrevistei após ter vencido a primeira fase da Tríplice Coroa.
“Muito obrigada pelo espaço dado àquela minha corrida e também por ter sido fiel às minhas palavras. Fico feliz em ve-la novamente e espero que faça uma foto bem bonita para quando eu passar pelo disco”, falou confiante Smile Jenny.
A filha de Wild Event e Jenn Jacquet (Roy), criada pelo Haras Santa Maria de Araras, mostrava muita tranquilidade, mesmo faltando poucos minutos para a corrida e já sabendo que no páreo anterior, Engaging, que como ela havia vencido a primeira etapa da Coroa, sendo que na versão masculina, perdeu a chance de disputar o título ao ter chegado na 3ª posição para Uragano Point.
“Ele (Engaging) fez uma boa corrida e um bonito potro (avalia). Assisti o páreo pela televisão antes de ir para o padoque. Acredito eu que ele se precipitou ao iniciar a atropelada um pouco cedo, mas corridas são corridas. Não fico nenhum pouco apreensiva por ele ter pedido o título. Ele é ele, eu sou eu! Jean Pierre e eu temos uma sintonia que são poucos eqüinos e jóqueis que realmente possuem”, ao terminar de falar isso, juro que passei a desconfiar que o jóquei Pierre, assim como eu, também escuta os cavalos de corrida, pois do nada, começou a afagar Smile Jenny.
A corredora não perdeu a chance de continuar falando.
“Viu o que eu disse. Enquanto as minhas adversárias estão nervosas, fico aqui, recebendo esse gesto de carinho. Não fico me remoendo, pensando que logo mais estarei encarando uma corrida de Grupo 1, um desafio para manter um cobiçado título. Muito pelo contrário, sinto que irei galopar sob o comando de alguém que terá o maior cuidado do mundo para não me prejudicar, nem me colocar em percursos sinuosos.
Sei que esse mesmo carinho que ele (Jean Pierre) tem por mim antes mesmo de estarmos correndo, ele manterá na hora do vamos ver. É esperar para crer”, encerrou a potranca, pois era hora de alinhar.
E leitores, a corrida foi bem como conversamos antes mesmo de acontecer. Smile Jenny e Jean Pierre nem pareciam que estava atuando numa prova de Grupo e defendendo um título. Atuaram tranquilos, entre a 4ª e 5ª posições, para na reta final, darem adeus às rivais e praticamente dividirem a raia de areia do Hipódromo da Gávea, pois cruzaram o disco com fáceis 8 ½ corpos sobre a 2ª colocada.
Voltando da raia, ofegante por ter acabado de correr, vencer e garantir mais um passo para se tornar tríplice coroada, Smile Jenny nem precisou falar comigo. Apenas piscou o olho em minha direção e foi sorrindo para a foto da vitória com seu jóquei, para serem recepcionados por toda equipe do treinador Roberto Morgado Neto, bem como com seu proprietário (Stud Torna Surriento) e criador (Haras Santa Maria de Araras).
De uma coisa eu tenho certeza, se manter esse carinho pré e pós páreo, não me resta dúvida que a corredora será a quarta potranca a se tornar tríplice coroada no Jockey Club Brasileiro, igualando o feito de Indian Chris, Virginie e Be Fair. É esperar para ver!
GLÓRIA DE CAMPEÃO
Não podemos encerrar a coluna desta semana sem dar os parabéns ao excelente corredor Glória de Campeão. O brasileiro formou a dupla na milionária Dubai World Cup (G1-2000mA) e comprova estar apto a encarar as principais provas mundiais do turfe.
E lógico, assim que conseguirmos, iremos conversar com o defensor do Stud Estrela Energia, que nasceu nos campos do Haras Santarém, no Paraná, e obteve suas primeiras conquistas no Hipódromo da Gávea.
5 comentários:
KArooll!!
Que linda a foto da Smile Jenny!! sabe que não são todos os jóqueis que tem esse carinho pelos animais... admiro muito aqueles que tem. E sabe o que me fez lembrar, mantendo as devidas proporções, é claro: a foto me lembrou o desespero do Jóquei do Bárbaro, quando ele se quebrou no Preakness Stakes e das demais fotos dele visitando o cavalo após a cirurgia...
Acho que é de coisas assim que nossos cavalos e nosso turfe precisam!
Beeeijo!
Parabéns Karol,
Mostrar um outro lado do turfe, o bonito, é muito bom, para tirar aquela impressão de que o hipódromo é apenas um cassino. Já chamei Jean Pierre e Smile Jenny de "Dupla Explosiva", mas agora mudo para "Par Perfeito". Meu receio é a Bárbara ficar com ciúme...
Fui!
Olá Karol,
Amei a matéria da Smile Jenny e do Jean.Meus parabéns fiquei muito emocionada com suas palavras.
Esse é um casamento perfeito que vai em busca da Tríplice coroa.
Bárbara Lima
Não podia esquecer,o Marquinho dessa não tenho ciumes..hehehe
Karol,
Que foto!!!!!!!
Beijos Marilia
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